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[Crónica] Portugal na Eurovisão: "Festa da Vida" de Carlos Mendes (1972)

        
A edição 17 do Festival Eurovisão da Canção realizou-se a 25 de Março de 1972, em Edimburgo, Escócia (Reino Unido). Com um total de 18 países a concurso, neste ano não houve nenhuma estreia ou desistência. 
        
sta edição do Festival RTP da Canção foi ganha por Carlos Mendes, cantor já experiente em assuntos eurovisivos (relembro que foi o representante português em 1968). Além disto, provou novamente ao país que realmente sabe cantar, conseguindo assim o direito de nos representar, outra vez. Assim, como na última participação do cantor, o tema volta a ser alegre e bem-disposto. Pensando bem, e no tempo em que estávamos, era deste tipo de música que o país precisava (com um intuito de esquecer a miséria que o país vivia). 
       
Carlos Mendes volta, desta vez, ao palco com um aspecto mais maduro, mas a sua presença em palco, simpatia e entusiasmo permanecem absolutamente iguais. É de louvar. 
        
A letra (de José Niza) é um apelo a que o povo se alegre e se divirta. Digo “povo” porque, para mim, é a ele que o cantor se dirige. Quando diz “que tragam cobertores ou mantas” e “pão e vinho” é quando se nota mais que a letra é precisamente dirigida ao povo (povo esse que continuava oprimido e sem condições). O cantor pede ainda às pessoa que “esqueçam tristezas e cansaços” e para não “se lembrarem de saudade”. Se olharmos para a letra como um todo, ela faz bastante sentido. 
       
Quanto à música (de José Calvário), no seu geral, é bastante bonita e, a forma como ela “cresce” durante a apresentação, é perfeita. O ritmo mais mexido e as partes mais calmas, a seguir ao refrão, fazem um contraste absolutamente extraordinário. Durante a apresentação só não gostei de dois aspectos: as mulheres do coro e o som da orquestra. O tom de voz das senhoras era muito esganiçado e irritante. Se Carlos Mendes tivesse actuado sem a presença delas em palco, penso que tudo teria corrido melhor e contribuído para que a música se tornasse mais “suportável”. Quanto à orquestra não gostei muito, porque achei que tocaram muito alto (ou o som do micro é que estava baixo), fazendo com que a voz do cantor não se ouvisse. Isto foi uma pena..
        
Afinal de contas e se observarmos bem, músicas com um ritmo mais alegre (actualmente estilo pop) conseguem obter melhores resultados do que baladas. É nisto que Portugal, daqui para a frente, tem de apostar (veja-se o caso da Suécia em 2011 ou do Azerbaijão em 2009). 
       
Contudo, ainda não foi desta que Portugal alcançou a tão desejada vitória. Neste ano, Portugal obteve um magnífico 7º lugar com 90 pontos bem merecidos, sendo também o melhor resultado alcançado pelo nosso país até à data. 
        
A vitória deste ano, no Festival Eurovisão da Canção, pertenceu ao Luxemburgo que levou a canção “Après Toi ”, interpretada por Vicky Leandros, conseguindo um total de 128 pontos e também a 3ª vitória conquistada pelo país no concurso. 
        
Curiosamente esta foi também a 1ª vez que o Reino Unido organizou o Festival, fora da Inglaterra. 

              Escrito por Armando Sousa, 08/06/2011 
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  1. Gostei bastante desta crónica do Armando.
    A alusão ao país em que se vivia, conjugar isso, com as partes da letra e a opinião dele, esteve muito bem. De realçar também os apanhados ao vencedor, do concurso, e também, não se esqueceu de referir que Portugal, tem de apostar na modernidade, muitos parabéns Armando.

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