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[Crónica] ESC 2015: 'Mans pulls a Paparizou'


Mais um ano, mais uma semana de euforia europeia: mais um Festival Eurovisão da Canção.

Este ano comemorámos as nossas sessenta primaveras em Viena, na Áustria com a ajuda da vencedora do passado ano de 2014, Conchita Wurst, a quem coube, nesta edição comemorativa, o lugar privilegiado de apresentadora da Green Room. Uma apresentadora que, diga-se de passagem, mais parecia a apresentadora principal que as próprias colegas.

Nesta edição celebrámos uma Eurovisão que sempre se pautou por ser um espaço aberto e livre, sem espaço para discriminação.

Em relação a Portugal, o mesmo de sempre: ficámo-nos pela semifinal bastante justamente, visto que apesar da grande performance de Leonor, a canção realmente não se destacava das restantes. Temos aqui um claro sinal de que as coisas têm de começar a mudar... não nos qualificamos há 5 anos. 5 anos com um ano de interregno é certo, mas 5 anos de frustrações e dinheiro investido é bastante... para um país tão pequeno geograficamente mas tão grande em alma.


Mas não fomos só nós que ficámos mal classificados: olhemos para os Big Five. França, Espanha, Alemanha, Reino Unido... no chão. Completamente espezinhados pela concorrência. A canção francesa, uma canção excelente e muito bem conseguida em palco – uma das melhores interpretações da noite – arrecada 4 pontos e fica em antepenúltimo lugar da tabela. 4 míseros pontos. Como é que isto é possível? Não se consegue compreender. Edurne, o furacão espanhol, com uma actuação excelente, das que mais se destacou na Final, consegue 15 pontos. 15. Já o Reino Unido, curiosamente, conseguiu classificar-se no 24ºlugar – uma vitória para uma canção que até poderia resultar caso não fosse tão confusa.

E a Alemanha? Bom, Ann-Sophie deu tudo o que tinha. Melhorou tudo. O seu resultado? Fica ex-aequo com os vizinhos austríacos (que tinham uma balada boa mas pouco memorável) no último lugar com... nul points!

Dos Big Five só se salvou a Itália, favorita dos fãs mas que não reuniu o consenso dos júris. Nem o meu agrado particular, honestamente... não acho que a canção tenha má qualidade, de todo, mas a letra sempre me soou – e peço desculpa pela expressão – tremendamente pirosa.


Um terceiro lugar foi merecido para uma das melhores canções do ano mas que não se destacou o suficiente para conseguir ganhar no meio de tantas excelentes performances de que são exemplo a canção sérvia (que de qualidade pouco tinha), a canção israelita (absolutamente entusiasmante) ou a canção da Letónia.

O Azerbaijão e a Geórgia, muito boas canções, acabam por ficar fora do top 10 tendo-lhes “roubado” esses dois lugares a nórdica Noruega e a báltica Estónia, baladas com alguma qualidade que reuniram mais consenso no geral. Também não eram das minhas favoritas (de facto preferia estas duas propostas mais orientais) mas não vi com maus olhos estes bons resultados obtidos da sua parte.

Mas passemos aos grandes vencedores da noite. Um deles, a Letónia, consegue um resultado histórico para um país francamente fraco em termos de Festival Eurovisão da Canção. Tem uma vitória, uma canção bonita em 2005 e... apenas isso. Tirando “Angel in Disguise” ou “Questa Notte” de pouco mais nos lembramos. Aminata deu-nos uma das actuações da Eurovisão deste ano – gostemos ou não da sua voz.

Em 5ºlugar fica o país convidado: a Austrália. Sim, não faz parte da Europa e não deveria participar mas, amigos, preciso de vos recordar que Israel é tanto europeu como a Austrália e entrou no Festival em 1973? Temos razão quando afirmamos que não deveríamos ter nações fora da Europa na Eurovisão mas de facto isto já acontece há bastante tempo e das duas uma: ou se proíbe uma Eurovisão sem países da Europa ou se faz uma Worldvision. Ou então continuamos assim... que é o que parece que vai acontecer. Mas voltando à participação australiana: não foi boa; não foi muito boa; foi excelente. Guy Sebastian é uma voz gigante e um performer extraordinário. Que actuação. Olhem, eu votei. E voltava a votar. Muito, muito bom. Fiquei fã dele. 


De seguida, tivémos na minha opinião, a canção que mais gostaria de ver vencedora do Festival Eurovisão da Canção 2015: a Bélgica. A canção era boa, a interpretação vocal foi excelente e a performance... a melhor do ano juntamente com a vencedora. Um país ocidental a surpreender a Europa – e de que maneira! – e que consegue também aqui o merecidíssimo quarto lugar que até devia ser segundo (ou ter vencido), na minha opinião.

E pois, no lugar que eu gostaria de ter dado à Bélgica (tendo em conta a bonita vitória de Mans Zelmerlöw), ficou a Rússia. Polina Gagarina faz uma interpretação muito boa, mas pouco conseguida na Final... as suas expressões faciais roçam o assustador e a sua voz também saiu afectada apesar da excelente performace conseguida na semifinal. O que não saiu afectado, surpreendentemente, foi a sua classificação: 2ºlugar em 27 músicas. Não é que a canção russa fosse má – longe disso – mas um segundo lugar, a pontos de disputar a vitória – pareceu-me realmente bastante exagerado. Um top 10, um 4ºlugar no máximo, seria a classificação que lhe atribuiria.


E o grande vencedor foi... a Suécia. Quanto todos pensavam que seriam os italianos Il Volo a levar a taça, começa a votação. A Rússia começa a ganhar terreno e continua a ganhar terreno até ao 24ºpaís votante. Não desgrudava. “Mas a Rússia vai ganhar?!?!” – pensávamos nós. “Mas como, não pode ser, eu não votei na Rússia! Não havia assim tanta gente a gostar da canção russa comoo!!” até que nos surge uma luz. Ao 24ºpaís a votar, ouvimos “SWEDEN! SWEDEN! SWEDEN!” e começamos também nós “Sweden! Sweden! Sweden!” a pensar “Vai Mans, força!” até que acontece o momento Paparizou. Desculpem, Mans pulls a Paparizou! Em 2005 também Helena Paparizou só começa a vencer o Festival a meio da votação... não estávamos numa ânsia tão grande desde esse ano. Até porque na altura também não existia esta frieza entre o pensamento dos fãs eurovisivos, de abertura e aceitação, contra os pensamentos discriminatórios vindos do Leste europeu, nomeadamente da Rússia. A canção chama-se “Heroes” e Mans aparece-nos realmente como um herói que nos salva da entrega da taça a um país que adoramos na Eurovisão, mas que – e é triste dizer isto – nos mete medo pelos ideais retrógados.

Não foi a canção favorita do público que venceu, mas foi uma das favoritas. Todos gostámos da actuação vencedora e a verdade é que até gostámos de sentir aquele nervosismo todo numa votação – que já não era tão renhida desde 2011, talvez? Ou mesmo 2005.

Ganhou a melhor performance e uma das canções mais orelhudas de um Festival que este ano, apesar de muito baladeiro, deu preferência às canções Pop e à originalidade, inovação e competência. Que Portugal volte para o ano com estas características. E parabéns pela sexta merecida vitória, Suécia!

 Vídeos: Eurovision.tv
27/05/2015
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  1. vocês até são cute nas crónicas, mas esbardalham-se sempre em parágrafos pequenos.

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