[Crónica] Portugal na Eurovisão: "Sobe, Sobe, Balão Sobe" de Manuela Bravo (1979)

Manuela Bravo – Sobe, Sobe, Balão Sobe (Portugal 1979)

       Para celebrar a sua 15ª participação no grande Festival Eurovisão da Canção, Portugal escolheu uma música bastante animada. A felizarda, a quem coube a sorte de representar o nosso país no dia 31 de Março em Jerusalém, foi Manuela Bravo e a sua “Sobe, Sobe, Balão Sobe”.

       Um dos pontos positivos deste ano foi a apresentação dos vídeos promocionais das canções a concurso. Estes mostravam características específicas de cada país, e, como não podia deixar de ser, no caso de Portugal foi valorizada a época dos Descobrimentos (com recurso às imagens de pescadores e de barcos) e o célebre Vinho do Porto! 

     O número de participantes caiu, em um país, relativamente ao ano anterior. A Turquia foi pressionada por outros países muçulmanos a não participar neste ano, SIMPLESMENTE porque o festival se realizava em Israel. Ponto negativo para a Turquia que não devia deixar que meras questões políticas e ideológicas “estragassem” a maior festa da música da Europa…

      Pode dizer-se que este ano, e ao contrário das nossas últimas duas participações, a nossa música foi bem escolhida. Uma música bastante animada e que divertiu os presentes, sendo de louvar o trabalho de Carlos Nóbrega e Sousa (tanto na autoria da letra como da música). Mais ainda, pode dizer-se que esta música foi, talvez, um pouco diferente do que era costume levarmos, o que pode ter contribuído para o nosso resultado final. Penso que o principal ponto negativo da nossa apresentação foi o facto de a letra ser um pouco repetitiva, com a cantora sempre a dizer “sobe, sobe, balão sobe, vai pedir aquela estrela, que me deixe lá viver… e sonhar. Levo o meu amor comigo, pois eu sei que encontrei, o lugar ideal para amar.” Mas não se pode negar que fica no ouvido. Típico… A apresentação em si também poderia ter sido um pouco melhorada. Não que a cantora estivesse mal vocalmente, até porque foi bastante afinada e com uns agudos perfeitos, mas mexeu-se demasiado ao tentar dançar ao ritmo desta música. Acho que não ficou lá muito bem. Para mim, o momento mais bonito da nossa apresentação foi quando a cantora cantou o refrão mas num tom mais suave e quase com a ausência do instrumental. Ficou muito bonito mesmo! 

       Contudo, diria que no final do espectáculo os resultados foram impressionantes. Ainda não foi desta que Portugal “brilhou”, mas assim como em 1971 (com Menina do Alto da Serra) conseguimos um magnifico 9º lugar com 64 pontos! No entanto, a grande surpresa da noite foram Israel e a Espanha. A Espanha, que até então tinha sido fortemente injustiçada nos seus resultados, quase conseguiu alcançar outra vitória para o país. Teve que se contentar com o 2º lugar. Israel que se estreou no concurso em 1973, e tal como no ano anterior, voltou a ganhar o festival, tornando-se assim num dos mais recentes países a estrear e a ganhar o concurso pelo segundo ano consecutivo. Desta vez, quem levou a taça foram Gali Atari e Milk and Honey com a canção Hallelujah e com um total de 125 pontos. Uma vitória bastante justa na minha opinião.        

        

       A Bélgica e a Áustria tiveram que repartir o último lugar, terminando assim mais uma edição do Esc.

                     

                                                                                          

Crónica redigida por Armando Sousa 27/07/2011