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[Crónica] Portugal na Eurovisão: "Esta Balada Que Te Dou" de Armando Gama (1983)


         Depois da vitória da Alemanha, no ano anterior, a edição número 28 do Festival Eurovisão da Canção teve lugar na cidade de Munique. Portanto, o evento ocorreu no Rudi-Sedlmayer-Halle de Munique, sob a apresentação de Marlène Charell. No total participaram 20 países, tendo a Irlanda abandonado o concurso e, por outro lado, a França, Grécia e Itália regressaram para nos brindarem com as suas músicas.

  
 

           Ao contrário do ano anterior em que levamos uma música bastante animada para a época, nesta edição o nosso país decidiu apostar numa simples balada de piano e voz. A canção intitulada de “Esta Balada Que Te Deu” e interpretada por Armando Gama, na minha opinião, não foi das nossas melhores prestações no concurso. Eu até gosto da letra e do arranjo musical (ambos da autoria do intérprete) mas da apresentação em si não gostei. É óbvio que o cantor, estando sentado em frente ao piano, não se poderia mexer muito, por isso deveria ter optado por melhorar as suas expressões faciais de forma a mostrar um pouco do sentimento que a música pretendia passar para o público. Acho que isso não foi inteiramente conseguido (até mesmo a própria pronúncia do cantor foi um pouco estranha). Não entendo o porquê de ele dizer “linda, linda esta balada que te dou” daquela forma que parece um pouco (e peço já desculpa pois não quero ofender ninguém) infantil. Mesmo nas partes em que o cantor dizia “que te dou”, a frase acabava de forma muito abrupta. Aconselho a que vejam o vídeo da nossa apresentação e que depois digam o que acharam da forma como Armando Gama diz as frases. Acho, por exemplo, que a versão desta música que João Portugal fez para a novela Anjo Meu, em exibição na TVI, está bem melhor do que aquela que nos representou no dia 23 de Abril de 1983. Com isto pretendo dizer que até podemos levar uma balada romântica ,apenas com piano e voz, só que há muitas maneiras de a apresentar em palco e é preciso escolher muito bem a forma como se coordena o conjunto total: música + letra + apresentação em palco. Um caso concreto foi o que aconteceu em 2010 com a nossa representante. Apesar de não gostar da música a concurso, não posso deixar de admitir que o trabalho de câmaras feito com Filipa Azevedo foi excelente. Um bom exemplo de como uma balada romântica se pode tornar mais emocionante e cativante. Também é certo que na década de 80 os progressos a nível de imagem (como luzes e efeitos de fogo e de fumo) ainda não tinham atingido os níveis de hoje, mas acho que até naquela altura poderia ter sido feito uma melhor apresentação com a nossa música de forma a obtermos um melhor resultado.
            A nossa classificação final até nem foi má de todo, pois obtivemos exactamente o mesmo lugar que em 1982 com as DOCE: um 13º lugar. Ou seja, nem melhoramos nem pioramos. Mas desta vez obtivemos 33 pontos em vez de 32 (tanto...). Também se tivéssemos obtido um lugar melhor, apesar de ser benéfico para a nossa história no concurso, seria profundamente injusto quando comparado com o trabalho realizado pelas DOCE e o seu resultado, pois este foi francamente melhor. 



         No final da noite quem acabou por ver a sua música vencedora foi Corinne Hermès, que representou o Luxemburgo com a música “Si la vie est cadeau”. Obteve um total de 142 pontos (mais seis do que o segundo classificado – Israel, que, pelo segundo ano consecutivo, acabou em 2º). Esta foi também a última vitória do Luxemburgo no concurso. A Turquia e a Espanha tiveram que repartir o último lugar, ambos com pontuação nula. 


Crónica redigida por Armando Sousa, 24/08/11

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