Abecedário Eurovisivo - G... de Gerações

       Esta palavra pode traduzir duas ideias: a primeira terá a ver propriamente com as gerações que assistem ao festival. A outra terá a ver com os participantes, pois se analisarmos com cuidado todas as edições do Eurofestival, chega-se a uma dada conclusão.
      Em relação à primeira ideia, perguntamo-nos se o espírito da terceira geração ao assistir ao festival será o mesmo do que o da geração de agora. A verdade é que agora a Eurovisão é mais vista do que nunca, mas antigamente era dos únicos programas transmitidos pela televisão, o que fazia do festival um programa único. Assim sendo, era o programa que ninguém perdia, até pelo hábito que existia de juntar toda a família.

        Mas com todos os cuidados, a nível de produção, que o festival tem hoje, e sendo que é difícil de ser copiado, será que este tem a mesma marca de antigamente? Será que ainda é o programa que faz toda a Europa parar para ver três horas e quinze minutos de espectáculo? Parece-nos que sim. Não da mesma maneira, pois os talent shows que apareceram por todo o mundo vieram causar uma pequena rivalidade à Eurovisão, mas, apesar de tudo, nada detém um programa como este. Os resultados só demonstram isso! Quer dizer por isso que a Eurovisão ainda está bem viva em toda a Europa e, ao que parece, nunca esteve morta. O espírito é diferente, claro, mas a modernidade tem destas coisas. Não podíamos ficar parados nos anos 60 e 70.

       Por outro lado, esta palavra pode ser dirigida para outra realidade, para aqueles que erguem as bandeiras dos seus países. Aqueles que sobem ao palco com o nervoso miudinho porque têm nas mãos o poder de honrar o seu país, os que têm na voz a força e a vontade de querer. Falamos, portanto, dos intérpretes que representam os seus países.

       Fazendo uma breve análise, nota-se claramente que a geração dos vinte anos reina sobre todas as outras gerações, pelo menos nos últimos anos. Cada vez tendem a aparecer mais jovens na Eurovisão. De salientar que Lena, vencedora do festival em 2010, venceu com apenas 19 anos de idade.  E a deste ano, Emmelie, fê-lo com apenas 20. Nem preciso de falar em todos os outros participantes, já que maior parte nem atinge os 30.

       Contudo, nem todos os países seguem esta regra. O Reino Unido é um deles: estes dois últimos dois anos é a prova disso, ao trazer para o certame dois cantores muito profissionais, e que percebem mais de música do que os outros. A verdade é que na hora de votação os mais novos acabam quase sempre por vencer; por isso, se optarem por levar um artista com uma idade já bem acentuada, têm de escolher uma boa música, porque, ao que parece, o público prefere os mais novos.

       No entanto… as avós russas lá ficaram em 2º, talvez porque tinham uma música bem animada e muito young. De referir também Lys Assia, que marca presença em todas as edições e que, em 2013, se juntou a uma banda de hip hop, para tentar representar a Suíça no festival.

       Não esquecemos também a mistura de duas gerações bem distantes, que construíram uma música competente mas que, no fim de tudo, não chegaram longe. Referimo-nos a Esma e Lozano, que se juntaram numa música que é bem interessante. Devemos congratular pela realização de uma música com dois artistas bem diferentes e de gerações completamente opostas.

Imagens: Google
24/06/2013