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Participações de Portugal na Eurovisão: "A Luta É Alegria" de Homens da Luta (2011)



 Crónicas de Eurofestivais


Crónica sobre as participações de Portugal no ESC: "A Luta É Alegria" de Homens da Luta (2011)

O Festival Eurovisão da Canção 2011 foi o 56º Festival na história e ocorreu entre os dias 10 e 14 de Maio, em Düsseldorf (Alemanha). O local escolhido para ser o centro de todas as atenções foi a Esprit Arena e os anfitriões que conduziram este magnífico espectáculo foram 3 grandes nomes do mundo alemão: Anke Engelke, Judith Rakers e Stefan Raab. Antes mesmo de se saber qual o local escolhido para acolher o ESC, a expectativa já era muita pois havia 4 cidades muito interessadas em sediar o Festival: Berlim, Düsseldorf, Hannover e Hamburgo. O número total de participantes foi 43, o que na realidade foi bastante bom, pois mostrou o interesse de vários países em voltar ao activo. Entre esses países que decidiram regressar estão a Áustria, o São Marino, a Hungria e a Itália (que voltou após 14 anos ausente). O sistema de classificação manteve-se igual à edição anterior. A escolha de alguns cantores também foi bastante comentada, porque, como já é hábito no ESC, alguns cantores que participaram em edições passadas quiseram repetir a experiência. Este ano foram os seguintes:
  •     O grupo moldavo Zdob şi Zdub que participou no ESC 2005 e alcançou o 6º lugar na Final;
  •    Gunnar Ólafsson, membro do grupo representante da Islândia, participou em 2001 e alcançou a 22ª posição;
  •   Dino Merlin, um grande nome dos Balcãs, participou em 1999 e levou o 7º para a Bósnia & Herzegovina;
  •     Israel enviou a grande Dana International que, em 1998, ganhou o ESC com o tema “Diva”;
  •    A Alemanha (país organizador) voltou a enviar a sua representante de 2010 e com a qual haviam ganho a Eurovisão: a famosa Lena.  


 Chamo também a atenção para o logótipo adoptado que estava bastante bonito, remetendo na perfeição para o slogan de 2011 “Feel Your Heart Beat”.
É por todos estes motivos que o ESC 2011 é o Festival que mais presente está na memória de todos nós.
Por cá, realizou-se o tradicional Festival RTP da Canção que, mais uma vez, voltou a ser comentado pela Europa fora… e pelas piores razões. A escolha dos representantes voltou a gerar polémica, tal como em edições passadas. Parece que a RTP nunca mais aprende com os próprios erros. Os escolhidos para irem até à Alemanha foram o grupo Homens da Luta com o tema “A Luta É Alegria”, uma composição no qual o conteúdo da letra é uma forte crítica ao sistema governativo português e ao estado da nossa nação. Logo, nesse aspecto, achei mal a escolha. Tudo bem que a ideia deles até poderia ser muito boa e tinham todo o direito de se manifestar, mas podiam tê-lo feito longe do Festival da Canção e da Eurovisão. Trata-se de um concurso com elevada importância a nível global e que tem como principal objectivo mostrar o que de melhor há em termos musicais de cada país. E definitivamente que “isto” não é o melhor que há em Portugal.


Com uma presença em palco muito característica e um nível vocal que esteve bastante longe de ser perfeito, estes senhores lá conseguiram ganhar o Festival. Receberam do televoto os já esperados 12 pontos e do júri distrital receberam 5 pontos, o que os sagrou vencedores. Na minha opinião, não deveriam ter sido eles os nossos representantes, mas sim o Rui Andrade pela magnífica prestação que teve no FC. Mas não se pode ter tudo nesta vida… E a “culpa” de os Homens da Luta terem ganho não foi apenas dos portugueses que votaram na música deles, mas sim também do júri profissional que lhes deram muitos pontos. No meio de algumas canções com qualidade muito superior, como foi possível preferirem esta? Não compreendo.


No ESC a atitude deles foi semelhante, demonstrando claramente que representar dignamente o seu país não estava nos planos. Lá por o país estar em crise, não precisávamos de ter feito aquelas figuras. Havia países em muito pior situação de que nós, como por exemplo a Grécia, e que tiveram uma das melhores actuações de todo o ESC. Não se limitaram a mostrar a sua indignação com o seu país, tiveram sim uma atitude forte, de cabeça erguida mostrando que eram superiores a todos os comentários que se diziam acerca do estado da nação deles. O que mais me irrita é ver/ouvir pessoas que, na altura do Festival da Canção, achavam muito bem a escolha dos Homens da Luta e que, quando viram que não passamos
à Final no ESC, começaram a dizer que nunca deveriam ter sido escolhidos e coisas desse género. Completamente absurdo!


Na Semi Final do dia 10 (na qual participámos) obtivemos 22 pontos (4 Albânia, 8 Espanha, 2 Geórgia, 1 Grécia, 3 Reino Unido, 4 Suíça) equivalentes ao 18º lugar de entre os 19 participantes. Desta forma, falhámos a classificação à Final que já conseguíamos por 3 anos consecutivos. O vencedor desta Semi foi a Grécia com o tema “Watch My Dance”. Uma grande actuação!
Na 2ª Semi-Final o vencedor foi o sueco Eric Saade com “Popular” com 155 pontos. Outra grande actuação.
Na Final as coisas inverteram-se um pouco. A grande favorita (França) acabou em 15º lugar (injusto). Por outro lado, também houve músicas que aparentemente não iriam obter grande classificação e que depois surpreenderam. O melhor exemplo disso foi a Itália que conseguiu obter o 2º lugar e que, na minha opinião, não era merecido. Saade conseguiu obter a medalha de bronze pela Suécia. Uma música que eu gostava muito (embora muitos não apreciassem) era a da Ucrânia, que teve um cenário fantástico e acabou em 4º lugar. Os 12 pontos de Portugal foram atribuídos à vizinha Espanha. O grande vencedor acabou por ser o Azerbaijão, para surpresa de muitos. Ell & Nikki interpretaram “Running Scared” e conseguiram 221 pontos, superando assim as várias críticas quanto ao vocal de Nikki.

Crónica redigida por Armando Sousa, 30/11/2011

Fonte: Crónicas de Eurofestivais;  Imagens: Google; Vídeos: Youtube

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