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Eurofestival em Histórias - Terceiro texto



   Nul points é, muito possivelmente, o termo eurovisivo mais célebre. Este é sinónimo de um difícil feito: o de, na combinação dos pontos do televoto e júri de todos os países (considerado o sistema de votação actual), uma nação não conseguir ter sequer 1 ponto. 
   Como referimos no momento eurovisivo número 3, existem vários países que receberam 0 pontos – entre eles, Portugal. Mas falar de nul points na Eurovisão, é quase a mesma coisa que falar... da Noruega. E porquê? Bom, à primeira vista pode parecer estranho: a Noruega até é um país com músicas que facilmente nos vêm a memória – o animado “La Det Swinge” em 1985; o clássico “Nocturne”que toda a gente conhece em 1995 ou, mais recentemente, o esmagador “Fairytale”  – que, aliás, até tem o recorde de pontos na história da Eurovisão. 
   No entanto, este país é também o que ficou em último lugar na tabela classificativa mais vezes na História com – preparem-se – um total de onze vezes em último e quatro vezes com nul points. Como e porque é que isto aconteceu? Bom, se olharmos para as músicas com 0 pontos, acabamos por não perceber muito bem. Um mistério eurovisivo muito curioso e, quanto a nós, até bizarro!




   Como sabemos, ao longo dos anos vários artistas têm feito sucesso por todo o mundo após participarem e vencerem o Festival Eurovisão da Canção. Entre eles estão nomes conhecidos como Domenico Modugno, os ABBA, Céline Dion ou Lara Fabian. Mas estes não são, necessariamente, os nomes que mais se notabilizaram dentro do próprio Festival. De facto, dentro deste grupo, existe um nome incontornável dentro da esfera eurovisiva.
   Nascido a 13 de Maio de 1954, Johnny Logan, nascido Seán Patrick Michael Sherrard, mal sabia que seria o nome mais bem sucedido no Festival Eurovisão da Canção. Este venceu com “What’s Another Year”, um hit europeu e no Reino Unido e com outras duas letras suas: a balada “Hold me Now” em 1987 interpretada pelo próprio e “Why Me”, a concurso pela Irlanda com a cantora Linda Martin. Este, que para além das vitórias ainda detém um segundo lugar em 1984, arrecadado pela mesma artista, é considerado pelos fãs como o Senhor da Eurovisão ou o Rei da Eurovisão. 
   Fazendo as contas, Logan contribuiu para três das sete históricas vitórias da Irlanda no Festival. Até hoje, mais ninguém se equiparou a Johnny Logan e verdade seja dita, parece-nos cada vez mais difícil conseguir fazê-lo.





   1981 foi um ano memorável em que o Reino Unido ousa na Eurovisão.
   Por esta altura, este era um dos países mais fortes no Festival. Não sabiam? Olhemos para os factos: dos 27 anos em que participou até ao ano em questão alcançou uns impressionantes 10 segundos lugares e 3 vitórias. 
  Ora, após Johnny Logan vencer em 1980 com uma romântica balada, o Reino Unido faz a Eurovisão mudar de direcção: os alegres Bucks Fizz conseguem vencer a Eurovisão com a música pop “Making your mind up”. Esta é uma das mais conhecidas canções eurovisivas que se notabilizou não só pela própria melodia mas, muito particularmente, pela energética performance que o grupo deu em Dublin. 
   É depois do apropriado verso “But if you wanna see some... more!” que os elementos masculinos retiram as saias às raparigas que ficam com as duas peças – blusa e saia – a condizer. Este é o elemento surpresa que, com toda a certeza, fez a diferença nos míseros 4 pontos que separaram os vencedores e a grande canção “Johnny Blue” que a segunda classificada, a alemã Lena Valaitis, levou nesse ano ao ESC. 
  Bom, mas poderão dizer os leitores que talvez estejamos a exagerar na importância que damos ao impacto da surpresa da roupa arrancada dos corpos em palco. Será essa pequena surpresa assim tão determinante para vencer a Eurovisão? Não será uma ideia que, à partida, poderá parecer disparatada? 
  Aos mais cépticos, retaliamos: mas este Verão, aos Domingos, o ponto alto do programa líder de audiências do prime-time nacional, “Dança com as Estrelas” não era precisamente esse...? 





   Estávamos em 1985, quando a Suécia teve a honra que apresentar o 30º Festival Eurovisão da Canção. A apresentadora escolhida não era um nome desconhecido do público sueco eurovisivo: Lill Lindfors, a segunda classificada do ESC 1966 (e futura representante norueguesa em 1991) foi a anfitriã do evento televisivo mais esperado do ano.
   Durante todo o espectáculo podemos observar uma apresentadora que conquistou o público pela sua elegância, simpatia, e espírito divertido. Muito mais do que a sua participação em 1966, é precisamente esta sua característica que ficou marcada para sempre na memória dos fãs eurovisivos quando, ao entrar em palco após o intervalo para apresentar as votações, entra graciosamente em palco com um conjunto azul-bebé cuja parte de baixo, “inesperadamente”, se rasga, deixando a apresentadora de roupa interior – para o espanto de todos os que assistiam a emissão em casa e também no público.
    Felizmente, de imediato a apresentadora desloca para baixo duas partes da sua blusa, mostrando um vestido branco e a ousadia em ser a personagem principal de um momento cómico em directo para milhões de pessoas. Mal sabia ela que este seria um dos momentos mais marcantes da história do ESC!





   A sua música dizia que tinha 15 anos. A própria disse aos produtores que tinha 15 anos – foi essa a informação fornecida aos comentadores que a transmitiram em directo, para os espectadores dos seus países. Mas ela não tinha 15 anos embora antes de soltar a voz parecesse mais velha. Tinha 13.
   13 anos é a idade de Sandra Kim, a vencedora mais nova de sempre na Eurovisão – caso as regras não se alterem e a Eurovisão Júnior não desapareça, é claro. Segundo Terry Wogan, era uma das favoritas desse ano: a música era animada, a artista expressiva e boa cantora e por isso não foi de espantar que a Bélgica levasse o 1ºlugar para casa.
   Aparentemente, quem não gostou muito desta mentirinha foi a delegação suiça, que quedando-se em 2ºlugar, a 36 pontos da vencedora com a muito menos apelativa balada “Pas por moi”, pediu para que a sua vitória lhe fosse retirada.
  Os responsáveis pelo Festival não acederam a este pedido e “J’aime la vie”, um tema muito animado e ainda hoje muito querido pelos eurofãs, ficou no lugar que lhe pertencia por direito.



Fontes: eurovision.tv; en.wikipedia/ Imagem: Google /Vídeos: Youtube
15/10/2014


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