Apreciações Musicais - ESC 2021: Bélgica

Hooverphonic - "The Wrong Place"

INSTRUMENTAL

Daniel Fidalgo: Este ano, os Hooverphonic presenteiam-nos com uma canção superior à do ano de 2020. Uma produção mais obscura, diferente de todos os outros temas a concurso, que poderá destacar-se facilmente, no meio de tanto ritmo mais acelerado. A canção vai buscar influências de rock ligeiro, à qual são aplicados alguns sintetizadores. Proposta sólida!

Jessica Mendes: Adoro o início e a forma como os versos são construídos até ao refrão. O refrão deixa um bocadinho a desejar porque há um crescendo tão intenso até lá que me faz esperar algo mais estrondoso. 

João Vermelho: À primeira o instrumental não me convenceu muito, principalmente a melodia, mas quanto mais ouço mais gosto, é daqueles casos que primeiro estranha-se depois entranha-se.

Neuza Ferreira: Se calhar é problema meu, mas nos último ano elevei muito as expectativas para a Bélgica e este ano acho que me desiludi um pouco. “The Wrong Place” é uma boa música, gosto, mas simplesmente não é o que eu estava à espera e não me enche muito as medidas.

Pedro Lopes: Algumas comparações com a canção de 2020 são inevitáveis, até porque exaltam as características mais musicalmente endógenas do grupo. Aqui, “The Wrong Place” ganha vantagem, porque é sem dúvidas um tema com mais força, muito mais fácil de se destacar. Curiosamente, não acho que seja no refrão que a canção ganha mais interesse, mais sim na forma como se vai construindo para lá chegar. É uma música misteriosa, com tragos ‘sedutores’, diria. Agrada-me bastante.

Tiago Lopes: Os Hooverphonic conseguiram sair do fundo da minha tabela comparativamente ao ano passado e tudo deve-se a este tema. Tem um feeling à James Bond, algo misterioso, mas temos que o ritmo monótono da música vá afastar alguns votantes. 

VOZ

Daniel Fidalgo: A vocalista da banda é bastante experiente, o que se reflete na segurança da sua voz. É um complemento muito bom e que fará a Bélgica ganhar pontos em maio. 

Jessica Mendes: Gosto muito da voz dela e acho que se encaixa muito bem no tema mais dark e misterioso.

João Vermelho: Vou ser sincero eu conheci os Hooverphonic já com a Luka e foi a voz com que me acostumei, contudo não desgosto de todo da voz da Geike e assenta que nem uma luva nesta canção. 

Neuza Ferreira: Tão bom que os Hooverphonic foram buscar a antiga vocalista. Geike Arnaert tem uma qualidade vocal muito boa e dá 10-0 a Luka Cruysberghs. Espero uma interpretação ao vivo bastante boa.

Pedro Lopes: Assumo que era mais fã da vocalista anterior. A Geike Arnaert, a vocalista retornada, mostra-se como uma cantora competente, mas não deixa de dar um peso mais forte ao tema. É um ótimo contralto, e sinto mesmo que não irá vacilar ao vivo. Veremos.

Tiago Lopes: Apesar de só ter a versão estúdio deste tema tenho a certeza que a Bélgica escolheu uma banda onde a vocalista deve ser das mais experientes a nível de canto. É uma voz singular e não creio que vá desapontar ninguém. 

LETRA

Daniel Fidalgo: Uma letra muito bem escrita, de fazer inveja ao Reino Unido, que só nos traz textos básicos e repetitivos. É bastante descritiva e gráfica, o que nos permite recriar o ambiente da canção em nossa mente. 

Jessica Mendes: Encaixa muito bem na vibe misteriosa da canção. Não é enfadonha e só repete na parte final que é um ponto a favor de entre tantos "na na na" e "la la la".

João Vermelho: Das melhores letras deste ano, um refrão inteligente. 

Neuza Ferreira: Sem dúvidas o melhor desta proposta. Letra impecável por parte dos Hooverphonic, como é ususal nas canções deles.

Pedro Lopes: Nota-se que a composição poética deste tema não foi pensada às três pancadas, como ainda acontece às vezes, com outros países. Também é um ponto positivo que destaco. Claro que aumenta a densidade da música, e ressalvo que mantenho alguma confusão sobre a “Johnny Cash t-shirt”. Fora isso, destaco pela positiva.

Tiago Lopes: A composição vai ao estilo do instrumental, tem algo de misterioso, o que terá acontecido na noite anterior? Neste aspecto ganha pontos porque é uma letra diferente em toda a competição. 

EUROVISÃO MINHA, QUE FUTURO SE AVIZINHA:

Daniel Fidalgo: A Bélgica não costuma dar-se muito bem com apresentações em palco… vamos ver se passam à final. 

Jessica Mendes: Só terá hipóteses de qualificação com uma atuação muito boa.

João Vermelho: Acredito que passará facilmente à final, e com uma boa atuação e um bom staging quem sabe não possa lutar por um top 10.

Neuza Ferreira: Passam à final.

Pedro Lopes: Esta música precisa de uma produção em palco muito, mas mesmo muito exigente. Se isso não for assegurado, tenho algumas dúvidas na qualificação.

Tiago Lopes: Um 13.º lugar já é bom.

PONTUAÇÃO FINAL

Daniel Fidalgo: 8 pontos

 

Jessica Mendes: 10 pontos

João Vermelho: 10 pontos

 

Neuza Ferreira: 6 pontos

Pedro Lopes: 6 pontos

Tiago Lopes: 5 pontos

45 pontos

ESTA MÚSICA NUMA SÓ EXPRESSÃO...

 

Daniel Fidalgo: E lá vai a Bélgica, com altos e baixos, mas sempre fiel a si…

Jessica Mendes: No lugar errado vai estar a música que passar à final em vez desta.

João Vermelho:  É isto que acontece quando se veste a camisola favorita do cônjuge. 

Neuza Ferreira: “I see his smiley face that makes me wanna cry”. Tenso.

Pedro Lopes: Se antes eu dizia que era muito à la James Bond, acham mesmo que mudei a minha opinião agora?

Tiago Lopes: Isto pedia era um Release do lugar errado.

CLASSIFICAÇÃO GERAL

1.º Lituânia - 59 pontos; 2.º Suécia - 46 pontos; 3.º Azerbaijão - 45 pontos; 4.º Bélgica - 45 pontos; 5.º Austrália - 43 pontos; 6.º Irlanda - 43 pontos; 7.º Rússia - 40 pontos; 8.º Eslovénia - 33 pontos; 9.º Macedónia do Norte - 13 pontos.

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Vídeo: Eurovision Song Contest