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Confissões de um fã eurovisivo - Historial

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CONFISSÕES DE UM FÃ EUROVISIVO
INICIATIVA DE CLÁUDIA PERES DE MATOS
19/06/2012 - 04/09/2012

(Rússia) O segundo lugar das Buranovskiye Babushki em 2012 - [AQUI]!
(Finlândia) A vitória dos Lordi em 2006 - [AQUI]!
(Portugal) Participação dos Homens da Luta em 2011 - [AQUI]!
(Espanha) Intruso na atuação da Espanha em 2010, "Algo Pequenito" de Daniel Diges - [AQUI]!
(Islândia) Participação de Sílvia Night em 2006 - [AQUI]!
(Itália) O segundo lugar de Raphael Gualazzi em 2011 - [AQUI]!
(Portugal) O insucesso de Portugal na Eurovisão - [AQUI]!
(Alemanha) A vitória de Lena em 2010 - [AQUI]!
(Ucrânia) O segundo lugar de Verka Serduchka em 2007 - [AQUI]!
(Israel) A participação de PingPong em 2000 - [AQUI]!
(Geral) As questões políticas na Eurovisão - [AQUI]!
(2012) As injustiças do ano - [AQUI]!

Confissões de um fã eurovisivo - As injustiças de 2012!

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(2012) As injustiças de 2012!

   Meus queridos Leitores, há alguns anos que sou fã da Eurovisão mas agora ainda mais, muito devido à colaboração neste blogue. Este ano foi aquele em que mais me dediquei ao certame e em que acompanhei tudo o que lhe diz respeito. Deste modo não poderia terminar esta iniciativa com uma crónica de opinião completamente dedicada à edição deste ano, em especial a todas as injustiças que ocorreram.
Imediatamente, após terem sido conhecidas todas as canções a concurso, países como a Islândia, Noruega, Suíça, Dinamarca e Eslovénia passaram diretamente para o topo da minha lista de favoritos. É certo que muitas vezes mudamos de opinião com o tempo. Começamos a escutar com mais atenção todos os pormenores da melodia, da letra, e depressa nos fartamos de uma música, ou, inesperadamente, começamos a adorar outra que até então não nos tinha chamado a atenção. Não foi o caso. Desde o início até ao fim desta edição, as canções destes países marcaram-me pela positiva. Mas nenhum deles alcançou o sucesso no ESC 2012.
A primeira semifinal foi mais fraca a nível de qualidade musical. Havia uma previsão quase certa dos países que iriam alcançar a final; mas, em momento algum, me passou pela cabeça que a Suíça ficasse para trás. A atuação dos Sinplus foi excecional. Houve uma grande interação com o público, foram carismáticos, transmitiram energia em palco e a voz estava no seu devido lugar. A canção chegou a ser apontada como uma das melhores a concurso. Hungria ou Suiça, apenas poderia passar uma delas. Passou a Hungria. Não é que não tivessem merecido. Mas em vez deles, escolheria a Suíça, uma vez que os restantes países estariam previsivelmente na final. Além disso há algum tempo que a Suíça não apresentava uma proposta tão agradável. Ficou em 11º lugar nesta semifinal. Foi por um triz. Para mim, não fez qualquer sentido estar na corda bamba.
Na segunda semifinal a grande surpresa foi a Eslovénia. Meu Deus, como eu adorei aquela interpretação! Como a Eva Boto estava tão segura de si, com o olhar certo, a interação perfeita com as camaras, e a viver o seu momento com aquela linda balada. Como foi possível terminar num dos últimos lugares, como?! No ano anterior, a Eslovénia surpreendeu-me pela positiva, mas este ano, superou todas as espectativas, principalmente após a performance dessa noite. Eva chorou e com razão. Foi ridícula a sua retenção na semifinal.
Islândia era a minha segunda canção favorita (apenas atrás da Suécia). Lindíssima, com uma mensagem muito original, uma melodia fantástica e dois intérpretes que admiro muito, principalmente Gréta, que compôs e escreveu esta música, bem como a sua versão em inglês que ficou esplendida! Aqui só para nós, é uma canção que adoro cantar. E cada vez que me sujeito a esta triste figura (ultimamente, canto enquanto conduzo), no final ainda se desperta em mim aquele arrepio, que surge quando uma música nos é tão querida e cativante. Como foi possível terminar em 20º lugar? Nunca vou aceitar este resultado, nunca.
Também escandaloso foi último posto, que calhou na rifa à Noruega, àquela que diziam ser uma cópia da Suécia 2011, que terminou em terceiro lugar. O mesmo compositor e o mesmo escritor conseguiram o mais difícil: criar duas músicas que terminaram e primeiro e em último lugares no mesmo ano. O trabalho de Tooji e de toda a sua equipa não merecia ter sido desvalorizado desta forma.
E a Dinamarca, que tem apresentado boas propostas, ao longo destes anos - esta não foi exceção. Soluna Samay era muito querida do público. Todos os elementos apresentaram-se de uma forma original e a canção fica no ouvido e é agradável. Um 23º lugar que assentava que nem uma luva à Ucrânia ou ao Reino Unido, não à Dinamarca.
Os resultados finais destes cinco países foram, para mim, as grandes injustiças do ano. Claro que a lista de resultados injustos de toda a história da Eurovisão é gigantesca, mas estes não ficariam de fora dela. A quantos mais iremos assistir daqui para a frente?! No meio de tanto resultado mal explicado, fica a vitória sueca, que quase nos fez esquecer todas estas tristezas. O meu desejo e, certamente, o de todos os fãs eurovisivos, é que estas injustiças tendam a decrescer e que, no final, fiquemos satisfeitos com a vitória final e com todo o espetáculo.  
Todo o material, desde do texto às imagens e às suas aplicações, foi feito pelo autor.
04/09/2012
Vídeo: Youtube 

Confissões de um fã eurovisivo - Questões políticas!

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(Geral) As questões políticas na Eurovisão!

   Meus queridos Leitores, hoje venho falar-vos de um tema que certamente é aquele que me causa um maior sentimento de frustração, a mim e provavelmente a todos os fãs eurovisivos, que se sentem de mãos atadas perante as injustiças eurovisivas. Quantas e quantas vezes, após ter assistido a uma final, fielmente no meu sofá, durante cerca de três horas, me pergunto o que estive ali a fazer imóvel a olhar para a tv. Perda de tempo?! Não, porque o espetáculo, a magia, a musicalidade falam mais alto e acabam por compensar qualquer aspeto menos positivo. Mas eu, incrédula, mesmo assim, questiono se valerá a pena “chegar a Janeiro” e estar atenta a todos os pormenores, a todas as canções selecionadas, visitar páginas todos os dias e estar atenta a novidades; e, ao longo desses cinco meses, escutar as canções todos os dias, de tal forma que, mesmo antes de se aproximar a época eurovisiva, já as sei de cor e salteado.
A primeira vez em que me dei conta que existem questões politicas a assombrar a Eurovisão foi em 1996. Ainda não tinha muito a noção do que era este espetáculo, que colava à tv todos lá em casa por aquela altura do ano. Mas passava os tempos seguintes a ver e rever as cassetes VHS que continham todas as atuações registadas. Nesse ano, a minha mãe comentava que Lúcia Moniz teria sido a justa vencedora e que, já no ano de 1980, José Cid não ganhou porque o país não teria condições para organizar o certame na altura. Como estes exemplos, existem outros (Vânia Fernandes, Dulce Pontes, Anabela, Sara Tavares, Rita Guerra ou até mesmo Manuela Bravo). Quantas vezes já teríamos tido o prazer de assistirmos à Eurovisão no nosso país? Pelo menos umas 5 ou 6. Como já foi referido aqui, muita da responsabilidade de tal facto nunca ter acontecido deve-se à RTP e à falta de vontade e de interesse pelo festival. Com tanto dinheiro gasto à toa neste país, ainda não compreendi o porquê de não apostar nisto, que tem de tão importante para os amantes da música, como o Europeu de Futebol, o Mundial e os Jogos Olímpicos têm para os amantes do desporto.
Mas o insucesso de Portugal deve-se também às questões geográficas. Todos os anos nos deparamos com o escândalo das votações nos vizinhos. Graças a Deus que Portugal está rodeado de mar (e por Espanha). Mas é nestas alturas que desejaríamos estarmos bem no centro da Europa, fazermos fronteira com mil e um países e fossemos todos “amiguinhos”. E depois, as questões financeiras. Só ganha o festival quem tem condições económicas para o organizar. Isso não é de todo um aspeto negativo, mas vejamos: a organização em Baku foi muito criticada e classificada de amadora. Se o Azerbaijão queria tanto vencer para realizar lá uma edição, tinham obrigação de serem mais rigorosos. Ou seja, quiçá um país com menos possibilidades não organizasse um espetáculo digno e tão bem aplaudido como tantos outros.
São estas questões político-financeiras que colocam em causa toda a credibilidade do concurso que supostamente deveria valorizar a cultura e qualidade musicais. Mas não. Sabemos que será sempre assim: só ganha quem tem dinheiro e vizinhos! E todos nós esperamos que este facto não supere a harmonia e o interesse que temos por este acontecimento anual que tanto nos alegra e nos enche de magia.
Todo o material, desde do texto às imagens e às suas aplicações, foi feito pelo autor.
28/08/2012
Vídeo: Youtube 

Confissões de um fã eurovisivo - Ping Pong!

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(Israel) A participação da banda Ping Pong!

   Meus queridos Leitores, o ESC de 1998 ficou marcado por ter sido o último em que se utilizou uma orquestra ao vivo. Foi um ano de viragem e iniciou-se, assim, uma nova era moderna eurovisiva. Nesse mesmo ano, deu-se uma das vitórias mais polémicas e mais controversas de sempre: Dana International brindou-nos com “Diva”, cantado em hebraico. Por ser uma artista transsexual, Judeus ortodoxos e com mentalidades conservadoras opuseram-se à sua participação no certame. No entanto, o talento, o carisma e a excentricidade de Dana International falaram mais alto… e venceu com uma fonética canção.
No ano seguinte também se fez história: é quebrada a regra de obrigatoriedade dos intérpretes cantarem na língua de origem, tendo levado a muitos países a optarem pela língua inglesa. Jerusalém sedia pela segunda vez o concurso, em que também foram introduzidos os Big 4 e o intervalo publicitário no final de todas as atuações. O país anfitrião arrecadou o quinto lugar.
Mas foi com o virar do século, no ano 2000, que Israel ficou desiludido com a sua aposta e o péssimo resultado: ficou-se pelo penúltimo lugar com apenas 7 pontos. O grupo “PingPong”, a meu ver amador, apresenta uma “canção” intitulada “Sameyakh”, em inglês, “Be Happy”. Feliz fiquei eu com este final. Por momentos, acreditei que pudessem valorizar tal ridicularidade, mas um anjo caiu do céu e ouviu as minhas preces. Aliás, Israel até nem teve o lugar que mereceu: o último. Após o sucesso de Dana, Israel passou do 8 para o 80 em termos de qualidade. A apresentação de PingPong foi muito fraca e pouco original. As vozes, com especial foco na da vocalista, surgiram desafinadas. A música não teve qualquer interesse. Após 1 minuto e pouco, a vontade era mudar de canal imediatamente, de tão repetitiva e nada cativante. A letra é caricata, pois fala da união entre duas pessoas de países diferentes, fustigados por questões politico-religiosas; mas, com este amor, celebra-se a paz entre ambos. No fundo, poderia equipará-la a uma banda de adolescentes do tipo “onda choque”, pelo tipo de apresentação e pelo aspeto físico e jovial, evidenciando-se uma imagem pouco cuidada. Mas, com muito menos qualidade musical e vocal, abaixo do limite do aceitável.
Obviamente que nunca poderia ter ganho uma proposta como esta. Se tivesse acontecido seria o fim da eurovisão, que estava a viver uma época de mudanças. Estas alterações, ou resultavam e cativavam o público, ou degradavam a sua imagem de vez. E esta hipotética vitória seria o maior dos riscos.
E assim, com o surgir desta banda que não mereceu sequer entrar no certame da música europeia, inicia-se uma década má para Israel, com uma sequência de maus resultados até aos dias de hoje. À exceção de alguns (poucos) anos, os israelitas ainda não conseguiram marcar pela diferença e pela qualidade, de modo a que fique uma performance marcada pela positiva nas nossas escolhas eurovisivas do século XXI.

 

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21/08/2012
Vídeo: Youtube 

Confissões de um fã eurovisivo - Verka Serduchka!

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(Ucrânia) O segundo lugar de Verka Serduchka!



   Meus queridos Leitores, após a polémica vitória dos Lordi, que já teve direito a uma crónica dedicada a ela, realiza-se o ESC na Finlândia em 2007. Este ano foi marcado por algo inédito e com importância histórica: pela primeira vez venceu um país no seu ano de estreia, a Sérvia com Marija Serifovic e a sua balada “Molitva”. O segundo lugar foi atribuído à Ucrânia, representada por Verka Serduchka. Tivemos então algo caricato: o troféu coube a uma cantora pop dotada de uma potente voz e, sobretudo, uma capacidade enorme de transmitir a música para o público (e foi este último fator que, provavelmente, mais contribuiu para o seu triunfo). Marija marcou também pelo seu estilo masculino. Por outro lado, para o segundo lugar, surge um senhor, cujo nome à primeira vista soa bastante feminino. E quando visualizamos a sua atuação, não temos dúvidas: trata-se de uma mulher, um travesti! Onde é que eu já vi isto… em 1999 Israel vence o certame com uma cantora transsexual. E daí? Por mais que hajam criticas e por mais que seja uma vitória polémica, “Diva” ficará marcado na história da Eurovisão pela sua sonoridade, que fica no ouvido.
No entanto, este “senhor” não tem o mesmo carisma e a mesma qualidade que Marija Šerifović. A sua apresentação física assemelha-se a um teletubie, ou a uma árvore de Natal com a estrela cadente no cimo. Aliás, numa segunda observação, até diria que parece um ovni. Seria um ser vindo de outro mundo?! Em termos visuais, arriscava-me a dizer que Lady Gaga tirou dali umas ideias... ou vice-versa! “Dancing Lasha Tumbai” também não tem ponta por onde se lhe pegue. Parece uma música de um videojogo, extremamente repetitiva e ainda se torna mais ridícula com aquela coreografia realizada pelo conjunto de fatos prateados.
E por mais um ano, mais uma injustiça eurovisiva. Não vejo outra explicação para esta excelente classificação senão o facto de estarmos perante uma música da qual facilmente nos lembramos dela (porque é sempre a mesma coisa). Mais uma vez, a Ucrânia esteve em alta, pois faz parte dos “países queridos” da Eurovisão. Se Portugal se apresentasse com uma prestação semelhante, não passaria dos três últimos lugares (e com alguma sorte).
E com tudo isto, é cada vez mais evidente o motivo que leva a muitos portugueses a desistirem de acompanhar a Eurovisão, ano após ano. Desde o início do século XXI que o certame é cada vez mais assombrado por polémicas de cariz politico. Mas resultados como este também me fazem pensar que o ESC é cada vez mais um espetáculo de excentricidades do que um festival onde o objetivo é divulgar a música europeia, de demonstrar a qualidade musical que nos rodeia e que faz parte de outras culturas. As audiências no nosso país já não são muito famosas, mas tenho a certeza que se Verka Serduchka ganhasse o certame de 2007, e se houvesse mais vencedores do mesmo género, a imagem do ESC ficaria ainda mais negativa e iria perder ainda mais espectadores.


 

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14/08/2012
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Confissões de um fã eurovisivo - Lena!

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(Alemanha) Vitória de Lena em 2010!

       Meus queridos leitores, o Festival Eurovisão da Canção 2010 foi um bonito, completo e inovador espetáculo, sediado em Oslo, fazendo jus à vitória do ano anterior de Alexander Rybak (para mim, uma das melhores vitórias de sempre do Festival). Foi também uma das edições mais dispendiosas, mas, tal como o presente ano, 2010 ofereceu-nos uma grande qualidade musical. Para mim, performances como a de Bósnia & Herzegovina, Dinamarca, Azerbaijão, Arménia, Bélgica, Chipre, Turquia, Roménia ou a própria Noruega, entre outros, poderiam ter triunfado e qualquer um destes seriam vencedores minimamente justos.
            Lena Meyer-Landrut, então, com apenas 19 anos de idade, tornou-se um fenómeno eurovisivo ao vencer o certame. “Satellite”, tema exclusivamente em Inglês, soou mais alto na “Telenor Arena”. Se considero uma canção à altura?! Não é má. Aliás, não era… a partir do momento em que visualizei a sua atuação, que foi o suficiente para mudar de opinião. O que parecia uma música animada, com ritmo tornou-se num momento enfadonho. Os coros eram constituídos por quatro senhoras a estalar os dedos; Lena a abanar-se sempre do mesmo modo! Nada de novo acontece ao longo da atuação… vira o disco e toca o mesmo! Nada convida à atenção do telespectador para ficar expectante do que irá ocorrer. Além disso, Lena não é competente a nível vocal, cometendo inúmeras desafinações e falhas nas notas musicais, apesar de pessoalmente considerar que possui um timbre bonito. Ou seja, a Alemanha não se esforçou para merecer este prémio. O nível de qualidade e de empenho foi muito, muito fraquinho. No fundo foi uma vitória baseada no carisma e na popularidade de Lena, porque desempenho, nem vê-lo. A Lena está constantemente despreocupada e apenas a aproveitar o momento. Isto poderá ter o seu lado positivo, estando desinibida de nervosismos e ansiedade que podem prejudicar a performance; mas, com esta atitude, o rigor fica de parte. Uma música destas merecia que dessem muito mais por ela: ser mais trabalhada, outra apresentação em palco. Logo que acabou a atuação, senti que os germânicos nunca iriam ter pernas para andar e vencer… mas enganei-me! E quando chegaram os resultados finais, recebi um balde de água fria. Logo surgiu a pergunta habitual: Terá a Alemanha ganho por ser o país mais rico da Europa, numa época em que a crise se evidenciava cada vez mais?! E lá estava eu e meio mundo a bater na mesma tecla cada vez que alguém ganha sem razão musical aparente. No final, Lena sortuda ainda teve direito a um pequeno beijinho na boca de Rybak, o malandro! Foi mais um ano em que o espetáculo ficou manchado por uma injusta vitória, ou pelo menos, por uma vitória que deveria ter sido muito mais suada. E foi este ano, aquando a atuação dos últimos cinco finalistas em Baku, que foi ainda mais evidente a discrepância entre a música alemã e a dos outros artistas.
Após um ano a correr pelo mundo, a gozar a sua popularidade e a arrecadar cada vez mais fãs, lá tivemos que levar com a Lena mais uma vez. Foi a primeira vez que um big 5 (na altura big 4) venceu desde a implementação desta regra e foi a segunda que um vencedor representa novamente o país no ano seguinte. Em 2011, Lena surge mais madura, mais profissional e mais rigorosa, já não tão verde como aquela menina de vestido e meias pretas. Seja como for, a Alemanha voltou a organizar um competente espetáculo em Dusseldörf e a fazer as delícias dos fãs. Afinal, ganhar um país rico pode ter o seu lado bom!




 

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07/08/2012
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Confissões de um fã eurovisivo - Insucesso de Portugal na Eurovisão!

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(Itália) Insucesso de Portugal na Eurovisão


       Meus queridos leitores, o nosso país tem uma história longa no Festival Eurovisão da Canção. Foi um dos primeiros países a participar no evento e, até hoje, só falhou três edições. Mas, apesar de todas as presenças, de toda a gama de reportório, de todas as tentativas, esforços e esperanças, Portugal nunca foi bem-sucedido no concurso. E pergunto eu porquê? Todos nós gostaríamos de ter uma boa resposta para esta questão.
Em 46 participações, apenas nove atingiram o top 10 e as restantes, a sua maioria ficaram no fundo da tabela, ou até no último lugar, como no primeiro ano de participação. Em 1969, aquando a representação por Simone de Oliveira, quatro países se igualaram na primeira posição: Espanha, Reino Unido, Holanda e França. No ano seguinte, Portugal falha a sua primeira participação por desconfiar de irregularidades nas votações do ano anterior. Juntamente com outros países, Portugal realizou o primeiro boicote ao festival e apontaram o favorecimento dos grandes países.
Depois, após anos de altos e baixos (e refiro “altos” quando atingimos um resultado acima do 10ºlugar), surge a década de 90. Esta foi a era em que provavelmente todos vós, fãs eurovisivos do “meu tempo”, começaram a vibrar ardentemente com este espetáculo que é a Eurovisão. Artistas como Sara Tavares, Anabela, Da Vinci e Dulce Pontes ficaram marcados positivamente na minha memória. Mas, sem dúvida, que o ano mais emotivo e mais aguardado, e que ficará na história, foi o de 1996 com Lúcia Moniz e a bonita canção “O Meu Coração Não tem Cor”. Na altura tudo foi muito colorido, mas até hoje pergunto-me como foi possível atingirmos aquele resultado. Foi de louvar aos céus. Mas depressa acordámos do sonho e deparamo-nos que foi sol de pouca dura. Logo no ano seguinte, Portugal arrecadou uns “fantásticos”… zero pontos. Uau! Imediatamente iniciou-se uma nova fase a bater na mesma tecla, a tecla lá do fundo… e assim surgiu a segunda e terceiras desistências em 2000 e 2002 devido às sucessivas más classificações.
Com o início de um século surge um novo ciclo e uma nova esperança. Mas no fundo saiu tudo farinha do mesmo saco: o insucesso. Com o novo sistema de votação e com a introdução de semifinais, Portugal só atingiu a final por três vezes, tendo sido o melhor resultado arrecadado por Vânia Fernandes e a “sua” “Senhora do Mar”.
Por mais voltas que dê, infelizmente não consigo encontrar soluções para isto. Sabemos que, apesar de arregaçar as mangas e de todo o empenho realizado, nada está ao nosso alcance. A partir do momento em que a nossa própria televisão pública declara que “não nos dava muito jeito ganhar a Eurovisão”, não vale a pena pensar no sucesso de Portugal no ESC. E nós, Portugueses fãs eurovisivos, sentimo-nos de mãos atadas por saber que, por variados motivos, provavelmente nunca iremos alcançar o posto de 1996. Mas à parte destas questões, há um aspeto que nunca irei entender: porque é que nunca foi criada uma canção exclusivamente na língua inglesa? O tempo em que era obrigatório levar a língua do país de origem já lá vai. Antigamente, também eu defendia este facto, porque acho que faz parte da cultura musical mostrar à Europa as origens de cada país, a cultura, a língua e a musicalidade. Mas, uma vez que já não está no regulamento, não custava nada tentar apostar em algo radiofriendly em inglês. Além disso, está estatisticamente provado que a língua inglesa resulta muito bem na Eurovisão, por se conseguir fazer chegar a mensagem a um maior número de pessoas. E as vitórias alcançadas foram maioritariamente, nos últimos anos, em canções na língua universal. Seria bem mais proveitoso apostar nisto do que apostar em coisas novas do género Homens da Luta. E o pior que poderia acontecer era estarmos condenados novamente ao insucesso. Mas enquanto não houver condições financeiras e enquanto permanecerem as questões políticas, dificilmente poderemos sonhar mais alto. Vamos todos pedir à “fadinha da sorte”… que nos traga uma vitória lusa. Acreditam em milagres?! Pois, eu também não!




 

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31/07/2012
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Confissões de um fã eurovisivo - Raphael Gualazzi!

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(Itália) 2º Lugar de Raphael Gualazzi em 2011!




       Meus queridos leitores, em 1956, aquando a primeira edição do ESC, a Itália foi um dos sete países que marcaram presença. Ganhou duas vezes e, confesso que uma delas foi, para mim, uma vitória marcante, permanecendo um hino da Eurovisão: "Insieme" de Toto Cutugno, em 1990. Ainda me lembro de ter esta atuação gravada em VHS e de a ver vezes sem conta. Sete anos depois, Itália participa pela última vez, até ao ano de 2011, marcado pelo seu regresso. Treze anos de ausência, explicada pelo aumento crescente do desinteresse dos Italianos pelo certame. Eu daria outra justificação: amuo. Em 1997, todas as sondagens apontavam a vitória a “Fiume Di Parole”. Contra todos os prognósticos, Reino Unido, com Katrina & The Waves, sagrou-se vencedora. Eu teria outra solução para isto: Rennie, Kompensan ou qualquer outro medicamento com efeito semelhante. Não tenho conhecimento se na altura já era comercializado, mas qualquer chá de erva-cidreira poderia apaziguar o resultado daquele 4º lugar.
Pois bem, parece que todos sentiram muito a sua falta. No ano passado chegaram a surgir declarações na imprensa como: "Ao longo dos anos, a nossa equipa tem feito um grande esforço para trazer os nossos colegas italianos de volta. Olhámos para o interesse renovado de Itália como um grande feito e estamos ansiosos para mostrar aos italianos como o concurso evoluiu nos últimos treze anos. Estou certo de que vão ficar positivamente surpreendidos".
Posto isto, a Itália foi extremamente bem recebida, deixando a sensação que qualquer que fosse a proposta apresentada, o sucesso era certo.
É muito raro um país se ausentar tanto tempo por motivos que não sejam dificuldade financeiras. Os conterrâneos da terra de “la pasta” deixaram bem claro que não foi por falta da mesma (noutro sentido figurado) que se deveu esta prolongada ausência, não seria ele um Big 5. Ora, em Portugal e noutros países da Europa, exceptuando países nórdicos e de leste, também é evidente a falta de interesse da população, que vai aumentando com o passar dos anos. Para nós, ou para a RTP (por enquanto), não tem sido um forte motivo para desistirmos do certame; isto é, seria muito mais provável uma desistência por motivos financeiros. Deste modo, acredito que a Itália não tenha “lutado” o suficiente para contrariar todas as tendências e se manter no concurso, ou seja, não deram a devida importância à Eurovisão.
Com tudo isto e, apesar de serem vários os admiradores da proposta de 2011, não apreciei “Madness Of Love” de Raphael Gualazzi. Pareceu que pararam no tempo e que surgiu uma música para os anos 90. Desinteresse foi precisamente o sentimento que se apoderou em mim durante esta atuação. Na esperança que me pudesse surpreender, senti-me de mãos atadas quando me deparei com uma atuação monótona e enfadonha. As notas mais agudas foram inatingíveis por Raphael, o que prejudicou toda a performance. A desafinação evidente nalgumas dessas notas chegou a ser um pouco irritante, parecendo até que foi propositado e que é a forma de cantar do intérprete. Foi, sem dúvida, uma atuação para riscar do mapa e não mereceu o honroso segundo lugar. Talvez com algo mais atual e inovador, a Itália consiga vincar novamente no concurso.           
Contudo, e apesar desta má proposta, visualizar toda aquela “graxa” que a EBU deu aos Italianos é que foi verdadeiramente de deitar os dedos à boca. Para a próxima façam a edição no Dubai, assim podem instalar a comitiva Italiana no hotel mais luxuoso do mundo para que não lhes falte mesmo nada! Este tipo de coisas jamais poderia acontecer no ESC. Não era assim tão desesperante não terem a Itália a concurso. E o resultado de a terem colocado em cima do altar foi a sensação de ter sido levada ao colo e de ter recebido uma pontuação de boas-vindas. Obviamente que, com este resultado, foi concretizado o principal objetivo: manter a Itália no certame por mais uns bons anos.



 

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24/07/2012
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Confissões de um fã eurovisivo - Sílvia Night!

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PARTICIPAÇÃO DE SÍLVIA NIGHT  EM 2006!



       Meus queridos leitores, na edição deste ano da Eurovisão tivemos os nossos queridos Litesound que declaravam: “We are the winners, we are the heroes”… Bem o queriam ser, mas após terem decidido alterar a música, criando uma nova versão mais pop, ficaram-se pela semi-final e digamos que apenas deveriam ter cantado o excerto: “we are believers, we are the dreamers”. Pois bem, não foram os únicos a declararem-se como vencedores, transmitindo-o através da sua letra… Sílvia Night, em 2006, fê-lo de uma forma polémica e bastante excêntrica. 
    Decorria a Eurovisão em Atenas. Nesta altura, devido ao menor número de países participantes, realizava-se apenas uma semifinal. Sílvia Nótt, de seu nome original, atingiu o 13º lugar, arrecadando um total de 62 pontos. Eu, felizmente, não tive que visualizar aquela atuação duas vezes… caso contrário cortaria os pulsos! Sílvia é muito popular na Islândia, mas definitivamente não é flor que se cheire para a Eurovisão. Desafinada e aos guinchos durante todos os três minutos de fama, só conseguiu captar a atenção do público pelos piores motivos. Tudo foi péssimo naquela atuação. O visual foi horrendo, com peças de vestuário que faziam lembrar um desfile travesti. O cenário parecia original, até ao momento em que todos nos apercebemos que estava ali um falso chuveiro e uma cabine telefónica. A melodia nunca me convenceu desde o início, até Sílvia a conseguir piorar ainda mais com a sua incomodativa voz, que naquela altura me fez recordar a vocalista da banda Aqua. Aliás, no fundo passou a música completa a esguichar e a dar gritinhos ao invés de (tentar, pelo menos) cantar. E o pior de tudo: a letra da música, que não lembra a ninguém ousar levar uma coisa daquelas para a Eurovisão. “Eles dizem que vou ganhar, para mal de todos os outros; Sou Sílvia Night e estou a brilhar, estavam à minha espera para salvar o mundo; Vemo-nos no próximo ano na Islândia…”. Realmente, é de ficar desnorteado! Não é de admirar que tenha sido extremamente criticada por utilizar linguagem ofensiva na sua letra, e para mim, seria um motivo mais que suficiente para desqualificar a canção, tal como acontecera com a Geórgia em 2009. Nesse ano, o país anfitrião foi a Rússia, e a proposta da Geórgia intitulava-se “We don’t wanna put in”. A EBU considerou que o título desta canção teria uma mensagem de crítica dirigida a presidente russo Vladimir Putin, desqualificando-a. Se nesse ano foram quebradas as regras, porque não foi posta fora da competição a Islândia em 2006?! 
     De lamentar foi também a atitude de Sílvia aquando a sua retenção na semifinal. Com uma atitude de arrogância, insultou um jornalista e ofendeu os representantes da Finlândia e da Suécia. Era quem lhe batesse! E assim voltou ao seu país gritando ao mundo que iria processar toda a gente. Não teve o que queria e ninguém a felicitou como o fez a ela própria! Temos pena, Silvia. Para uma próxima terá que ser mais realista. E já agora poderia continuar a tentar a sua sorte como comediante, porque como cantora pode tirar o cavalinho da chuva. Como se referiu na altura, de facto foi uma mancha negra que passou pela Eurovisão.




 

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17/07/2012
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Confissões de um fã eurovisivo - Intruso na atuação espanhola!

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INTRUSO NA ATUAÇÃO ESPANHOLA EM 2010!



       Meus queridos leitores, na generalidade, “algo pequeñito” não é o que me transmitem as canções espanholas. Desde que me tornei fã eurovisiva, há cerca de 4 anos, vejo as apostas da Espanha como bastante competentes, vindas de um país onde a música é valorizada e com bom gosto nesse ramo. Talvez a língua seja a principal responsável, dando um toque especial às canções. No ano de 2010, decorria a Eurovisão em Oslo, cujo slogan citava: Share The Moment. 

E tudo o que eu pretendia naquela grande final era disfrutar de todos os momentos que este grandioso espetáculo nos dá. Bem no iniciar da noite, na segunda atuação, estava eu na espectativa de assistir à apresentação espanhola que até ali, não a tinha visualizado ainda. A Espanha prepara-se então para lançar os seus trunfos com uma atuação que, embora os bailarinos fossem palhaços, não foi dotada de palhaçada… até surgir o individuo intruso: Jimmy Jump. Este irritante individuo é caracterizado pela imprensa pelo invasor de recintos desportivos. Ficou conhecido em Portugal na final do Euro 2004, em que saltou para o campo entregando uma bandeira do Barcelona a Figo, na mesma época em foi transferido para o rival Real Madrid. Entre mais invasões de relvados, desta vez Jimmy foi mais longe e desafiou a polícia local. Assim, num dia diferente do normal, em que eu não tinha acordado com os pés de fora, tudo mudou de figura quando os meus olhos visualizaram a nova companhia dos amorosos palhaços….  
Mas que coisa do arco-da-velha! De imediato questionei toda a credibilidade do evento, nomeadamente a segurança. Claro que Jimmy Jump gosta de correr riscos e provavelmente é bastante inteligente nas invasões que planeia, mas nunca, de forma alguma, tal descuido poderia ter acontecido num evento como este. Raios!  Afinal não é com uma perna às costas que se concretiza uma boa organização de um espetáculo. É preciso ter em conta todos os possíveis imprevistos e tudo deveria ser pensado com mais rigor e perfeccionismo. Os planos de câmara também foram alterados, mas o andar de caracol dos seguranças aquando a sua intervenção foi de perder as estribeiras.  
De louvar destaco a atitude de Daniel Diges e os seus bailarinos, que agiram como verdadeiros profissionais e continuaram a sua atuação sem meter os pés pelas mãos. Talvez se fosse eu naquele lugar, punha o rabo entre as pernas antes que aquela personagem me fizesse a folha! Apesar de Jimmy já ser conhecido por episódios anteriores e de sabermos que só quer aparecer, nunca se sabe quais seriam as suas intenções desta vez.  
E agora? Como iam descalçar aquela bota? Em 55 anos de edições, pela primeira vez, foi dada a oportunidade de repetir a atuação. Nuestros Hermanos teriam agora a faca e o queijo na mão para melhorar a sua performance. Foi bastante agradável, mas infelizmente não foi suficiente para choverem votos.  
E até hoje me questiono: até que ponto, mesmo assim, este detalhe não terá prejudicado a Espanha? Ouvir novamente farinha do mesmo saco nem sempre é bom… e isso poderá também ter “enervado” os telespetadores. E ainda bem que naquele ano a EBU não penalizou a Espanha, que quase ia sendo desqualificada devido às irregularidades da transmissão da semifinal no ano anterior. Foi dada a oportunidade de abrirem os olhos e tomarem prevenções mais eficazes daqui para a frente. Assim, espero que tal acontecimento caricato não se venha a repetir em edições futuras; senão vai, com certeza, permanecer em mim mais um episódio daqueles em que o meu instinto é largar as botas nesta aventura que é ser fã eurovisiva!




Todo o material, desde do texto às imagens e às suas aplicações, foi feito pelo autor.
10/07/2012
Vídeo: Youtube 
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