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"TERTÚLIAS EUROVISIVAS" - quinta capa


CAPA 22:
 
  
Diogo Canudo: Boa tarde, caros leitores! Aqui estamos nós, eu e a coitadinha (Andreia), para "tertuliarmos" mais um tema! Como está a ser o teu Domingo, Andreia?
Andreia Fonseca: Está a ser um Domingo fraquinho… Muito por culpa do meu parceiro de tertúlias… Mas isso agora não interessa nada. Olá caro leitor, obrigado pela sua companhia. Espero que goste do que vai ler em seguida. 
Diogo Canudo: Faz-te de vítima, faz-te! Eu sou a melhor pessoa do mundo, um anjinho caído do céu. O público é que ainda não conhece essa tua faceta ahah! Qual vai ser o tema, minha querida, bonita, extraordinária, perfeita, magnífica, Andreia? 
Andreia Fonseca: Ui tanta graxa! O tema desta semana soa a conspiração… “E porquê?”, perguntas tu e muito bem… Porque vamos falar de uma suposta vitória “fabricada”. Melhor do que falar de temas eurovisivos, só mesmo descobrir as artimanhas que suportam este espectáculo televisivo que encanta milhões. O título da capa desta semana é “Sandra Kim, uma vitória “fabricada". 
Diogo Canudo: Antes de iniciar também o tema, Andreia, preciso de te dizer que não sou sapateiro para dar graxa. Agora, voltando ao tema, porque é que será que as “supostas vitórias fabricadas” geram tanta confusão? Aliás, eu quando oiço alguém a falar sobre a Eurovisão, só me dizem que aquilo “é tudo comprado”. Sinceramente, não percebo qual a importância que a revista, TV Guia, deu, porque sempre houve na Eurovisão “vitórias pagas”. É que parece que só em 1986, os jornalistas, tão ingénuos, descobriram que tudo é comprado.
Andreia Fonseca: Eu penso que, quando se refere ao termo “fabricada”, a revista em questão não pretende dizer que foi manipulada, ou com dinheiros ocultos à mistura. Eu encarei o título apresentado na capa em análise como uma referência ao trabalho e planeamento realizados antes da participação belga. A mistura da música (um tema alegre e juvenil) com a cantora (carinha de anjo e com menos de 16 anos de idade!) resultou muito bem em palco. Penso que, nesse sentido a vitória foi mesmo fabricada… Tudo foi pensado ao pormenor para “encantar” o telespectador.
Diogo Canudo: Pode até o ser sido, mas continuo a afirmar que a vitória de Sandra Kim foi das mais polémicas de sempre da Eurovisão. De facto é importante apresentar o seu tema musical dignamente, com uma grande manipulação do palco. Mas não conta só isso… Antes, os vencedores eram quase sempre os países mais ricos e industrializados da Europa (Inglaterra, Itália, Alemanha, Bélgica, Holanda, Suécia,…), agora são os países do Leste que mais triunfam na Eurovisão. E porquê?
Andreia Fonseca: O porquê sempre se soube… Aliás a própria constituição dos “Big 5” é uma prova do poder do dinheiro neste concurso. Agora, penso que a Bélgica elaborou um plano muito habilidoso para a sua participação nessa edição do ESC. Se a comprou ou não, isso não me importa, mas foram, de facto, muito espertos ao levar uma criança “camuflada” em sua representação. Já sabemos que os telespectadores ficam derretidos ao ver crianças a cantar, dançar, representar ou até mesmo contar anedotas (prova disso são os infindáveis programas de TV que se aproveitam delas).
Diogo Canudo: Apesar de sempre ouvir dizer que “desde pequenino, se torce o pepino”, acho uma falta de respeito o facto das TV’s se aproveitarem das crianças. Não é por elas estarem ali que deixa de ser trabalho infantil… Sou muito sincero, Andreia, nada gostei desta vitória e acho ridículo a estação de televisiva belga aproveitar-se tanto de uma rapariga, que ainda nem adulta é. Foram espertos, mas pouco criativos…
Andreia Fonseca: Eu acho que foram criativos, o problema foi a falta de honestidade e respeito pelas leis estabelecidas. Mas agora nada se pode fazer quanto a essa situação, ficando de exemplo aquilo que a ambição desmesurada faz, levando mesmo a ocultar a idade de uma criança. Mas esta não foi a única vitória “fabricada”… Vê só alguns exemplos… A vitória da Noruega em 1995. Tudo foi planeado no Eurofestival de 1994, aliás a própria violinista do grupo fazia parte da orquestra desse ano (e era Irlandesa, fazendo esta vitória um pouco caseira). A própria melodia transparece sonoridades irlandesas. Outra vitória planeada foi a da Ruslana em 2004. Ela percorreu a Europa, promovendo a sua “dança selvagem”, uma coreografia (mais do que música) muito apelativa. Toda essa publicidade rendeu-lhe uma vitória (na segunda participação ucraniana). 

Diogo Canudo: E até a vitória de 2011 por parte do Azerbaijão. O Azerbaijão, desde que entrou no Festival Eurovisão, já se andava a preparar para o ganhar, sempre com propostas inteligentes e com um esbanjamento abominável que fazia nas suas apresentações. Eu ainda me lembro do quanto foi polémico o dinheiro despendido pelo Azerbaijão com a Safura – mais de um milhão! Também considero Israel esperto, por mandar na década 90, a transsexual Dana International, algo que não se via com regularidade, neste tempo, e até metia a sua piada e deu polémica. Mesmo assim, tenho de admitir que “Diva” foi uma das vitórias mais bem conseguidas da Eurovisão!
Andreia Fonseca: Pessoalmente, não aprecio a vitória da Dana International. Não! Não tenho nada contra a sua transsexualidade, até porque cada um deve ser livre para ser feliz à sua maneira. Simplesmente o tema “Diva” marcou a viragem do Eurofestival… Para pior… Em 1999 perdemos a orquestra ao vivo e começou, de forma mais marcada, a era plástica. Músicas com batidas computorizadas e sem qualquer construção melódica de jeito. Mas isso são outras conversas, quem sabe para outro tema. Melhor do que as vitórias fabricadas, são aquelas que o eram para ser e depois não se viram concretizadas. Grandes favoritos à vitória que tiveram de enviar o champanhe de volta para o frigorífico. Os próprios Blue explicaram, no documentário relativo à sua participação, os passos que efectuaram de modo a obterem uma canção vencedora… De facto houve muito planeamento, mas o resultado final ficou aquém das expectativas. 
Diogo Canudo: Os Blue têm muitos “haters” em todo o Mundo, a performance em palco foi estúpida e egocêntrica e a EBU odeia cantores famosos e repetentes no certamente, por isso não me admira nada isso (se bem que preferia que o prémio fosse entregue ao Reino Unido do que ao Azerbaijão). Mas sinceramente, em relação a este ano, mais favoritos à vitória eram Eric Saade (que terminou muito bem) e Amaury Vassili (que terminou muito mal).
Andreia Fonseca: Com “haters” ou sem eles, pelo menos os Blue importaram-se e deram o que tinham a dar. Para mim isso tem valor, mais do que muitas vitórias sem nexo às quais já assisti (como a da Letónia em 2002). Outra vitória “fabricada”, e até importada da América, foi a da Rússia em 2008. Um tema composto por um ícone da música americana (que na altura fazia duetos com tudo que era cantor conhecido), interpretado por um cantor repetente com a mania que era importante. Acrescente-se a esta equação vencedora uma mini pista de gelo, onde outro convencido faz acrobacias acompanhado de um violinista que dá um toque dramático à coisa.
Diogo Canudo: AIIIIIIIII, TU NEM ME FALAS DE 2008! Um dos melhores anos que assisti e um desfecho ridículo! “Believe” nada tinha, e tem, de interessante! A minha bela e esplendorosa Ani Lorak foi tão injustiçada com o seu 2º lugar! Essa sim é que conseguiu contagiar o público, uma das poucas actuações dos últimos anos que me despertou, realmente, muito interesse! Já para nem falar da injustiça com Vânia Fernandes… Apesar de a nossa música ter sido uma das melhores de 2008, a RTP não fabricou a vitória. Muitas vezes isto também é culpa das estações televisivas… Mas, pronto, apesar de isto ser um festival europeu, as Américas sempre andaram por cá. Além da vitória da Rússia em 2008, a partir de 1999, como tu bem disseste, a Eurovisão estragou-se devido à qualidade musical, fraca digo já, que a América ofereceu ao Mundo e que contagiou tudo e todos!
Andreia Fonseca: Esse contágio demonstra que o Festival Eurovisão da Canção acompanha os tempos modernos… Se isso é bom? Não, mas faz com que este concurso seja transmitido por todo o mundo e tenha boas prospectivas de longevidade… Porque se adapta. Eu penso que no que toca às participações portuguesas, o que se aproximou mais a uma vitória “fabricada” foi o tema de 2005. Que tentou inovar, inserir uma coreografia, cantar em inglês e surpreender em termos de apresentação em palco e guarda-roupa. Se valeu a pena? Não… Porque o produto final tinha “defeito de fabrico”. Mas valeu pela tentativa. Em jeito de conclusão, pelo menos da minha parte, muitas são as participações fabricadas, algumas com bons resultados, outras que falharam em algum momento. Penso que é positivo, para o espectáculo em si, que haja este planeamento, uma vez que demonstra a preocupação dos países.

Diogo Canudo: Um tema que me agradou muito, em 2005, mas só pela versão estúdio, já que ao vivo é de fugir! Bem, Andreia, está na altura de irmos embora, certo? Não te lembras que temos de agendar em qual hotel iremos ficar, na nossa estadia pelo Azerbaijão em 2012? Já se fazem alas, irra!
Andreia Fonseca: É verdade... O tempo começa a escassear e ainda há muito a planear… E ainda temos de comprar comida enlatada para levar que eu não como comidas estranhas de Leste. Obrigado leitor por nos acompanhar… E não se esqueça de comentar, porque teremos todo o gosto em continuar esta tertúlia consigo.
Diogo Canudo: É verdade, ainda nos aparecem no prato ratos, moscas, baratas, BAHHH! Bem, caros leitores, muito obrigado pelo tempo despendido a ler esta crónica! Continue a seguir-nos, todos os Domingos! Se quiser continuar a conversa, faça-o! Até lá!

  Tertúlia realizada por Andreia Fonseca e Diogo Canudo, 02/10/2011
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  1. Mais uma excelente Tertúlia de Domingo! Parabéns! Saudações Eurovisivas aos meus companheiros do Blog!

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  2. "Uma vitória fabricada",este é sem duvida o titulo que melhor pode descrever a vitória da Belgica em 1986,aliás muito antes de o Eurofestival ter lugar já ninguém tinha duvidas de que o vencedor estava encontrado!!!...a unica sem culpa desta vitória foi mesmo a Sandra Kim que foi fazer o seu trabalhinho o melhor que sabia,depois toda a polémica envolta em torno da sua idade,o apelo a todos para gostarem da vida na voz de uma menina que claro está convenceu os jurados,ou será que convenceu mesmo?pois essa é uma questão que ficará sempre em aberto!!!
    Pena que em 1986 haviam canções com qualidade,bem elaboradas e servidas por excelentes vozes,estamos a falar dos anos 80,onde a orquestra brilhava e o artista tinha mesmo de mostrar o que valia sem grandes encenações...mas para não vos aborrecer mais acabo este comentário só para dizer que até hoje não compreendo como uma canção,uma voz,uma presença como a da Daniela Simon que representou a Suíça não consegui a vtória mais que justa num ano onde a nossa Dora foi uma revelação e mostrou á Europa que em Portugal também se podia ser diferente!!!e para mim a participação Portuguesa marcou a diferença e alguns votos no quadro das votações.
    Mais uma capa que dá para recuar no tempo e dar-nos a ver como uma canção sem conteudo consegue vencer um Eurofestival!!!é caso para dizer"J´aime la vie"
    Até para a semana.

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  3. nao sei se voces sabem mas em 2005 portugal juntamente com outros paises, foi vitima de boicote no sistema sonoro.

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