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[Crónica] Festival da Canção 2018 (2ª semifinal): Uma noite sem resultados polémicos


19h30, marca a hora da chegada do CE à RTP. Já vejo ao longe as pessoas na fila de espera para entrar no edíficio da nossa emissora nacional. As fofocas acontecem, as apostas prevalecem e as opiniões dispersam: quais são os artistas da 2ª semifinal que vão passar à final? O Diogo Piçarra vai conquistar os 12 pontos do júri?

Não demorei muito tempo até entrar no Estúdio 1. Sinto que o cenário estava demasiado parecido com o do ano passado. Se a intenção era continuar o sucesso do ano passado, penso que isso não passa por manter o mesmo estilo de cenário. Mas há coisas também mais importantes que isso...

20h30. Meia hora até começar a segunda semifinal. A azáfama continua, os colaboradores da emissora ainda não estão a sentar as pessoas nos lugares indicados. Nem sinal das apresentadoras. Nem um pequeno ensaio de luzes. Nada.

E, de repente, por detrás de mim, aparece Tânia Ribas de Oliveira com aquele lindo vestido branco, a cumprimentar de longe as pessoas que rodeavam o cenário. Sónia Araújo também não perde tempo, e todos ficam pensar se ela usa ou não extensões no cabelo. Seja como for, lindíssimas. Oiço de fundo alguém a afirmar: "A Sónia Araújo é tão magra, não se vê nem uma gordurinha naquele corpo". Quem pode, pode. Quem é fitness, pode tudo.

21h00: "Faltam cinco minutos para começarmos. Já ninguém pode mais entrar no estúdio". Os nervos aumentam, ainda não se viu nenhum artista. "Esta segunda semifinal é bem melhor que a primeira", oiço, na expectativa que esteja aqui o nosso representante eurovisivo.


Ainda nem o festival começou e já sinto dor nas costas. De barriga vazia, tento arranjar alguma forma para me sentir confortável nos assentos que a RTP nos disponibilizou. Mas em vão. A dor não passa. RTP, podias ter colocado nem que seja uma almofadinha ou um encosto para as costas. Acredita, nós agradecíamos.

Ui, Tânia, cuidado! Não caias logo no primeiro minuto que começa o festival. Eu sei que ia aumentar as audiências, mas ninguém quer que saias magoada! Apresentações feitas, encha-chouriços também, e rapidamente as atuações começam.

A Maria Inês Paris não sai muito satisfeita após a sua atuação. Parece que a RTP iniciou demasiado cedo o instrumental e, quando a emissão em estúdio foi para o ar, a música já tinha começado há uns valentes 10 segundos. Da mesma frustração não partilha Dora Fidalgo, que sai de sorriso rasgado do palco e a acenar para o público.


Até chegar Sequin e o público baixar a cabeça de desilusão: "Pensei que a canção fosse melhor". Oiço, e concordo com muita pena minha. Era a proposta em inglês de que mais gostava. Pensava eu. Mas os pensamentos dissipam-se quando o Diogo Piçarra se prepara para cantar a sua "Canção do Fim". Os aplausos ouvem-se, as ovações também, e eu só sei que o vencedor do festival já foi encontrado. Tinha a certeza absoluta de que, viesse o que viesse, nada era capaz de impedir a vitória ao jovem Diogo.

Ainda atordoado da atuação fascinante, oiço com pouca atenção David Pessoa e Tamin. Parecem propostas aceitáveis, mas não suficientemente fortes para ganhar. A Cláudia Pascoal, com o seu cabelo rosa vibrante, sorri e deixa todos à sua mercê. A forma como esta rapariga expressa as palavras, a maneira crua e sincera com que canta... bem, todo eu estava arrepiado dos meus pés até à minha cabeça. É pena existir um Diogo, porque se não... a vitória era da Cláudia. E eu que achava que ela já merecia ter ganho o The Voice...


A alegria volta a surgiu. "Patati Patata" surge e põe as pessoas a dançar mesmo sentadas. Das atuações mais aplaudidas e acarinhadas, até o júri sorri a vê-las a cantar de forma tão terna em palco. Que queridas.

Rita Ruivo e Susana Travassos seguem. Um momento mais calmo, introspetivo, como acontece em quase 80% das músicas deste Festival da Canção. "A voz da Susana é muito boa", "Queria ter um corpo como o da Rita", continuo a ouvir. E eu só penso: "Para quando o intervalo? As minhas costas sangram de dores."


A rainha aparece, entretanto, em branco. Lili veio para arrasar. Mas que voz incrível. Dá uma abada a qualquer um nos tons agudos. O público parece gostar, eu achei, sinceramente, mais ou menos.

Já ninguém tem postura para as últimas duas atuações. Daniela Onís canta lindamente a sua fraca canção, e a música do Peter Serrado lembra-me a tantas que se ouvem na rádio hoje em dia. Não me parece que seja o ano em que apostemos no inglês...

Finalmente, intervalo. Graças a Deus! Graças à RTP! Levanto-me logo, preciso de esticar o meu corpo. A barriga dá horas. E eu ainda tenho uma hora para esperar pelos resultados. O que vale é que os intervals acts não foram, de todo, maus e esquecíveis. Aquela interpretação do Playback, uau, o palco ia abaixo! E o Herman José, em tom provocador e sedutor, a querer dar um beijo às apresentadoras e aos jurados.

Vamos lá despachar aquilo que é previsível. Diogo Piçarra, o favorito do público, como era esperado. E também do júri. A segunda canção, da Cláudia Pascoal, também a ser unânime no júri e televoto. As músicas em inglês super mal classificadas - nem sei como o Peter conseguiu a passagem. A repetição da Maria Inês Paris deu-lhe jeito - à segunda vez ficou no ouvido do público...

Afinal o Festival da Canção não tem assim tanta polémica. E não vale a pena fazer apostas e trocar opiniões de quem vai vencer o concurso. Esse tem apenas um nome: Diogo. Decorem o nome dele, porque ele vai fazer estragos na Eurovisão.

Esta crónica está disponível numa versão áudio, acompanhada por um vídeo que mostra a vida no estúdio da RTP durante o Festival da Canção. Ouça a crónica no vídeo que se segue.


Imagens/Vídeos: RTP

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