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[Crónica] Festival Eurovisão da Canção 2012 - por Miguel Rodrigues


Sábado, dia 26 de Maio de 2012, para alguns, o dia mais esperado do ano. Para mim, como fã, era sem dúvida, depois do dia 24 de Maio onde se encontrava o lutador Portugal, que fez de tudo para ter um lugar na Final (mas que não teve sorte). Em relação ao espectáculo de início, tenho a dizer que foi uma lufada de ar fresco para a Europa - isto porque os azeris mostraram-nos o quão fortes são culturalmente; além disso adorei o senhor do “espaço” e as bailarinas da maravilhosa dança azeri, nos acts. De seguida voltaram novamente os nossos apresentadores, estes que, desde a passada terça, mostraram que não tinham potencial para apresentar um programa deste calibre. Não consegui perceber muitas palavras que eles disseram em inglês (e principalmente em francês). Outro dos pontos fracos desta edição deveu-se aos fracos planos de câmara.


Este foi, sem dúvida, um dos festivais com melhor qualidade musical – apenas 2008 e 2010 superam. Em termos de espectáculo não houve nada de novo, aliás só se colocaram abaixo da edição de Dusseldorf, pois os vídeos de apresentação serviram para mostrar o quão belo é o país anfitrião (mas isso poderia ter sido mostrado no postal na hora das votações). Se formos, então, falar na organização, tenho de admitir que a arena de Baku era muito bonita – além disso o único aspecto agradável de se ver era o pormenor das cores das bandeiras, antes de cada atuação. O palco era monstruoso para colocar apenas seis pessoas. 


Em relação às músicas desta edição tenho de referir que “Euphoria” foi merecedora do prémio, pois nenhuma das outras músicas lhe conseguia fazer frente – a melhor interpretação, a melhor atuação com um instrumental muito moderno. A música ganhou imenso com Loreen!


Mas como a Eurovisão não é feita de justiças, este ano teve imensas injustiças. Na primeira semifinal, a injustiça foi a não-passagem da Suíça – uma das melhores interpretações da noite e “Unbreakable” punha qualquer música rock “no bolso”. A segunda injustiça deve-se à passagem da Hungria, que roubou o lugar à Suíça. A terceira injustiça, por ordem cronológica, mas a maior deste festival foi o 17º lugar da Eslovénia – “Verjamem” tinha imenso potencial e não merecia o resultado que obteve. 

Como mais inúmeras injustiças, temos a passagem da Ucrânia (a música não faz sentido), Bósnia & Herzegovina (se Portugal levasse uma música igual ficaria nos últimos lugares) e os últimos lugares da Noruega e da Islândia. 


Mesmo assim, a injustiça que me gerou mais perplexidade foi o 2º lugar das vovós russas (“Party for everybody” nada tinha de original, era banal – o único ponto positivo eram as intérpretes serem ternurazinhas) – que eu saiba a Eurovisão continua a ser um festival de música e não de personagens burlescas. Mas como é possível a Rússia ter ficado melhor que a belíssima canção da Sérvia? 


Outra injustiça foi mesmo o nosso país vizinho que merecia muito e muito mais, por ser simplesmente único. A Pastora Soler foi a melhor voz da noite e “Quédate Conmigo” tem um instrumental lindíssimo. Se a Suécia não tivesse uma música perfeita, talvez votaria 10 vezes na Espanha. 

Em relação aos flops do ano, posso dizer que foram entregues à Eslovénia (por ter ficado muito abaixo do esperado, pois a sua música era uma das mais claras na final), à Grécia (a sua apresentação foi fraca, nada de inovador) e à Islândia (muitíssimo injustiçada, até merecia vencer). 


Sem mais demoras, queria mencionar a prestação portuguesa que deixou, sem dúvida, os portugueses orgulhosos – eu, pelo menos, fiquei. A Filipa representou-nos muito bem e só não passámos à final devido ao voto político. Mesmo assim ficámos em 13º, que não acho mau de todo. Queria mencionar que a Filipa tornou a música ainda mais bonita, pois como sabemos no palco da Eurovisão tudo muda. “Vida Minha” só fica abaixo de “Senhora do Mar”. Muitos parabéns Filipa, e obrigado por tudo!


Concluo que foi um bom ano. A melhor canção venceu e tenho de felicitar a Sérvia, a Alemanha, a Espanha, a Itália, o Chipre, a Macedónia, a Roménia, o Azerbaijão, a Estónia e a Turquia por actuarem com atitude e personalidade. 

Redigido por: Miguel Rodrigues
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  1. Muito interessante tudo aquilo que acabei de ler. Revejo-me não diria a 100% mas quase nos comentários proferidos. Porém, apesar da dificuldsade em eleger uma favorita (este ano eram muitas as canções de qualidade e merecedoras do primeiro lugar)a Espanha tinha tudo para ficar em primeiro lugar. Uma bonita melodia e uma interpretação suberba.... incrivel mesmo na minha opinião. O facto de ter ficado em 10º lugar leva-me a concluir que foi a maior injustiça da noite apesar de ter gostado tambem da canção vencedora mas não para ficar no primeiro lugar. Em relação à participação da Russia e, tendo em conta a originalidade e o facto de quase sempre não vencer a melhor canção, torci para que fosse a vencedora desde o momento em que vi o video desta música. A não ter ganho, deveria ter ficado cá mais para baixo da tabela e dar lugar a outras eventualmente mais merecedoras do segundo lugar.

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