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Confissões de um fã eurovisivo - Ping Pong!



(Israel) A participação da banda Ping Pong!

   Meus queridos Leitores, o ESC de 1998 ficou marcado por ter sido o último em que se utilizou uma orquestra ao vivo. Foi um ano de viragem e iniciou-se, assim, uma nova era moderna eurovisiva. Nesse mesmo ano, deu-se uma das vitórias mais polémicas e mais controversas de sempre: Dana International brindou-nos com “Diva”, cantado em hebraico. Por ser uma artista transsexual, Judeus ortodoxos e com mentalidades conservadoras opuseram-se à sua participação no certame. No entanto, o talento, o carisma e a excentricidade de Dana International falaram mais alto… e venceu com uma fonética canção.
No ano seguinte também se fez história: é quebrada a regra de obrigatoriedade dos intérpretes cantarem na língua de origem, tendo levado a muitos países a optarem pela língua inglesa. Jerusalém sedia pela segunda vez o concurso, em que também foram introduzidos os Big 4 e o intervalo publicitário no final de todas as atuações. O país anfitrião arrecadou o quinto lugar.
Mas foi com o virar do século, no ano 2000, que Israel ficou desiludido com a sua aposta e o péssimo resultado: ficou-se pelo penúltimo lugar com apenas 7 pontos. O grupo “PingPong”, a meu ver amador, apresenta uma “canção” intitulada “Sameyakh”, em inglês, “Be Happy”. Feliz fiquei eu com este final. Por momentos, acreditei que pudessem valorizar tal ridicularidade, mas um anjo caiu do céu e ouviu as minhas preces. Aliás, Israel até nem teve o lugar que mereceu: o último. Após o sucesso de Dana, Israel passou do 8 para o 80 em termos de qualidade. A apresentação de PingPong foi muito fraca e pouco original. As vozes, com especial foco na da vocalista, surgiram desafinadas. A música não teve qualquer interesse. Após 1 minuto e pouco, a vontade era mudar de canal imediatamente, de tão repetitiva e nada cativante. A letra é caricata, pois fala da união entre duas pessoas de países diferentes, fustigados por questões politico-religiosas; mas, com este amor, celebra-se a paz entre ambos. No fundo, poderia equipará-la a uma banda de adolescentes do tipo “onda choque”, pelo tipo de apresentação e pelo aspeto físico e jovial, evidenciando-se uma imagem pouco cuidada. Mas, com muito menos qualidade musical e vocal, abaixo do limite do aceitável.
Obviamente que nunca poderia ter ganho uma proposta como esta. Se tivesse acontecido seria o fim da eurovisão, que estava a viver uma época de mudanças. Estas alterações, ou resultavam e cativavam o público, ou degradavam a sua imagem de vez. E esta hipotética vitória seria o maior dos riscos.
E assim, com o surgir desta banda que não mereceu sequer entrar no certame da música europeia, inicia-se uma década má para Israel, com uma sequência de maus resultados até aos dias de hoje. À exceção de alguns (poucos) anos, os israelitas ainda não conseguiram marcar pela diferença e pela qualidade, de modo a que fique uma performance marcada pela positiva nas nossas escolhas eurovisivas do século XXI.

 

Todo o material, desde do texto às imagens e às suas aplicações, foi feito pelo autor.
21/08/2012
Vídeo: Youtube 

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