
Não vás embora, melhor Eurovisão de sempre!
É com pena que digo isto: a 58.ª edição do Festival Eurovisão da Canção chegou ao fim. É triste quando algo de que nós gostamos tanto chega ao fim. O que vale é que para o ano que vem há mais, e isso é a única coisa que me dá alento. Como eu costumo dizer: eu vivo para o festival, eu respiro festival e eu só quero ver festival.
A edição de 2013, que se realizou em Malmö (Suécia), foi, desde que comecei a assistir ao certame (2005), a minha favorita. Já esperava algo em grande por parte dos suecos; no entanto, os diferentes géneros musicais, os simpáticos artistas e as grandes performances tornaram-no num ano demasiado perfeito. Não havia, decerto, nenhuma música estrondosa - havia, sim, muitas que eram boas -, mas também não havia muito más e muito menos burlescos. Os artistas foram para a Eurovisão com o espírito de querer honrar o certame e não se puseram com coisas que nem lembram ao menino Jesus para se fazer sobressair nas votações. O que importou foi, eu acho, a música, a paixão pela música e o respeito que se tem pela música.
Os suecos não brincaram em serviço, isso é certo. O palco estava lindo. E o momento grandioso da abertura da primeira semifinal foi completamente arrepiante e de deixar qualquer um com lágrimas nos olhos. A final também teve uma boa abertura - com a entrada dos artistas com as bandeiras no recinto -, pois criou um ambiente de grandiosidade, fazendo-nos, por vezes, sentir que estávamos num conto de fadas. O interval act de Agnes e Darin mostrou que a Suécia tem músicos investidores e com qualidade. E não nos podemos esquecer de Loreen, com o seu medley na Grande Final, que arrebatou tudo e todos, e provou que vai ser a melhor vencedora durante muitos anos.
Em relação aos outros acts que não frisei, apenas digo que foram bons momentos, mas esquecíveis. De certeza que ficou tudo a um nível bastante superior, e, comparados com muitos anos, os deste ano foram muito bons. Os sketchs feitos por Lynda Woodruff também foram bons e interessantes.
Também tenho de dar os parabéns à SVT pela escolha da apresentadora. Primeiro que tudo, só ter uma apresentadora tornou tudo mais fluído, e menos ensaiado. E a Petra Mede é uma boa profissional. Talvez até tenha sido a melhor desde que assisto - adorei as piadas, o entusiasmo e a garra. Tornou tudo muito excitante.
O grafismo com a borboleta foi um dos mais bonitos logótipos de sempre na Eurovisão, ficou tudo muito bem em televisão. Os grafismos das votações, das revelações dos finalistas, das apresentações das canções e os postcards mostraram bom gosto e seriedade.
Mas como não tenho o hábito de gostar de tudo, tenho críticas a fazer. Porque é que deixaram atuar a Sarah Dawn Finner com "The Winner Takes It All"? Muito bem, ela é um marco para os suecos e para o Melodifestivalen, mas na Eurovisão faria mais sentido uma Carola ter uma atuação completa (sim, porque aqueles dez segundos em que apareceu não foram rigorosamente nada). Além disso, a música, apesar de ser dos ABBA, em nada tem a ver com o mundo eurovisivo. Ficou tudo muito mal contextualizado.
Em relação ao apresentador da Green Room, Eric Saade, tenho a dizer que foi horrível! O jovem até é bastante simpático, porém só o escolheram por ter tido um terceiro lugar em 2011. Aqui, a SVT não ligou, de facto, às qualidade de apresentação e pôs lá um amador. Estava muito nervoso, sempre a olhar para os cartões... É uma pena...
Incidindo-me na organização, foi no geral um bom serviço. Os planos de câmaras estavam bem feitos, os cenários esplendorosos (dos melhores que já vi na Eurovisão) e o ambiente da arena era resplandecente. Há, porém, a apontar as várias dificuldades iniciais em divulgar os votos - eles tiveram tempo mais que suficiente para pôr tudo perfeito! Há ainda a sublinhar a falta de respeito por terem festejado a vitória dinamarquesa antes de divulgarem todos os votos. Se eu fosse um artista e estivesse em competição sentir-me-ia bastante revoltado.
Também não entendi o facto de não terem aberto os primeiros ensaios. Se era para não criarem expectativas aos fãs, fiquei na mesma. O que interessa é a atuação na Eurovisão, ao vivo, em direto. O resto é secundário.
Por fim, é uma pena todas as polémicas que se criaram à volta da edição: desde as de plágio de "Glorious" às de "Only Teardrops", ao suposto favorecimento da Geórgia na competição, à não-comparência da delegação da Moldávia a uma conferência de imprensa, à não emissão da final por parte da Turquia por causa do beijo lésbico de Krista Siegfrids (por favor, estamos no século XXI!) até às acusações de russos e azeris terem comprado votos.
Em relação aos resultados, 2013 nem foi um ano muito injusto. A segunda semifinal foi bastante superior à primeira, mais diversificada e que nos deu muito mais para ver em palco - muitas das canções de que eu não gostava encontravam-se aqui e, após vê-las a atuar, comecei a admirá-las e dar valor. 2013 foi uma descoberta para mim: aprendi a não pôr de parte uma música que, inicialmente, não me tinha transmitido nada. Cada uma tem a sua grandeza.
Na 1.ª semifinal, sinceramente, não fiquei chocado pela não-passagem da Áustria. Natália Kelly canta muitíssimo bem - no entanto, a música não sobressaiu em palco e ficou tudo muito insonso. Fiquei apenas chocado com a passagem da Lituânia - que mereceu - e da não da Sérvia - que teve uma das piores atuações do ano. E além disso a Eslovénia foi super horrível em palco - ainda oiço aos altos berros as desafinações da Hannah Mancini, que horror! O voto geopolítico traiu muitos países em 2013, principalmente os da ex-Jugoslávia, e sinceramente fico feliz que isto tenha acontecido: ver a Bélgica e a Malta bem classificadas despertam me um sentimento de esperança em relação a Portugal: sim, porque os pequenos também conseguem ter bons lugares!
Ainda em relação à 1.ª, tenho de aplaudir a irreverência do Montenegro - que me surpreendeu muito em palco -, a grandiosidade de Chipre e o profissionalismo da Croácia. A melhor nesta semifinal foi a Moldávia, enquanto atuação - mas não tinha o brilho que "Only Teardrops" tem.
A 2.ª foi mais desesperante, porque eu, após ver as atuações, passei a gostar de quase todas. Os PeR ofereceram a melhor atuação de entrada de sempre, a Elitsa & Stoyan estiveram ao seu melhor nível, os Takasa ao seu género. Fiquei extremamente chateado pelo facto de a Macedónia, Israel e São Marino não terem passado - considerei estas três em questão umas das melhores da noite. A Hungria, que tem uma canção muito aborrecida e foi a pior da noite, a Arménia, que só passou por ser a Arménia, e a Roménia (aquela voz deixa-me todo arrepiado, no mau sentido) não deviam ter passado. O melhor nesta 2ª semifinal foi o Azerbaijão - mas de referir que a Islândia esteve inexplicavelmente perfeita! E a Macedónia foi o meu grande amor - a Esma transmitiu-me uma energia tão boa em palco, uma simpatia enorme e a música era muito especial.
Em relação à Grande Final, temos um top 5 muito bom! O Azerbaijão mereceu, sem dúvida, o 2.º lugar (a atuação estava completamente perfeita), a Ucrânia o 3.º (apesar de não ser fã da música e de a parte do gigante ter sido do mais foleiro de sempre, valeu ao país a qualidade vocal da intérprete), a Noruega o 4.º (a minha favorita e a melhor na noite da Grande Final, ainda bem que lhe deram o valor devido) e a Rússia o 5.º (Dina é uma excelente cantora e mereceu o destaque).
Já se previa o flop de muitos dos BIG5: a Espanha trazia uma música sem sal e uma cantora que não sabe cantar, a Alemanha foi arrasada por causa da Merkel (merecia muito mais, um top10), a França porque a música não se enquadrava nos parâmetros musicais normais eurovisivos (no entanto, Amandine teve uma presença de palco fortíssima) e o Reino Unido, que continuou a apostar no setor sénior - setor esse que já não é o que era, tem menos voz e menos força em palco. Esperei que a Suécia ficasse no top 10, porque tinha tudo para ficar bem classificada, e esperava um top 5 da Itália. É pena estas duas que acabei de referir não terem ficado como eu gostaria, porque elas estão cheias de qualidade e mereciam muito mais.
A Grécia, apesar de divertida, a Malta, apesar de ter uma música muito fresca e atual, e a Roménia, apesar de ter uma das melhores vozes da edição, não mereciam os lugares que tiveram - muitas músicas que eram superiores a estas três ficaram atrás e isso é injusto. Não sei também como a Hungria ficou no top 10 - como disse, a música é chatíssima.
O lugar da Holanda também me deixa muito feliz - não sou fã de "Birds", mas Anouk foi completamente arrasadora em palco. A Irlanda não merecia de certeza o último lugar e nem a noiva lésbica da Finlândia o ante-penúltimo (se estivesse no lugar deles estaria frustrado). E a Islândia, Bielorrússia e Estónia podiam ter ficado um pouco melhor, também. A Geórgia, apesar dos horripilantes desafinanços, merecia estar melhor posicionada devido à qualidade musical.
No geral, o Azerbaijão e a Moldávia tiveram as melhores apresentações em palco, a Noruega a música mais moderna e contemporânea da edição, o São Marino e a Macedónia as grandes atuações que ficaram pela semifinais, a Itália foi a mais clássica, a Holanda e a Hungria as mais diferentes, a Roménia e a Finlândia as mais irreverentes, e a Dinamarca a que agradou mais às massas.
Notou-se que este ano, apesar das polémicas das votações, houve um equilíbrio: os nórdicos e os de leste continuaram a dominar o certame. Porém, os países pequenos e sem grande expressão ficaram bem: é o caso de Malta, Bélgica, Hungria e Holanda. Os Ex-Jugoslávia, que costumam ter uma forte presença, este ano nem à final foram. É bom haver isto por vezes, porque assim tenta-se dar valor a cada país no certame - e muitos deles já mereciam ficar bem classificados. Não é por ser do leste que se deve ficar bem classificado, não é por ser do ocidente que se deve ficar mal classificado. Há que saber quebrar as "rotinas" e fazer a diferença. E este ano fez-se, claramente.
Apesar de querer que tivesse ganho uma Noruega ou uma Suécia, fico feliz por uma das minhas favoritas ter ganho. A Dinamarca já anda a merecer há bastante tempo este troféu e parece que este ano juntou-se o útil ao agradável: boa artista, boa apresentação musical, bom instrumental e boa letra. "Only Teardrops" não é das melhores vitórias eurovisivas e é bastante inferior a "Euphoria", mas é competente e dá seguimento a uma nova Era da Eurovisão. Uma Era onde se dá mais importância ao certame, onde se compram e se divulgam mais as músicas (se estas forem boas) e onde se começam a mudar mentalidades. Porque a Eurovisão tem qualidade e valor, e "Only Teardrops" é uma conjugação competente dessa qualidade que foi explícita o ano passado pela "Euphoria". Certamente a música fará imenso sucesso nos charts internacionais.
Em relação a Portugal, senti um pouco de nostalgia por não ver o meu país representado no festival de música mais importante do mundo. Mesmo sabendo que a conjuntura atual é propícia a fazer investimentos em outros planos primários, acho mesmo que se deve investir num concurso que dá imensa visibilidade ao país. Nós só temos a ganhar! Faço um agradecimento à RTP, que se importou em transmitir as semifinais e a final deste ano (e que até teve bons resultados audiométricos), e espero que Portugal esteja na competição em 2014, na Dinamarca. No entanto, peço à Sílvia Alberto um pouco de moderação nos comentários que dá sobre as músicas: muito bem, ela está ali como comentadora e é certo que não estávamos a concorrer e que não podíamos votar; no entanto, tornou-se enervante estar sempre a ouvi-la dizer que o Azerbaijão não merecia a quantidade de 12 pontos que teve. Por vezes, em vez de se criticar, deve-se pensar sobre o porquê de "Hold Me" ter tido tantos admiradores.
A edição de 2013, que se realizou em Malmö (Suécia), foi, desde que comecei a assistir ao certame (2005), a minha favorita. Já esperava algo em grande por parte dos suecos; no entanto, os diferentes géneros musicais, os simpáticos artistas e as grandes performances tornaram-no num ano demasiado perfeito. Não havia, decerto, nenhuma música estrondosa - havia, sim, muitas que eram boas -, mas também não havia muito más e muito menos burlescos. Os artistas foram para a Eurovisão com o espírito de querer honrar o certame e não se puseram com coisas que nem lembram ao menino Jesus para se fazer sobressair nas votações. O que importou foi, eu acho, a música, a paixão pela música e o respeito que se tem pela música.
Em relação aos outros acts que não frisei, apenas digo que foram bons momentos, mas esquecíveis. De certeza que ficou tudo a um nível bastante superior, e, comparados com muitos anos, os deste ano foram muito bons. Os sketchs feitos por Lynda Woodruff também foram bons e interessantes.
Também tenho de dar os parabéns à SVT pela escolha da apresentadora. Primeiro que tudo, só ter uma apresentadora tornou tudo mais fluído, e menos ensaiado. E a Petra Mede é uma boa profissional. Talvez até tenha sido a melhor desde que assisto - adorei as piadas, o entusiasmo e a garra. Tornou tudo muito excitante.
Mas como não tenho o hábito de gostar de tudo, tenho críticas a fazer. Porque é que deixaram atuar a Sarah Dawn Finner com "The Winner Takes It All"? Muito bem, ela é um marco para os suecos e para o Melodifestivalen, mas na Eurovisão faria mais sentido uma Carola ter uma atuação completa (sim, porque aqueles dez segundos em que apareceu não foram rigorosamente nada). Além disso, a música, apesar de ser dos ABBA, em nada tem a ver com o mundo eurovisivo. Ficou tudo muito mal contextualizado.
Em relação ao apresentador da Green Room, Eric Saade, tenho a dizer que foi horrível! O jovem até é bastante simpático, porém só o escolheram por ter tido um terceiro lugar em 2011. Aqui, a SVT não ligou, de facto, às qualidade de apresentação e pôs lá um amador. Estava muito nervoso, sempre a olhar para os cartões... É uma pena...
Também não entendi o facto de não terem aberto os primeiros ensaios. Se era para não criarem expectativas aos fãs, fiquei na mesma. O que interessa é a atuação na Eurovisão, ao vivo, em direto. O resto é secundário.
Por fim, é uma pena todas as polémicas que se criaram à volta da edição: desde as de plágio de "Glorious" às de "Only Teardrops", ao suposto favorecimento da Geórgia na competição, à não-comparência da delegação da Moldávia a uma conferência de imprensa, à não emissão da final por parte da Turquia por causa do beijo lésbico de Krista Siegfrids (por favor, estamos no século XXI!) até às acusações de russos e azeris terem comprado votos.
Em relação aos resultados, 2013 nem foi um ano muito injusto. A segunda semifinal foi bastante superior à primeira, mais diversificada e que nos deu muito mais para ver em palco - muitas das canções de que eu não gostava encontravam-se aqui e, após vê-las a atuar, comecei a admirá-las e dar valor. 2013 foi uma descoberta para mim: aprendi a não pôr de parte uma música que, inicialmente, não me tinha transmitido nada. Cada uma tem a sua grandeza.
Na 1.ª semifinal, sinceramente, não fiquei chocado pela não-passagem da Áustria. Natália Kelly canta muitíssimo bem - no entanto, a música não sobressaiu em palco e ficou tudo muito insonso. Fiquei apenas chocado com a passagem da Lituânia - que mereceu - e da não da Sérvia - que teve uma das piores atuações do ano. E além disso a Eslovénia foi super horrível em palco - ainda oiço aos altos berros as desafinações da Hannah Mancini, que horror! O voto geopolítico traiu muitos países em 2013, principalmente os da ex-Jugoslávia, e sinceramente fico feliz que isto tenha acontecido: ver a Bélgica e a Malta bem classificadas despertam me um sentimento de esperança em relação a Portugal: sim, porque os pequenos também conseguem ter bons lugares!
Ainda em relação à 1.ª, tenho de aplaudir a irreverência do Montenegro - que me surpreendeu muito em palco -, a grandiosidade de Chipre e o profissionalismo da Croácia. A melhor nesta semifinal foi a Moldávia, enquanto atuação - mas não tinha o brilho que "Only Teardrops" tem.
A 2.ª foi mais desesperante, porque eu, após ver as atuações, passei a gostar de quase todas. Os PeR ofereceram a melhor atuação de entrada de sempre, a Elitsa & Stoyan estiveram ao seu melhor nível, os Takasa ao seu género. Fiquei extremamente chateado pelo facto de a Macedónia, Israel e São Marino não terem passado - considerei estas três em questão umas das melhores da noite. A Hungria, que tem uma canção muito aborrecida e foi a pior da noite, a Arménia, que só passou por ser a Arménia, e a Roménia (aquela voz deixa-me todo arrepiado, no mau sentido) não deviam ter passado. O melhor nesta 2ª semifinal foi o Azerbaijão - mas de referir que a Islândia esteve inexplicavelmente perfeita! E a Macedónia foi o meu grande amor - a Esma transmitiu-me uma energia tão boa em palco, uma simpatia enorme e a música era muito especial.
Em relação à Grande Final, temos um top 5 muito bom! O Azerbaijão mereceu, sem dúvida, o 2.º lugar (a atuação estava completamente perfeita), a Ucrânia o 3.º (apesar de não ser fã da música e de a parte do gigante ter sido do mais foleiro de sempre, valeu ao país a qualidade vocal da intérprete), a Noruega o 4.º (a minha favorita e a melhor na noite da Grande Final, ainda bem que lhe deram o valor devido) e a Rússia o 5.º (Dina é uma excelente cantora e mereceu o destaque).
Já se previa o flop de muitos dos BIG5: a Espanha trazia uma música sem sal e uma cantora que não sabe cantar, a Alemanha foi arrasada por causa da Merkel (merecia muito mais, um top10), a França porque a música não se enquadrava nos parâmetros musicais normais eurovisivos (no entanto, Amandine teve uma presença de palco fortíssima) e o Reino Unido, que continuou a apostar no setor sénior - setor esse que já não é o que era, tem menos voz e menos força em palco. Esperei que a Suécia ficasse no top 10, porque tinha tudo para ficar bem classificada, e esperava um top 5 da Itália. É pena estas duas que acabei de referir não terem ficado como eu gostaria, porque elas estão cheias de qualidade e mereciam muito mais.
O lugar da Holanda também me deixa muito feliz - não sou fã de "Birds", mas Anouk foi completamente arrasadora em palco. A Irlanda não merecia de certeza o último lugar e nem a noiva lésbica da Finlândia o ante-penúltimo (se estivesse no lugar deles estaria frustrado). E a Islândia, Bielorrússia e Estónia podiam ter ficado um pouco melhor, também. A Geórgia, apesar dos horripilantes desafinanços, merecia estar melhor posicionada devido à qualidade musical.
No geral, o Azerbaijão e a Moldávia tiveram as melhores apresentações em palco, a Noruega a música mais moderna e contemporânea da edição, o São Marino e a Macedónia as grandes atuações que ficaram pela semifinais, a Itália foi a mais clássica, a Holanda e a Hungria as mais diferentes, a Roménia e a Finlândia as mais irreverentes, e a Dinamarca a que agradou mais às massas.
Notou-se que este ano, apesar das polémicas das votações, houve um equilíbrio: os nórdicos e os de leste continuaram a dominar o certame. Porém, os países pequenos e sem grande expressão ficaram bem: é o caso de Malta, Bélgica, Hungria e Holanda. Os Ex-Jugoslávia, que costumam ter uma forte presença, este ano nem à final foram. É bom haver isto por vezes, porque assim tenta-se dar valor a cada país no certame - e muitos deles já mereciam ficar bem classificados. Não é por ser do leste que se deve ficar bem classificado, não é por ser do ocidente que se deve ficar mal classificado. Há que saber quebrar as "rotinas" e fazer a diferença. E este ano fez-se, claramente.
Apesar de querer que tivesse ganho uma Noruega ou uma Suécia, fico feliz por uma das minhas favoritas ter ganho. A Dinamarca já anda a merecer há bastante tempo este troféu e parece que este ano juntou-se o útil ao agradável: boa artista, boa apresentação musical, bom instrumental e boa letra. "Only Teardrops" não é das melhores vitórias eurovisivas e é bastante inferior a "Euphoria", mas é competente e dá seguimento a uma nova Era da Eurovisão. Uma Era onde se dá mais importância ao certame, onde se compram e se divulgam mais as músicas (se estas forem boas) e onde se começam a mudar mentalidades. Porque a Eurovisão tem qualidade e valor, e "Only Teardrops" é uma conjugação competente dessa qualidade que foi explícita o ano passado pela "Euphoria". Certamente a música fará imenso sucesso nos charts internacionais.
Até para o ano! Vocês não se vão livrar de nós, dinamarqueses!
2 reparos a fazer...
ResponderEliminarA música dos ABBA fora do contecto eurovisivo? Respeito a opinião de cada 1 mas quase toda gente sabe que os ABBA se tornaram conhecidos a nivel mundial com este concurso e dizer que estava fora do contexto completamente errado porque sempre que vemos imagens os ABBa estão lá sempre.
Quanto aos BIG 5 sim era previsível os lugares. Mas também dizer que a cantora Espanhola não sabe cantar parece grave. Mas obviamente não se pode dizer que a voz dela é igual ou parecida com a Pastora Soler. Mas se ela foi escolhida deve ter sido com algum mérito.
Quanto aos comentários da Sílvia Alberto estou 100% de acordo porque acho que ela foi das poucas que não viu nada na música do Azerbaijão.
Ass: '' Aspas'' '' Aspas''
Caro Anónimo,
EliminarObrigado pelo seu comentário. Em relação aos ABBA, apenas disse que estava fora do contexto a música "The Winner Takes It All". Fazia mais sentido cantarem a "Waterloo", a meu ver. Mas lá está, são opiniões.
Obrigado pela preferência e cumprimentos eurovisivos!
Há dois comentários que faço a esta tua crónica:
ResponderEliminar+ Dizer que "a Espanha trazia uma música sem sal e uma cantora que não sabe cantar" é humilhar os verdadeiros artistas. Os ESDM são uma banda que já atuou para milhares de espetadores em Espanha e América Latina, existem há 10 anos, são profissionais e tem fãs. O facto da vocalista ter estado nervosa e não conseguir cantar devidamente e desafinando, não quer dizer que não saiba cantar. Será que não sabias previamente a biografia da banda que concorreu ao ESC? Parece-me que não, por isso não é bonito para qualquer cronista enxuvalhar o acontecimento, neste caso o sucedido com Raquel del Rosário no palco do ESC.
+ Dizer que "A Geórgia, apesar dos horripilantes desafinanços, merecia estar melhor posicionada devido à qualidade musical." é uma contradição, então dizes que desafinaram e depois dizes terem qualidade musical. Afinal para ti qualidade musical é sinónimo de horripilante desafinanço!
Enfim... estes dois pontos são assim os piores que encontrei ao ler a tua crónica. Globalmente, está uma má crónica.
Caro JP,
EliminarQualidade vocal, a meu ver, não é qualidade musical. São coisas completamente diferentes.
Cumprimentos eurovisivos e obrigado pela preferência!