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[Especial] As canções do FC 2022 que mais cresceram em nós... e as que já não toleramos

Estamos cada vez mais perto da edição deste ano do Festival da Canção! Nas vésperas do início da seletiva nacional, e pensando desde a data em que as canções foram publicadas, alguns dos membros da nossa equipa decidiram eleger os temas que mais foram crescendo ao longo deste tempo, e quais as outras músicas que, afinal, já não conseguimos ouvir novamente até ao fim...

O Festival da Canção 2022 arranca oficialmente no sábado, dia 05 de março, com a primeira semifinal da nossa seletiva. A segunda, já sabemos, precisamente a uma segunda-feira, data de aniversário da RTP. Oito dias depois, a dia 12 de março, ficaremos a saber qual o artista que irá representar Portugal no Festival Eurovisão da Canção (ESC) em Turim, na Itália. 

Uma vez mais (e numa decisão que tanto aplaudimos), as canções do FC 2022 são publicadas com mais de um mês de antecedência do começo do evento. Isso faz com que, inevitavelmente, comecemos a ganhar alguns ódios de estimação (mas nada de grave...), ou por outro lado, a assumir verdadeiras paixões incondicionais! Ou seja, quais serão as canções que mais foram crescendo ao longo deste tempo, e as que, afinal de contas, já não gostamos assim tanto? 


Andreia Valente

A que mais cresceu - 'Ainda Nos Temos', SYRO

Sou - assumidamente - uma não-fã da discografia de SYRO, mas existe uma razão para o imenso sucesso deste artista em Portugal. É curioso que "Ainda Nos Temos" é exatamente o que qualquer um de nós deveria esperar de SYRO: uma letra simples, fácil de decorar, uma melodia bonita, dramática o suficiente para não ser música fundo de café, e, mesmo assim, não consegui evitar sentir-me desapontada.

Caio, cais e caímos neste erro muitas vezes. Este erro de colocar as expectativas portuguesas em canções que competem para ir para contextos fora de Portugal.

A verdade é que "Ainda Nos Temos" é uma excelente representante do (bom) pop português e quanto mais a ouço mais acredito que poderia ser uma boa representante na Eurovisão, sendo que teria uma base de apoiantes bem grandinha no país e que poderia apelar à audiência da Eurovisão que consume o pop anglo-americano atual.

 


A que mais desceu - 'Povo Pequenino', Fado Bicha

A canção que se tornou impossível de ouvir quando meto todas as canções a reproduzir foi "Povo Pequenino". A canção dos Fado Bicha deixa um bom trago à primeira audição e isso é, no fundo, a única medida que interessa para avaliar uma canção que se submete a uma competição em que a probabilidade de se subir ao palco apenas uma vez é gigantesca. Existem canções que não foram feitas para ser repetidas porque perdem a sua novidade como uma embalagem de leite aberto fora do frigorífico. Nenhuma das minhas audições consequentes de "Povo Pequenino" conseguiu manter a intriga da audição anterior, mas não deixa de ser uma das canções com maior potencial para surpreender.  




Daniel Fidalgo

A que mais cresceu - 'saudade, saudade', MARO

Confesso que quando ouvi "saudade, saudade" pela primeira vez, a canção passou-me um pouco despercebida, talvez pelo facto de haver sonoridades mais impactantes noutras propostas do Festival da Canção deste ano. Numa segunda audição, senti-a de um outro modo, mais intimista, mais profundo. Não sei se é a voz de MARO, se é produção sóbria do tema... mas há algo nesta canção que me fascina e que a torna na minha principal aposta para ir à Eurovisão.

Há canções que precisam de ser ouvidas mais do que uma vez. É o caso de "saudade, saudade", onde a cada nova audição, se descobre um novo elemento, uma nova nuance... um tesouro que será guardado para sempre no baú do festival da canção e, quem sabe, da Eurovisão. 

Ah!!! Não poderia deixar de referir ainda a versão acústica da canção, disponibilizada no canal do YouTube da cantora. Se não ficaste arrepiado com o que ouviste, é porque não tens coração!



A que mais desceu - 'Why?', Aurea

"Why?" fez parte das minhas preferências durante algum tempo. Infelizmente, passadas algumas semanas, raramente tenho vontade de revisitar o tema. Se por um lado, "saudade, saudade" tem um fator replay enorme, a canção que será defendida por Áurea não tem o dinamismo suficiente, o que nos rouba a vontade ouvir a canção mais do que duas ou três vezes. Excelente voz, bons 30 segundos finais, mas o resto da canção falha em comunicar com quem a escuta.



João Vermelho

A que mais cresceu - 'DÉGRÁ.DÊ', Pongo & Tristany

Após escutar em média 10 vezes cada canção desde que as mesmas ficaram disponíveis, houve vários temas que foram crescendo em mim, algumas porque são canções catchy e acabei por decorar a letra e o refrão, como “Ginger Ale” ou “Fome de Viagem”. Ou simplesmente algumas das canções necessitam de serem ouvidas várias vezes para se captar todos os pormenores e camadas da canção, do instrumental, das vozes, etc... como “saudade, saudade” que sempre foi a minha favorita, ou “Mar no Fim”, que também cresceu muito no meu top.

Ou outras pela sua estranheza que temos quando ouvimos pela primeira vez, e isso foi o que aconteceu quando ouvi o tema que escolhi para a canção que mais cresceu, neste caso o tema “DÉGRÁ.DÊ”, na primeira audição estranhei e quanto mais ouvi, mais entranhei, sendo a canção que mais ouvi entre os 20 temas.

É uma canção que pode não ser fácil de agradar a todos de primeira, possui sons que não são mainstream, a estrutura da canção não vai ao encontro do padrão daquilo que se costuma ouvir, mas é uma canção moderna, com uma vibe positiva e uma energia contagiante. Acredito que vai ter um impacto ainda maior na sua atuação ao vivo, não é a minha favorita, mas é a canção que vejo a ter mais destaque no palco da Eurovisão, uma canção com uma energia contagiante e que dá sempre vontade de ouvir vezes sem conta.



A que mais desceu - 'Amanhã', Os Quatro e Meia

Pode parecer estranho uma canção do meu top 5/7 ser a canção que mais desceu, mas na verdade as canções que já não gostava tanto nas primeiras audições o sentimento manteve-se igual, se o critério fosse quais são as canções que menos ouço ou/e as que menos gosto seriam então os temas “Uma Mensagem Tua” e o “Ao Lado de Mim”, mas como disse antes, eu não os considero lowers.

Agora o tema “Amanhã”, uma das minhas grandes favoritas quando ouvi pela primeira vez, foi se desgastando ao longo do tempo e hoje talvez seja o tema que mais passo à frente quando ouço a minha playlist só com as minhas favoritas das finais nacionais.

“Amanhã” continua a ser para mim um tema com bastante qualidade e acredito que quando a for revisitar, após uma boa pausa sem a ouvir, esse sentimento de desgaste se perda um pouco, mas neste momento é a canção que mais desceu no meu top desde que as ouvi pela primeira vez, pelo menos para já, pois as atuações ao vivo dão sempre nova vida às canções e isso pode mudar.




Pedro Damasceno Lopes

A que mais cresceu - 'saudade, saudade', MARO

Por momentos, tive receio de não conseguir escrever este ponto. Esperei uma semana para ouvir os vinte temas do Festival deste ano, depois da sua publicação. Ouvi de rajada, e demorei algum tempo até repetir a dose. Por algum motivo, e contrariamente a outros anos, não fiquei logo fan favourite de canção X, ou mesmo de artista Y. Sei que aplaudi mais os temas d' Os Quatro e Meia, da MARO, da Blacci, do SYRO, ou até da Aurea. Mas, favorito? Não tinha, e até isso me estranhava. 

Depois, ouvia "Amanhã" com mais regularidade, imaginava o cenário em palco, e deslumbrava-me com a canção. É sem dúvida uma das minhas favoritas, mesmo não arriscando em dizer que queria que ganhassem o FC 2022. Até porque esse lugar foi ocupado, e está ocupado. Como disse, gostei da música a uma primeira audição, mas não fiquei logo convencido. Nem me deu logo para a explorar novamente. Demorei a encontrá-la uma segunda vez. Ainda assim, fixei o refrão, e sentia-o hipnotizante, porque o é, muito! E do nada, um clique!

Demorou, mas chegou. E começava a ouvi-la por todo o lado: enquanto caminhava, viajava de comboio, ou saía do trabalho. Ela estava lá. E, inevitavelmente, senti: Sim, é esta. E com isto quero dizer que: é verdade, sempre gostei de "saudade, saudade". Em demasia? Ao início, não. A meio? Também não, o lugar tinha sido ocupado. Mas, no final? Que seja a nossa escolha para a Eurovisão! Pelos sons, pela voz, pelo timbre, pela interpretação, pela mensagem, pelo hipnotismo, e por tudo em conjunto. Ah, mas se vierem outros e tantos motivos iguais aos já citados, melhor...



A que mais desceu - 'Corpo de Mulher', Milhanas

O caso aqui não tem a ver com uma canção que desde início assumia não gostar (para mim, nem houve hipóteses para esconder isso, é o que dá ter mostrado a cara enquanto as escutava pela primeira vez...). E, sobre canções que dispenso, a lista existe. Não é grande, mas significativa. No entanto, também não se trata de uma situação em que fui do 'amor ao ódio' com o tema. 

Não venerava, mas aceitava, tolerava, e reconhecia o seu valor. Mas à terceira audição, tudo isso se desvaneceu. Entendo a Milhanas como uma grande cantora, mas o registo tããaao monótono deste 'Corpo de Mulher' já me deixa para lá do aborrecimento, e sou incapaz de não carregar no ícone que representa a frase 'a seguir' mal este tema aparece na fila. Sim, a letra traz toda uma mensagem relevante e de importante significado. E mesmo com isso, já não dá mais...

Não bastasse isso, ninguém me tira do pensamento que a apresentação em palco terá algo de tão excessivamente bland quanto o compositor da canção falou mal do Festival, mas acabou por ir lá parar novamente. Se uma aconteceu, a outra... não se lhe escapa!



Imagem: João Vermelho/ Vídeos: RTP - Festival da Canção

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