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[Review] As tramas da vida em "a little dramatic" de VICTORIA


VICTORIA, representante da Bulgária no Festival Eurovisão 2020 e 2021, estreia-se com o EP "a little dramatic".

Victoria Georgieva ficou conhecida e deu início à sua carreira musical após participar na 4.ª edição do The X Factor Bulgaria, em 2015. A artista lançou alguns singles em búlgaro, mas foi com "I Wanna Know", canção em inglês, que deu o salto. 

Convidada pela emissora da Bulgária para representar o país no Festival Eurovisão 2020, VICTORIA, como se afirma enquanto artista, despertou olhares internacionais com "Tears Getting Sober", considerada por muitos uma masterpiece, e foi, durante vários e largos meses, até ao cancelamento do Festival, devido à Covid-19, a favorita a erguer o troféu. Reconvidada para representar o país em 2021, a artista lançou "a little dramatic", o seu EP de estreia de onde saiu o tema para a Eurovisão, elevando-se ainda mais a nível europeu.


Canção 1: imaginary friend (9.5/10)

Abrir o EP assim deixa-nos a pensar no que poderá vir a seguir; cinco segundos de música e já se sentem as vibes da VICTORIA. Seguramente a minha favorita do EP. "imaginary friend" é uma canção capaz de nos captar (a nós, ouvintes), atenção e de nos deixar vulneráveis. Com um instrumental rico em harmonias e coros incrivelmente perfeitos, é também impossível não notar a letra intimista, que retrata um amor não correspondido de alguém que, no fundo, nunca se fez sentir presente.


"how can you miss someone
that you never knew at all
feels like I made you up
were you real at all?
my imaginary friend"



Canção 2: growing up is getting old (8/10)

"growing up is getting old" tem das melhores letras do EP. Dá para sentir pelo instrumental, pelas suas harmonias, e pela letra que é uma canção especial, um pouquinho diferente das restantes quatro. Sem dúvida que a artista quer transmitir uma mensagem de coragem e de esperança.


"if your world is breaking
and growing up is getting old
know that you're worth saving 
and getting up is all you've got"



Canção 3: dive into unknown (8/10)

Em "dive into unknown", VICTORIA fala-nos sobre a toma de decisões em contexto de incertezas; presa a esse contexto de incertezas e de insegurança, a artista prefere "mergulhar no desconhecido", fazendo uma escolha que a leve a crescer. Se há forma de retratar a angústia de dar um passo sem direção definida, esperando que haja imponência no final, é esta. À semelhança de "imaginary friend", também "dive into unknown" é rica em harmonias extremamente bem conseguidas e tem um instrumental de luxo.


"I'm slowly letting go
as I dive into unknown"



Canção 4: phantom pain (9/10)

As semelhanças com Billie Eilish são inegáveis, mas o estilo VICTORIA das canções anteriores continua bem presente. Um estilo bem diferente do ouvido até aqui. A ansiedade de ultrapassar uma relação está patente em "phantom pain"; através desta faixa, é-nos refletido o estado de uma pessoa mentalmente afetada pelo final de uma relação. Através da letra e de uma batida meio obscura, é possível perceber que a artista está sozinha, só se tem a ela própria, e, como se encontra numa profunda escuridão, não consegue encontrar os seus próprios cacos e recompor-se, chegando ao ponto de não se reconhecer por estar in pieces; esta situação é retratada de forma visual através do videoclip. O final de "phantom pain" oferece uma transição muito boa para a faixa seguinte (e última) – "the funeral song".


"to the mirror and back again 
next time maybe I won't see myself 
to the mirror - black again 
next time maybe I won't see myself 
I can't seem to
find the pieces again"



Canção 5: the funeral song (8.5/10)

"the funeral song" é tudo menos o que o título sugere. Com um instrumental bem mais catchy, esta canção transmite um q.b. de alegria e animação, contrastando um pouco com os instrumentais das faixas transatas. "a little dramatic" conta uma série de 'histórias', sendo que "the funeral song" é a faixa de viragem; até aqui a artista retratava situações mais tristes e pesadas, mas passou a falar-nos da necessidade de positivismo, após as situações menos boas, da necessidade de abraçar a vida e de viver os seus momentos. Não havia, de todo, melhor maneira de terminar esta caminhada de histórias e de situações.


"life is a mess that makes you mad
I tried so hard to make it count
but now that I'm done, 
I find it's really not sad
cause in the end,
I realise
that i have no problems left"




Avaliação final (0-10):


Imagem: ESCplus/Vídeos: VICTORIA

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