Estamos a assistir, através da Online Press Center, ao segundo ensaio geral da primeira semifinal do ESC 2025, onde atua Portugal.
A um dia da emissão da primeira semifinal do Festival da Eurovisão, decorre o segundo dress rehearsal, anteriormente 'ensaio para o júri', onde todos os artistas subem a palco e cumprem o alinhamento completo do espetáculo.
Os NAPA, representantes portugueses, voltam a apresentar o tema 'Deslocado'. Abaixo pode ver o comentário a este segundo ensaio geral no palco da arena St.Jakobshalle, em Basileia.
Comentários ESC 38N (Jessica Mendes):
A Islândia mantém a sua atuação praticamente igual à final nacional. Os planos de câmara que mostram o palco inteiro fazem-nos parecer formigas lá no meio. É uma boa maneira de abrir, mas ninguém se vai lembrar em 2 minutos.
Passa-se tanta coisa na atuação da Polónia que não vos consigo descrever a mesma. A Justyna é incrível. Se não for para chegar os 50s como ela, nem quero (notem que na assinatura está o nome do Pedro, mas sou eu, a Jessica, quem está a comentar). Ela canta, ela dança, ela voa. Semelhante à final nacional, mas ainda com mais ácidos. Não sei como está mulher faz isto, mas ainda bem que faz. Não diria, no entanto, ser uma qualificação segura.
Repitam comigo: a Eslovénia vai passar à final. Repitam sobretudo para se mentalizarem. O Klemen é ótimo e merece um excelente lugar. No Led vamos vendo, na primeira parte da canção, vídeos da mulher dele e ouvimos inclusive momentos desses vídeos, momentos felizes que contrastam com a doença que lhe foi diagnosticada. Depois de estar de cabeça para baixo, no último refrão a mulher dele aparece. A melhor até agora, mas de longe.
Sabem, eu acabei de voltar dos bálticos, cantei várias vezes a música da Estónia com lituanos e, por isso, tenho-lhe um carinho especial por me fazer lembrar bons momentos. Ainda assim, isto continua mau. Ele não sabe cantar nem dançar, mas há qualquer coisa aqui que funciona. O winners cafe que já tínhamos visto em fotos está no fundo até metade da atuação. Depois muda para um avião aos saltos, completamente ridículo, mas divertido (como a música). Às tantas aparece uma "fã que invade o palco" e é levada pelos seguranças. Olhem, isto é mau, mas entretém.
(Big 5) A Espanha veio com toda a força lutar pelo bottom 5. Quando, nas pre partys, diziam que ela não dançava no dancebreak para não revelar a coreografia, lamento dizer que estavam errados. Ela não dançava porque passa praticamente toda a música sem o fazer. A voz também esta muito longe da perfeição e o instrumental soa mesmo muito mal. Era difícil piorar a música e a atuação e, no entanto, Espanha conseguiu fazer ambos.
A Ucrânia está sempre na final por ser a Ucrânia, mas, honestamente, não creio que o mereça. Tirarem o jardim foi um erro quase tão grande como o vocalista pintar o cabelo deste loiro péssima. Não se passa nada naquele palco. Ele anda de um lado para o outro, mas não passa nada ao espetador. Os outfits tambem são terríveis. Não queria ser esta pessoa, mas esta é a pior proposta ucraniana em muito tempo.
Quem acha que a Suécia não vai ganhar, está louco. A atuação é a mesma do Melodifestivalen porque para quê mexer no que está ótimo? Os leds funcionam na perfeição e o palco nunca parece grande demais. Ninguém vai ver Portugal porque ainda vão estar todos a comentar o arraso da Suécia (notem que eu sou sempre hater da Suécia).
O vocalista dos NAPA aparece no fundo do palco e vai fazendo o seu caminho (com um sol nos leds) enquanto aparecem os restantes membros da banda, no início da música. Nos leds vai-se vendo um amanhecer, uns prédios, um avião. Passa a mensagem? Diria que não. Os vocalista, guitarrista e baixista vão andando até à frente do palco e voltando para trás. O fundo transforma-se depois nas nuvens que já tínhamos visto. Todo o Led parece feito em IA com um prompt terrível. Há alguns planos de câmara muito bem conseguidos, mas só isso. Dificilmente passamos e diria mesmo que estamos na luta pelo último lugar da semifinal.
A Noruega repete muito do que havia sido a sua atuação no MGP. Ele continua a não conseguir fazer as notas graves ou as agudas. Pessoalmente, não consigo perceber o que todos veem nesta música, mas vai à final. Não acho, no entanto, que vá conseguir grande resultado com esta atuação. Fartaram-se foi de gastar dinheiro em fogo. RTP could never.
Odeio a música da Bélgica, mas reconheço que a atuação está muito bem conseguida. Não tem nada de especial, mas os planos de câmara estão perfeitos. No primeiro refrão aparece um reflexo dele no chão, que está muito bom. Ele usa apenas o "segundo palco" e isso é muito inteligente para tornar o mesmo menos grande e ficar menos perdido. Só no final é que vai para trás enquanto os bailarinos ficam à frente. É assim que se faz uma excelente atuação sem precisar de gastar muito.
(Big 5) Itália veio com um orçamento de 50 cêntimos e vontade de nem ali estar. Meteram a letra no tradutor e espetaram-na no ecrã e acharam que isso era um staging. Acho (já achava no Sanremo) que o amigo dele lá ao lado não faz sentido. Este ano não faltam fireworks e é por isso que a Itália está aqui tão bem. E olhem, ouvir um instrumento real ao vivo no palco da Eurovisão depois de tantos anos, sabe pela vida. Lucio Corsi traz-nos só uma música e, às vezes, é disso que precisamos.
O Azerbaijão não vai à final, mas vai estar perto. Temos tudo muito vermelho, centrado numa plataforma que está no meio do palco onde eles e três bailarinos se movimentam. A música e a atuação esgotam-se a meio, no entanto. Não há nada de novo a passar-se e o público vai cansar-se rapidamente.
Oiçam, eu amo de paixão a música de São Marino, mas este staging tira-lhes o melhor resultado de sempre (e talvez até a passagem à final). O Gabry Ponte aparece com um microfone para fingir que canta, o que foi inteligente. Os efeitos de câmara estão interessantes, mas era preciso movimento. Os cantores estão mascarados sem se mexerem e no palco da frente há três pessoas que também não acrescentam muito. Por algum motivo há rosa e azul no palco, como se essas corres se relacionassem com Itália. Os outfits deviam ser coloridos, devia haver pessoas a dançar. Obrigada, São Marino, pela primeira grande desilusão do ano.
A Albânia vem como uma das grandes favoritas, mas não creio que tenha hipóteses de ganhar. No início está tudo muito vermelho e, no refrão, começamos a ver o branco e o preto. Nas pausas para a dança dela há fogo e, quando ele começa a "cantar", o palco divide-se e assim fica até ao final. O efeito é ótimo e eles fazem ambos muito bem o seu papel, mas há qualquer coisa que falta para ser uma vencedora eurovisiva. Vai, no entanto, ser top 5 fácil.
Os Países Baixos decidiram trazer a música que mais agrada ao povo para terem a certeza que não acabam como no ano passado. O Claude tem muito carisma, mas já o ouvi cantar melhor que hoje. Grande parte da música é feita em one shot, que funciona muito bem, porque os bailarinos vão aparecendo e ele vai caminhando pelo palco. O final tem, como no videoclip, um mini Claude num espelho a fazer os mesmos movimentos. Muito boa atuação. Top 3 da semifinal e top 10 fácil na final.
Poison cake é uma música péssima, mas que estava cheia de potencial para uma boa atuação e foi isso que fizeram. As partes mais dark têm um tom verde e as mais soft, rosa. Ele melhorou muito vocalmente e a coreografia também. Os efeitos de câmara estão ótimos. Não apostaria na sua não passagem. Difícil, mas, se a Croácia não passar, ficará lá perto.
(Finalista) A atuação da Suíça começa de uma maneira lindíssima, mas depois cansa um pouco. Vamos vendo os telemóveis do público com as lanternas ligadas atrás da Zöe, mas nada de interessante. No clímax da música os efeitos são ótimos, mas ela não consegue manter as notas finais e vai sair prejudicada no júri. O vestido não combinada em nada com a música e há momentos em que fica mesmo mal na atuação.
Esperámos muito pela música e pela atuação "nunca antes vista" do Chipre e valeu a pena. Ele é o melhor cantor de sempre? Não, mas também está longe de ser o pior desta semi. O início é aquele que já conhecemos, com a pintura famosíssima do DaVinci e, depois disso, é toda uma aventura por aquelas estruturas. Eu não consigo imaginar a preparação que isto envolveu. Antes do climax ele vai para o chão e todos os planos de câmara são pensados ao milésimo de segundo. Chipre merece um top 10. É assim que se faz uma atuação boa quando não se tem uma música boa e é assim que os fireworks devem funcionar.
Recorde que é amanhã, terça-feira, dia 13 de maio, que Portugal sobe oficialmente ao palco do ESC. O país compete com outros 14 países por um lugar na grande final do certame. Em termos de apuramento, conta apenas o voto do público - televoto.
Na quinta-feira, 15, decorre a SF2 com mais 16 países em competição, estando a grande final da Eurovisão agendada para sábado, 17 de maio.
Imagem: EBU
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