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[Crónica] Portugal na Eurovisão: "Menina do alto da serra" de Tonicha (1971)


Ora bem, depois de não ter participado no ano anterior, Portugal decidiu apostar forte no seu regresso, em 1971. O evento decorreu a 3 de Abril de 1971, em Dublin, na Irlanda. Em relação ao ano anterior, houve uma “brusca” subida, no que diz respeito ao número de participantes. Com o regresso de Portugal, da Suécia, da Finlândia, da Áustria e da Noruega (que acabaram com a “birra” e decidiram voltar a participar) e com a estreia de Malta, o total de países concorrentes foi de 18. 
       
Mas não foi só no número de participantes que houve alterações… o sistema de votação também teve a sua contribuição; contudo não deixou de causar polémica, porque no total alguns júris deram mais pontos do que outros. Aqui está uma das falhas da EBU: conseguir um sistema de votação justo, sem falhas e que agrade a todos. 
       
No já tradicional (e bastante popular diga-se de passagem) Festival RTP da Canção, a vitória coube a Tonicha, que interpretou brilhantemente o tema “Menina do alto da serra”. 
       
Para a Eurovisão, a cantora decidiu levar um vestido bastante colorido (mas que, mesmo assim, não deixou de lhe ficar bem). No que diz respeito ao vocal, esteve irrepreensível. A sua boa voz aliada a este tema tipicamente “português”… sem palavras! Gostei particularmente da forma como a cantora acabava as frases e se expressava em palco. Interagiu muito bem com o público. 
       
A letra (de Ary dos Santos) é novamente um poema difícil de entender. Mas é precisamente aqui que, por vezes, não concordo com as votações atribuídas pelo júri. Uma letra tão bonita, que prima pela originalidade, deveria ter sido mais valorizada por aqueles que se dizem “profissionais” da indústria musical. Portugal, em quase todas as suas participações, levou letras originais e com qualidade, não se limitando a enviar temas monótonos e com letras repetitivas coma a maioria dos países fazia (e, infelizmente, ainda faz).
       
Como já referi, este é um tema tipicamente português: a cantora evoca o que de melhor há no seu país (e até a própria sonoridade é nossa). Confesso que esta música é das que mais me agradou ver na Eurovisão (juntamente com a "Desfolhada Portuguesa"). 
        
O júri não ficou indiferente ao nosso tema e atribuiu-lhe um honroso 9º lugar com 83 pontos. Também, para o júri cometer injustiças já chegam alguns dos anos seguintes. Curiosamente, dos 5 países que regressaram, 3 deles permaneceram no top10. Penso que isto foi pura coincidência e não uma tentativa barata para agradar e incentivar os países a manterem-se no festival. 
       
Quem acabou por levar a melhor foi o Mónaco, que obteve a sua primeira vitória com o tema “Un banc, un arbre, une rue”, intepretado por Séverine. Com 128 pontos, este foi o vencedor anunciado.
            Gostaria de referir que Portugal deveria (e deve) apostar mais no que de melhor se faz em termos musicais. Este tema é um exemplo da nossa cultura e da nossa tradição e que deveríamos mostrar ao resto da Europa. Temos excelentes vozes, compositores e artistas que poderiam levar Portugal ao mais alto lugar alcançado no festival. 

            Armando Sousa 01/06/2011 

         
P.S.: Ontem não foi possível publicar a crónica de Armando Sousa, por causa da falta de tempo (tínhamos de decidir e divulgar os resultados da inscrições). Pedimos desculpas e esperamos que não volte a acontecer.
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  1. A crónica está bastante boa, um texto simples, que reune o básico do que lhe é pedido.
    A música, é um dom português, com um toque bastante, patrial, gosto bastante. Concordo com o Armando, quando diz que Portugal devia mostrar mais a nossa cultura à Europa, mas também digo, que nem todos os anos devemos levar grupos tradicionais, uma diversidade de géneros musicais´é sempre benvinda...mais uma vez, parabéns pela crónica...

    Vitor Dias

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