
10 de Março de 2012, dia de mais uma edição do grande Festival RTP da Canção, o 48º!
Este ano, a RTP decidiu fazer uma homenagem ao Fado, Património Imaterial da Humanidade, sendo que todas as doze canções concorrentes tiveram um cheirinho à canção nacional. Foi notável o desempenho da RTP nesta edição do Festival, pois houve uma clara evolução no dinamismo e na organização do mesmo, face aos anos anteriores (talvez com excepção de 2010).
Começámos com uma bonita abertura, como homenagem ao grande maestro Pedro Osório, e de seguida entraram em cena os apresentadores do ano, a já experiente Sílvia Alberto e o seu companheiro Pedro Granger, novato nestas andanças, mas muitíssimo competente. A dupla sem dúvida abrilhantou a noite do espétaculo.
As doze canções foram de seguida interpretadas, com intervalos a cada quatro. Durante esses trabalhos, pequenas atuações especiais tiveram lugar, das quais destaco a participação de Yolanda Soares (que ironicamente, penso que seria uma melhor representante de Portugal do que muitos concorrentes).
Das canções concorrentes, quero também destacar algumas que me chamaram à atenção: “O Amor é Maior Que a Vida”, uma brilhante composição de Tiago Pais Dias, e letra de Marisa Liz, ambos do famoso grupo Amor Electro, que deram um dos raros toques modernos que se puderam encontrar neste Festival, mas que infelizmente correu mal, pois a atribuição de Joana Leite a este tema não foi, de todo, a mais acertada, pois a cantora não teve estofo para aguentar o que a actuação pedia. A RTP deveria deixar os compositores escolherem os seus intépretes, ao invés de tirar à sorte. Outra participação que não achei que tenha corrido muito bem foi “Amor a Preto e Branco”, na magnífica voz de Rui Andrade, mas com um tema mediocre, que não faz juz à sua voz, composto por Miguel Majer.
As surpresas vieram desde Armando Teixeira, com Vânia Osório e “O Mundo Passa”, J.J. Galvão com os Cúmplice’s e “Será o Que Será”, e claro, Andrej Babic, a quem coube a desejada e merecida vitória. Filipa Sousa interpretou o tema “Vida Minha” com toda a alma e a canção acabou por ser a mais forte da noite.
Após terminarem as doze actuações, e com esse momento, abriram as votações. Mais dois interval acts tiveram lugar, dos quais destaco a atuação dos VoiceMail. Uma fantástica interpretação vocal de um medley de participações portuguesas na Eurovisão.
De seguida, fecharam as votações e chegou a altura do júri nacional votar. Como sempre, é também notável a descontextualização do mesmo face ao Festival da Eurovisão atual, pontuando muitas vezes canções sem qualquer potencial, e deixando outras que, apesar de não serem as melhores, com pontuações baixíssimas. O positivo foi a melhor canção ter vencido esta votação, Filipa Sousa recebeu os doze pontos de treze dos vinte distritos e regiões autónomas de Portugal.
Por fim, na última parte do Festival da Canção, e após um momento de homenagem ao Fado, com uma excelente interpretação de Ana Laíns, chegou o momento de revelar a votação do televoto do público. Muitas surpresas nesta votação, desde os doze pontos para a Filipa Sousa, que acabou por vencer unanimamente este festival, indo assim representar-nos em Baku, no próximo mês de maio, até ao facto de algumas das músicas preferidas receberem pontuações muito baixas (por exemplo “O amor é maior que a vida” de Joana Leite, com apenas 2 pontos, e “O mundo passa” de Vânia Osório com apenas 1 ponto).
No geral, foi um bom festival, que talvez pecou em alguns pontos, como a duração demasiado longa e também a pouca diferenciação de géneros musicais, mas que terminou com um resultado que terá agradado à maioria dos portugueses, coisa que não aconteceu nos anos anteriores. Basta esperar que a Filipa nos orgulhe no Azerbaijão, que é algo que tenho a certeza que irá acontecer. Força Portugal!
Imagens: Obtidas mediante pesquisa no Google com o termo "Festival da Canção 2012"
Vídeos: Alojados no Youtube
Reservam-se todos os direitos autorais a quem advido!
16/03/2012
Redigido por: Rafael Lopes
O Rafael devia ter falado um pouco sobre todos os concorrentes, era capaz de ser uma crónica mais rica em conteúdo mas foi "razoável" esta crónica.
ResponderEliminarDe facto é estranho esta crónica acerca de "algumas" canções...é estranho...
ResponderEliminar