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[Especial] O que pensamos sobre as acusações de plágio e a desistência de Diogo Piçarra do Festival da Canção 2018?


Face aos últimos acontecimentos no Festival da Canção, referentes às acusações de plágio de Diogo Piçarra, e a da sua consequente desistência, o Crónicas de Eurofestivais expressa no seguinte artigo aquilo que realmente pensa sobre o assunto.

Como é hábito do nosso projeto, o Crónicas de Eurofestivais orgulha-se de ser um projeto independente, que não tem medo de dar a sua opinião e assume-se como um meio de comunicação social interventivo. Sendo assim, este tema não podia ser esquecido. Saiba a nossa opinião de seguida.





Diogo Canudo

Não há maneiras para explicar isto. Parece que, quando damos dois passos à frente, tentamos estragar de tudo aquilo que fizemos bem. Portugal pode ter todo o mérito de ganhar a Eurovisão, no entanto é preciso que os portugueses também ganhem uma coisa: integridade. Julgamentos, mais críticas, mais opiniões no sentido "estou tão feliz por ele ter desistido". Mas quem é capaz de estar feliz com a infelicidade dos outros? Quem é capaz de perder tempo a acusar alguém? Mas vocês são quem? Antes de alguém ser acusado, é preciso provas. Antes que se assuma alguma coisa, é preciso provas. Não é preciso opiniões de merdas, a deitar abaixo alguém só por mero divertimento. Pergunto, quem são vocês? Tal como eu, não são ninguém. Ninguém tem o direito de magoar, fazer comentários depreciativos, no sentido de prejudicar alguém. 

Por tantas polémicas que se geraram à volta deste tema nos últimos, fizeram com que um dos artistas mais importantes da atualidade em Portugal perdesse o encanto pelo concurso e quisesse desistir. Parabéns, o Festival, os fãs e a RTP estão a ir por um bom caminho. Que mensagem os outros grandes artistas tiram daqui? Que participar neste concurso só traz dores de cabeça e, até a ver, não lhes traz nada demais às suas carreiras, que já estão estabelecidas. Tenho vergonha muitas vezes das pessoas que tomam estas atitudes, exactamente porque não são ninguém.

Pelo respeito que tenho ao cantor, e por ter dado o benefício da dúvida a um Festival que renasceu há apenas 1 ano e que muitos ainda não acreditam, obrigado. Obrigado, mas o esforço não valeu a pena porque muitas das pessoas que fazem as críticas continuam a ser as mesmas.


André Sousa

É com tristeza que assisto a toda esta polémica em torno da música a concurso levada pelo Diogo Piçarra, a "Canção do Fim".

Se acreditava que esta música tinha potencial para representar Portugal, agora acho que Portugal não merece tal representação.

São com atitudes como estas, com meios de comunicação inflamados pela polémica e pela maledicência, que o Festival RTP da Canção tantos anos viveu na sombra da sociedade.
E sabem que mais? É bem feita! Bem feita que não apareçam a concurso mais artistas tão capazes como o Diogo.

Para quê apostar num pais que em vez de valorizar, destrói?

Mais uma vez digo que tenho pena deste lamentável episódio, de ler pessoas que dizem estarem felizes com toda esta situação, que vejo estampado no rosto de quem não vale nada... a premissa de que conseguiu chegar àquilo que queria - à desistência de um grande artista em prol de uma possível vitória da canção que eles mais gostam.

Por isso, volto a afirmar - Portugal não te merece! Portugal não merece pessoas capazes como tu a darem o máximo de si neste concurso. E assim acabo, da mesma forma que comecei. Com tristeza.
No meu pais. Nas pessoas. E na não valorização da arte.


Daniel Fidalgo

“Podem fazer muros, mas não tapam a alma”… por mais fãs destiladores de ódio, sempre à procura do menos bonito, sempre à espera de ver o grande a cair, de criticar todas as tentativas de progresso e de qualidade do Festival da Canção, a alma do Diogo não irá ser tapada por um programa de televisão que, simplesmente, não o merece… ou melhor, que uma parte dos fãs do  Festival da Canção não o merecem.

Não tem problema algum em dizer que não se gosta de uma canção. Mas passa a ser desumano fazer uso das redes sociais para lançar farpas em todas as direções. Aquilo que devia ser um programa de união musical, referindo-me ao festival e à Eurovisão, nos dias de hoje, não passa de uma luta de egos, onde o mais importante é arrasar uma canção do que propriamente o sentimento de união nacional/europeia.

Sinto-me triste… sinto-me triste simplesmente por terem tratado mal um artista com a popularidade do Diogo. O que esperar a partir daqui? A mim parece-me óbvio… nomes sonantes no Festival da Canção? Lamento, mas chegaram ao fim… nenhum artista de renome se deve sujeitar a este mar de críticas pouco felizes…

Relativamente ao plágio, não há muito a dizer… sim as canções têm a mesma progressão, agora se o Diogo alguma vez terá ouvido a outra canção? Claro que não… Quantas músicas pop vão à Eurovisão e têm exatamente a mesma progressão, a mesma melodia, o mesmo refrão?

Ao Diogo resta-me desejar-lhe a continuação de uma grande carreira, um dos poucos a fazer pop comercial de qualidade em Portugal. Quanto ao Festival da Canção? Não o merece… ou melhor, os fãs do Festival da Canção não o merecem.


Pedro Anselmo

Na minha opinião, a polémica em volta do suposto plágio do Diogo Piçarra é apenas ridícula. O facto das canções serem parecidas é uma infeliz coincidência. Não sei de onde foram desencantar esta música de uma igreja evangélica qualquer dos anos 70, da qual nunca ninguém ouviu falar e vêm agora com estas tretas. Acredito mesmo que o Diogo quisesse plagiar alguma canção e por em causa a sua carreira já bem estabelecida por uma participação no Festival da Canção. A música existe desde sempre e é natural que algumas melodias se vão repetindo, vai chegar a um ponto em que já não se vão conseguir inventar mais.

Foi incrível a pressão feita em cima dele por causa desta polémica. Tenho muita pena que tenha desistido por isto, mas estou certo que esta situação é bastante incómoda para ele e percebo a desistência. Só espero que volte no futuro com ainda mais força e que os portugueses deixem de fazer tempestades num copo de água com coisas que não têm sentido.


Neuza Ferreira

Passei os últimos dias a tentar evitar todo este assunto em volta do suposto plágio da canção do Diogo Piçarra, mas não consigo, de todo, ficar indiferente à sua desistência do Festival da Canção. Um grande artista português, dos melhores que tínhamos este ano no festival, foi completamente humilhado.

Realmente, eu acredito completamente que o Diogo Piçarra, um rapaz formado que percorreu um longo caminho para estar onde estar, tenha perdido umas boas horas à procura de uma canção que lhe desse jeito para o festival, pondo também a sua carreira em causa, nem me passa outra coisa pela coisa... Enfim. Com tanto drama barato em relação a um pseudo plágio, conseguiram o que queriam: ele vai levar o seu brilhante trabalho e profissionalismo para outro lado. Mas sabem quem perdeu no meio disto tudo? Nós! A carreira dele não vai acabar por causa disto. A carreira dele não dependia de uma participação no FC, nem de uma eventual participação da Eurovisão.

Querem bons compositores e bons intérpretes no festival? Querem um festival à grande? Depois disto, bem podem esperar sentados, porque nos próximos tempos ninguém de renome na música portuguesa se vai querer sujeitar a passar por uma situação semelhante a esta.


Pedro Lopes

O Festival mudou. Para melhor, achávamos nós. Já tinha mudado mesmo antes da inédita vitória do nosso país naquele que é o maior concurso de música do Mundo. A nossa vitória na Eurovisão era também o resultado na nova aposta forte que se tinha vivido, momentos antes, com o Festival da Canção de 2017. Um Festival que mudou a imagem, e que, convenhamos, teve a sorte de encontrar a Luísa e o Salvador.

Mas a partir daí, tudo o que viesse a seguir só podia ser melhor. E assim começou. Críticas à parte, com fundamento ou não, a edição de 2018 tinha mais que razões para superiorizar a do ano passado. Contudo, é o Festival. É aquele programa que já moveu gerações. O programa de entretimento. Aquele que apelidam de que não é “bom se não tiver um pouquinho de polémica”. Aquele que pode ser para nichos, mas com expressão capaz de demolir o que de melhor se propunha a apresentar ao país.

Diogo Piçarra foi lançado aos cães. Foi atirado para um ringue de combate onde, sozinho, e olhando para tudo aquilo que contruiu até aqui, decidiu sair. De cabeça erguida, atrevo-me a dizer. Por muito igual que sejam as duas músicas, porque são, nenhum artista merece ser “chacinado” por aqueles que muitas vezes se apelidam como os maiores fãs do Festival da Canção. O Diogo desistiu. Não si. Não da sua canção. Desistiu de um Festival que ainda, infelizmente, não consegue responder perante aquelas que poderão ser as afrontas dos artistas que deveria proteger. Pior que isso são aqueles que levam ao extremo as emoções de uma produção que sobrevaloriza a música, não o reality. O Festival continua. O Diogo continua. Mas nenhum dos lados merecia isto.

Obrigado, Diogo.


Patrícia Leite

Custa-me imenso a acreditar que isto tenha acontecido no Festival da Canção RTP 2018. Sem querer tomar partidos, a canção do Diogo Piçarra era das mais bonitas e, a potencial vencedora este ano. Não creio que, com uma carreira sólida, o Diogo fosse copiar tal canção de propósito. Isto acontece aos melhores, é um facto. Porém houve outros casos em anos anteriores onde isso aconteceu, e o caso não teve proporções nenhumas. Por exemplo, a Alemanha no ano passado levou uma versão de “Titanium” de David Guetta e continuou a concurso. Porque é que o Diogo não há-de continuar com uma música, onde a suposta semelhante nem sequer é conhecida?! Aliás, se formos a ver todos os casos onde isso acontece, nunca mais saíamos daqui. 

Para além disso, acontecer isto no ano em que Portugal recebe o grande “Eurovision Song Contest”, e no ano em que todos os olhos estão postos neste “pequeno retângulo à beira-mar plantado”, é péssimo para nós, pois deixa passar uma imagem muito errada. Na minha opinião, sendo a música “original” pouco conhecida, é incorreto aquilo que estão a fazer com o Diogo.  

Isto só nos mostra que, apesar dos esforços feitos para reavivar o Festival da Canção, eles não irão dar em nada, pois os anos de ouro do programa já lá vão e não voltam atrás. Por muito que tentem, acho que não terão nenhum Melodifestivalen, onde os melhores cantores do país querem participar. Não!

É por estas coisas que os cantores de renome em Portugal não querem participar no Festival, porque eles não precisam desta participação para provar que são bons nas músicas que compõem, escrevem, interpretam, etc. A carreira deles está sólida e de bom estado de saúde e, por isso, nunca virão ao festival para a manchar ou serem simplesmente acusados de plágio.

Imagem: RTP

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