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[Crónica] Postas de pescada sobre a primeira semifinal

Devem estar a perguntar-se de onde vem este título extremamente imaginativo, não é verdade? Vem, precisamente, do facto de eu não ter imaginação para um melhor. Assim sendo, achei digno deixar este, porque assim ficam já com as expetativas baixas.

Vamos falar primeira da organização? Vamos. Os postcards são maus. Não sei se alguém lhes disse que um ecrã verde dá para fazer muita coisa ou que é possível fazer postcards sem artistas. Preferimos com eles? Sim, mas umas imagens dos Países Baixos seriam também bastante agradáveis (menos no caso da Estónia, aí preferimos todos ver o Uku aos canais de Amesterdão ou aos campos de tulipas).

Dos quatro apresentadores, a Nikki é claramente a maior, literal e figurativamente. Os restantes parecem tão felizes no palco como eu no meu local de trabalho, o que faz sentido, porque também eles estão a trabalhar. O enchimento de chouriços foi mal praticado. Isto é gente que nunca viu um jogo do Nacional da Madeira em que metade do tempo é gasto a divagar sobre se Dom Sebastião vai ou não aparecer em campo.

Como isto é o que menos importa, passemos às músicas. Começámos com a Lituânia. Nada a dizer aqui. Uma atuação competente e uma passagem mais que merecida. Passamos para a Eslovénia. Lembram-se de quando a Ana disse que a música não era uma balada? Não sei o que ela considera como balada, mas já ouvi músicas de igreja mais animadas que esta. Forte concorrente pelos últimos lugares.


A Rússia foi a primeira grande atuação da noite. Não sou especial fã da música, mas sempre achei que seria top 10 facilmente. A Manizha é uma artista fenomenal, a atuação muito boa e a mensagem ainda melhor. É impossível ficar indiferente ao momento em que a cantora se ajoelha perante as imagens de todas as outras mulheres russas.

A Suécia traz a minha música sueca preferidas dos últimos tempos, mas também um palco muito aquém daquilo a que estamos habituados. Também vai ser facilmente top 10. A Austrália fez um trabalho fenomenal com os recursos que tinha. Notou-se a milhas que a Montaigne não estava em Roterdão e é pena, porque teria conseguido a final. Com o que tinham, fizeram muito. É uma pena o governo australiano ter dualidade de critérios e apenas alguns poderem representar o país internacionalmente. São escolhas. A Montaigne só tem de ficar orgulhosa do que fez. Ouvi pela primeira vez a música da Macedónia do Norte até ao fim e gostava de não ter ouvido. Ele esteve melhor do que eu pensava que iria estar, mas também me aborreceu mais do que eu pensava que ia aborrecer. 


Segue-se a Irlanda, depois de uma pausa enorme e mais uns segundos de enchimento de chouriços. Entre o final da Macedónia e o início da Irlanda passaram-se, ao todo, 6 minutos e 40 segundos. Será "Maps" a atuação mais complexa a alguma vez ter pisado o palco eurovisivo? Já tivemos pessoas espetadas num pau no espaço, por isso, talvez não. Ainda assim, foi preciso o tempo de duas músicas para preparar o palco. Mas não vamos criticar. Afinal, este concurso costuma ser organizado no espaço de um ano. Sabemos lá nós a pressão que é ter um total de dois anos para ficar tudo pronto. Dito isto, bom esforço, Irlanda, o último lugar ninguém vos tirou.

O Chipre tem uma atuação perfeita. Se gosto da música? Não, mas é inegável que o palco, a voz, a interpretação e a coreografia estão impecáveis. Agora, dá para variar um pouco em 2022? Quem pôs a Noruega logo a seguir é o maior. Quem continua a permitir asas de anjo na Eurovisão devia levar um tiro.


Via a Croácia como finalista. É o melhor esforço do país em muitos anos, mas foi totalmente abafado por outras músicas e atuações (melhores) do mesmo género. Aposto que ficou em 11.º lugar. A Bélgica era a minha preferida da semifinal. O nível de esforço que colocaram na atuação foi nenhum, mas é inegável que a Geike é vocalmente perfeita. É bom ver que a música também é importante no concurso.


Seguiu-se Israel e eu tenho duas coisas a dizer sobre o país (ou melhor, sobre a participação do país no concurso). A primeira tem a ver com a gritaria no final. Amiga, sabemos que és muito boa, mas era necessário? Não. Em segundo lugar, vi muitos comentários que diziam que Israel não devia ter passado devido à situação atual do país. Concordo. Primeiro, porque certamente a Eden é culpada da situação e um concurso musical está em tudo relacionado com os ataques à Palestina. Depois, porque era bom tê-los eliminado para eles aprenderem uma lição. É que estas pessoas que bombardeiam outros países são gajos para parar os bombardeamentos e ir ver a Eurovisão. Ficam ali duas horinhas a ver televisão, que bombardear também cansa. No final, viam que tinham sido eliminados e deixavam logo de rebentar outros países porque percebiam o quão chateados os europeus estavam com a situação. Os líderes mundiais reúnem-se tantas vezes para aplicar sanções a vários países, quando podiam simplesmente fabricar resultados eurovisivos para resolver as guerras. Amigos, é falar com o Azerbaijão que eles percebem de compras. (Sim, é ironia e há sempre quem não a perceba.)

A Roménia tinha uma das minhas músicas preferidas. Muita gente diz que não devemos criticar a Roxen porque, hoje em dia, apontar factos é visto como criticar. O facto é que a Roxen esteve mal vocalmente. Não há como negar. A culpa é dela? Não, porque não duvido que tenha dado o seu melhor. A culpa é da emissora (que agora lhe mete as culpas) que a escolheu sabendo da sua inexperiência.


O Azerbaijão esteve muito melhor do que eu imaginava. O mesmo para a Ucrânia. Continuo a não gostar minimamente da música, mas seria impossível e injusto não ir à final. E o que dizer de Malta? A música não é fenomenal, mas a Destiny? A Destiny é incrível (mesmo não tendo estado a 100%) e não há mais nada que possa dizer sobre ela.

Os resultados foram os que tinham de ser. Não podemos falar de injustiças porque todos os finalistas merecem a final. Agora é esperar para os The Black Mamba se juntarem a estes 10 e a França ganhar isto tudo.

Imagem/Vídeos: Eurovision

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