Em 1989, mais uma edição polémica…
Depois
de um ano (1988) histórico e polémico na Eurovisão, devido à diferença de
pontos da canção vencedora e do 2º lugar, 1989 foi um ano bem mais calmo, mas
polémico. Este ano o grande vencedor foi o grupo Riva com o seu tema “Rock Me”,
representando, assim, a Jugoslávia e alcançando a primeira vitória no concurso
para o seu país. A canção nada por si é especial, muitos até dizem que foi uma
vitória política, pois a Jugoslávia era considerada o país mais democrático dos
países de leste (o Muro de Berlim ainda não tinha caído).
O
34º Festival da Eurovisão da Canção de 1989 realizou-se a 6 de Maio em Lausanne
(na Suíça). Os apresentadores foram Lolita Morena, actriz e modelo, e Jacques
Deshenaux, jornalista.
Esta
edição foi bastante interessante num aspecto: dois cantores (Nathalie Pâque,
representando a França, e Gili Natanael, representando Israel) tinham apenas 11
e 12 anos, respectivamente. Devido aos protestos feitos à organização,
implantou-se, mais tarde, a regra de só artistas poderem participarem com mais
de 16 anos.
Portugal,
neste ano, decidiu levar o grupo Da Vinci com o tema “Conquistandor”,
alcançando um 16º lugar com 39 pontos, uma posição que deixou os Portugueses
muito desiludidos, porque acreditavam mesmo nesta participação. Até eu
acreditava…
Riva, a fama passageira…
Riva foi uma banda
pop jugoslava, nos finais da década 80. Os seus membros foram Emilia Kokic (vocalista), Zvonimir Zrilic, Nenad Nakic, Dalibor Musap e Bosko Colic. A sua carreira começou em 1988. No ano a seguir concorreram ao Festival Eurovisão da Canção, alcançando a vitória.
Depois das várias polémicas, após a vitória, o grupo Riva, em 1900, lançou o seu primeiro trabalho discográfico "Srce Laneta". Após a promoção do seu trabalho, desapareceram do mapa musical e nunca mais se ouviu falar neles.
A Canção Vencedora…
“Rock Me” é uma
música pop-rock, divertida, mas sem qualquer ponto de originalidade. A canção
foi a última a ser interpretada no palco, a 22º, a seguir à canção alemã
“Flieger” de Nino Angelo. Terminou em 1º lugar, com um total de 137 pontos.
Além da banda, quem ajudou a criar esta “não espectacular” música foi Stevo Cvikic (letrista), Rajko Dujmic (compositor) e Nikica Kalogjera (orquestrador).
A letra, a meu ver, é horrível, sem fundamento. A sua história é muito simples, pois a vocalista é convidada pelo presidente para assistir a espectáculo de um pianista e, como ele toca tão bem, ela pede-lhe uma música mexida para dançar. A música, o instrumental, já é de si irritante, a letra ainda a torna mais com as sucessivas repetições "Rock Me, Baby". Não é das músicas vencedoras que mais me agradaram da Eurovisão; hoje, até eu estar a escrever esta crónica, já me tinha cansado de ouvir.
Para sintetizar, Terry Wogan, comentador da BBC, considerou esta vitória como "a morte do Festival".
Foi assim nos palcos da Eurovisão…
A banda apresentou-se sempre muito colorida,
como a música assim pede. A meu ver, a banda até foi responsável em palco,
sempre muito divertida, mexida, interactiva com o público. Nada tenho a
apontar, o problema é mesmo a música. A qualidade vocal não foi uma das
melhores, mas a vocalista também não se safou assim tão mal (aliás a música não
pedia uma grande voz).
Em 2º lugar ficou mesmo o Reino Unido com Live
Report e o seu tema “Why Do I Always Get It Wrong”, com uma diferença de 7 pontos
de “Rock Me”. Com o último lugar e com 0 pontos, contentou-se a Islândia.
Concluindo, a actuação foi cativante, atractiva,
mas a música não era de qualidade vencedora. Como já disse no início da
crónica, a Jugoslávia só pode ter mesmo ganho por ser o país mais democrático
dos Países do Leste. Já se avizinhavam os anos negros futuros que a Eurovisão
iria oferecer…
Crónica redigida por Miguel Rodrigues, 03/10/2011
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