Crónicas de Eurofestivais
Crónica sobre as participações de Portugal na Eurovisão: "Se eu te pudesse abraçar" de Alma Lusa (1998)
A 43ª edição do
Festival Eurovisão da Canção realizou-se a 9 de Maio de 1998, em Birmingham, Reino Unido. Os apresentadores do evento foram Terry Wogan e
Ulrika Johnsson. Para os amantes da Eurovisão que gostavam de ver a orquestra a
tocar ao vivo, este foi o último festival em que tal aconteceu. Recentemente
têm surgido várias petições de grupos que querem que a orquestra ao vivo volte
a fazer parte do ESC.
Devido à regra do
número de participantes, voltaram a estar presentes 25 nações no grande palco.
Neste magnífico ano tivemos a desistência de 6 países (Rússia, Itália, Islândia,
Dinamarca, Bósnia&Herzegovina e Áustria) e o regresso de outros 5 (Finlândia,
Bélgica, Israel, Roménia, Eslováquia). Houve ainda tempo para a estreia de um
novo país no concurso: a Macedónia.
Este ano Portugal foi representado por um grupo, os Alma Lusa
e a sua música “Se eu te pudesse abraçar”. Com letra e música de José Cid, este
foi dos temas que mais me agradou ver no ESC. À semelhança de 1996, esta
participação foi tipicamente portuguesa! O que foi de facto muito bom para nós.
Na minha opinião, esta música talvez fosse melhor que a de Lúcia Moniz. Ambas exaltavam
a identidade lusitana e outros valores lusitanos, mas acho que esta
participação foi mais animada. A sonoridade, apesar de similar, tinha também algo
que a distinguia de todas as nossas outras participações. A cantora estava
bastante bonita naquele vestido vermelho e com um penteado à “Emma Watson”. Acho
que é impossível estar a ouvir este tema e não se gostar dele, pois é muito
bonito e agradável de se ouvir. Tal como a Andreia disse na tertúlia do passado
domingo, se este tema era assim tão parecido (e em alguns aspectos superior) ao
de 1996, por que razão não obteve um lugar semelhante? A verdade é que, para
contrastar com o 6º lugar de dois anos antes, desta vez ficámos mais ou menos a
meio da tabela classificativa. Obtivemos um 12º lugar, o que foi mau quando se
analisa o conjunto total da nossa apresentação (visual, melodia, letra, originalidade,
prestação em palco, etc.). Esta foi, na minha opinião, das nossas melhores
prestações em palco e que realmente mostrou como é Portugal e o que significa
ser português. Mas parece-me que, em parte, a mensagem que se pretendia transmitir
com a música passou para o público e isso reflectiu-se no resultado final.
A grande vencedora da noite foi a nação de Israel. Após um
ano de ausência, este país voltou com a máxima força ao concurso. Dana
International cantou e encantou com o tema “Diva”, interpretado em hebraico e obtendo 172 pontos (apenas mais 6 do que o segundo classificado). A sua vitória
foi polémica, devido ao facto de Dana ser transexual e de ter participado no
Festival. Mas a sua vitória foi mais do que justa, pois também serviu para
mostrar que o que realmente conta é a qualidade musical (nem sempre, mas na
maioria dos casos). Até mesmo em Israel, a maioria
da população era contra a sua participação no ESC, mas aposto que depois da sua
vitória muitos mudaram de opinião. O que é verdade é que este ano ganhou uma
grande música (considerada por muitos como a melhor vitória de sempre),
interpretada por uma grande cantora que mostrou não se deixar ir abaixo com os comentários
de gente inferior a ela. A mesma cantora participou na Eurovisão em 2011, porém
com um tema um pouco inferior e que não causou tanto sucesso.
Crónica redigida por Armando Sousa, 19/10/2011
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