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[Crónica] Festival da Canção 2018 (Final): A noite em que os jardins floresceram


E toda esta aventura começou na emblemática estação de comboios de São Bento. 16h20 marcava o relógio no momento em que se notou o movimento do transporte que nos levou até ao berço da nação: Guimarães. Pelo caminho, uma certa ansiedade foi florescendo dentro de nós, pois a cada minuto que passava, o sonho de ver o Festival da Canção pela primeira vez ao vivo estava mais perto. 

Chegados ao nosso destino, a chuva caia e molhava as nossas mãos não protegidas pelo chapéu de chuva. O dia estava cinzento e triste, mas as flores dos canteiros da estação de Guimarães permaneciam coloridas e húmidas, alegres por serem regadas pela natureza.

O tempo foi passando e o sol foi se pondo. Às 19h30 chegámos ao Pavilhão Multiusos de Guimarães. E foi neste momento que o frenesim em torno do Festival da Canção 2018 se confirmou: 5 longas filas de espera, uma em cada porta de entrada do multiusos. Uma das imagens mais marcantes que ficaram desta aventura. Os portugueses voltaram a apaixonar-se pelo evento.


Passados uns bons minutos de espera, as portas abrem e as pessoas vão entrando de um modo bastante organizado, para uma sala secundária, devidamente decorada com vencedores de festivais anteriores. Mas a maior surpresa da noite estava mesmo à entrada da sala principal. A grandiosidade do palco do festival desta edição não deixou ninguém indiferente: o palco era imenso, cheio de luzes e cheio de vida. O local tinha sido inundado pelo espírito festivaleiro!  

A sala foi se compondo aos poucos e não havia um único lugar livre. Uma verdadeira maré de pessoas estavam ansiosa para escutar as suas canções favoritas. Reparei minutos mais tarde que muitos até já tinham decorado as letras das canções.

O espetáculo começou precisamente às 21h15, nem mais nem menos. Logo de início fomos deparados com um espetáculo bastante tecnológico e moderno, nunca antes visto em festivais anteriores. A prova de que quando se quer, faz-se e faz-se bem! Os primeiros grandes aplausos vão para a dupla de apresentadores, que conduziram a emissão de um modo bastante profissional.

Começa então o desfile das 14 canções a concurso. Passou a canção nº1, a nº2, a nº3... até que chega a primeira grande canção da noite, pelo menos a julgar pela quantidade de aplausos que Catarina Miranda recebeu, mesmo antes de ter começado a cantar. O público ficou conquistado. Foi tudo tão doce e delicado, que a voz da Catarina conseguiu chegar a cada coração presente na sala.



O grande momento seguinte aconteceu já próximo do final do desfile das canções. Tinha chegado o momento da canção nº13. "O Jardim" ia ser ouvido dentro de alguns instantes na voz de Cláudia Pascoal e, mais perto do final da canção, de Isaura, a criadora deste jardim. O favoritismo era claro: a maioria das pessoas queria que "O Jardim" as representasse no Festival Eurovisão da Canção 2018. A Cláudia fez um excelente trabalho, assim como Isaura a compor este tema, que é tão delicado como as pétalas de uma frágil túlipa.



E logo de seguida entra Peu Madureira que foi também das apostas da noite mais aplaudidas pelo público. De facto, o Peu tem uma voz tão bonita que foi capaz de encher o multiusos apenas com uma simples melodia e muito sentimento.



As 14 canções tinham sido todas atentamente escutadas pelo público e seguiam-se os tributos ao emblemático grupo "Doce" e à grandiosa Simone de Oliveira. O aplauso mais longo foi entregue à intérprete da eterna "Desfolhada" e todas as pessoas, desde os mais novos aos mais velhos, cantaram o maior hino do Festival da Canção. 



Luísa Sobral veio também deixar o seu encanto, ao estrear o seu novo single "Maria do Mar" e mais uma vez as habilidades de composição da Luísa vieram ao de cima.



As votação fecharam e a atribuição de votos pelo jurados regionais estava prestes a começar. O nervosismo crescera de um modo tão rápido, que era impossível manter as pernas estáticas. A votação dos jurados deu justamente os primeiros três lugares às três canções que foram mais aplaudidas em Guimarães. Mas foi a votação do público que deixou todos num estado tal de ansiedade, que várias pessoas se levantavam das cadeira onde permaneceram durante algumas horas. 8 pontos para o Peu! Faltavam os 10 pontos e os 12 pontos. Catarina ou Cláudia? Uma grande artista com uma grande canção iria defender as cores da bandeira nacional. "10 pontos para a canção número... 6!". E nesse momento ouviram-se os mais altos gritos e os mais altos aplausos. Se 10 pontos tinham sido entregues à Catarina, os 12 pontos iriam quase de certeza para a Cláudia! E assim se tinha encontrado a canção que nos iria representar em maio.

Até o ano passado, o Festival da Canção era cinza. Salvador Sobral lançou a semente, de onde nasceu uma pequena flor. Cláudia Pascoal promete regá-la e tratá-la tal como a avó da Isaura tratava do seu jardim...

Esta crónica está disponível numa versão áudio, acompanhada por um vídeo que mostra a vida no Pavilhão Multiusos de Guimarães durante o Festival da Canção. Ouça a crónica no vídeo que se segue.



Imagem e Vídeos: RTP

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