A 38ª edição do Festival Eurovisão da Canção aconteceu a 15
de Maio de 1993 na cidade de Millstreet, Irlanda. A apresentadora do evento foi
Fionnuala Sweeney. Este ano foi particularmente importante na história do
Festival, não só porque nasceu um futuro cronista (EU), mas devido às grandes alterações
nos sistemas de classificação dos países concorrentes. Participaram 25 países
nesta edição: o maior número de participantes até àquela data. Antes de prosseguir
com a análise da nossa participação este ano, penso que é necessário explicar o
porquê de um número tão elevado de concorrentes este ano. A Jugoslávia (que
participou de 1961 a 1992) desagregou-se entre 1991 e 1992, dando origem a
novas nações: Eslovénia, Croácia, Macedónia e Bósnia & Herzegovina. No ano
de 1993 ocorreu ainda a divisão da antiga Checoslováquia, criando-se, assim, a
Eslováquia e a República Checa. Ora, como muitos destes “novos” países
demonstraram interesse em participar na edição de 1993, foi necessário criar um
método para apurar quais os que iriam participar. A solução encontrada foi criar
uma pré-qualificação em que participavam 7 países (Croácia, Hungria, Estónia,
Roménia, Eslováquia, Eslovénia e Bósnia & Herzegovina) e dos quais só
passavam 3. Dessa pré-qualificação resultou a vitória da Bósnia, Croácia e da Eslovénia
que tiveram a sua estreia no ano de 1993.
Este ano fomos representados pela jovem Anabela, que nos
presenteou com uma balada intitulada “A cidade (até ser dia)” que possuía 3
ingredientes principais: era forte, bonita e com um refrão que fica no ouvido.
O refrão, apesar de ser bonito, é-o ainda mais na voz desta cantora, pois os
seus agudos são perfeitos e não irritam nada quem os ouve. De um modo geral,
acho que as pessoas gostaram da nossa música e isso reflectiu-se no resultado
final. A expressão de felicidade que a cantora teve durante toda a actuação
contribuiu, sem qualquer dúvida, para a harmonia da música e isso só pode
significar que a cantora nasceu para estar em cima de um palco. Os aplausos no
final foram mais do que merecidos e, pessoalmente, sinto-me bastante orgulhoso
de poder dizer que nasci num ano em que Portugal levou uma GRANDE música à
Eurovisão (caso raro…).
O palco era um pouco diferente daquilo a que os espectadores
estavam habituados a ver. Ainda assim, aquele toque de modernidade deu-lhe um
ar mais “agradável” à vista dos eurofãs. O efeito de “espelho” que se via no
tecto até que ficou engraçado.
No final da noite, voltámos a estar presentes no top 10, algo
que era raro acontecer. Mas foi por pouco… a Espanha quase que nos passava a
perna! Ficamos em 10º lugar com 60 pontos (a Espanha teve 58).
Como o Festival se realizou na Irlanda, o vencedor da noite
não podia deixar de ser…a Irlanda. Outra vez! A cantora Niamh Kavanagh (que
posteriormente representou o mesmo país em 2010) alcançou 187 pontos e
sagrou-se campeã. A canção chamava-se “In Your Eyes”. O Reino Unido voltou a
ficar em 2º lugar com uma margem de 25 pontos.
Crónica redigida por Armando Sousa, 05/10/2011
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