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[Crónica] ESC 2019: "Porque é que eu estava errada sobre Conan Osíris?"


A Eurovisão 2019 foi, em praticamente tudo, uma Eurovisão justa: quem venceu o voto do júri mereceu vencer, quem venceu o televoto mereceu vencer e quem venceu a Eurovisão mereceu vencer. Sem rodeios, nem hesitações.


Portanto coloca-se a pergunta: Portugal mereceu ficar no terrível lugar em que ficou?

Eu fui, desde a revelação das canções do Festival da Canção, uma fã de “Telemóveis”. Não só por apreço imenso à originalidade inegável de Conan Osíris ou pelo entusiasmo de ver uma canção no Festival da Canção que não pode, em situação alguma, ser considerada “da década passada”, mas também, e principalmente, pela crença que Conan Osíris poderia fazer estragos na tabela eurovisiva. Os estragos feitos foram apenas na minha sanidade mental!


Porque é que eu estava errada sobre Conan Osíris? 

Sem notar, eu e muitos milhares de fãs eurovisivos caímos na mesma armadilha todos os anos: acreditar que o júri eurovisivo é um grupo de profissionais que, mais do que ninguém, valoriza risco e originalidade ao detrimento de composições genéricas e iterações de rádio. 

Era sabido que “Telemóveis” nunca seria do agrado do televoto. O televoto é a reflexão do que é mais “digerível”, o que é mais visualmente marcante e o que consegue encaixar-se em moldes que agradem a maioria. “Telemóveis” não poderia nunca caber em moldes existentes.

Os jurados da semifinal colocaram Portugal atrás de Montenegro. Portugal não esteve “quase a qualificar-se” … Portugal esteve “quase a ficar no fim da tabela de todos os países”. 

Não acho que o insucesso de Portugal deva ser atribuído às roupas, à produção, à RTP ou ao Conan e ao João. Apostámos num risco (que sabíamos que era um risco colossal) e não lucrámos. Foi uma aposta e apostas perdem-se. 

Não o digo como autodefesa, mas acredito mesmo que uma competição eurovisiva como a Eurovisão não estava preparada para “Telemóveis”. A audiência precisava de elementos comuns para se guiar na atuação e “comum” esteve sempre longe da prestação portuguesa.


Deveríamos ter enviado outro artista para Israel? 

Não. Um absoluto “não”. Conan Osíris foi um dos melhores representantes que Portugal já teve a honra de ter. Ele assumiu o papel por completo, integrou-se na família eurovisiva de cabeça, fez amigos, fez fãs, converteu muita gente. 

Nem por um momento deveríamos esquecer do orgulho de ser representados por “Telemóveis”: a canção que não é de agora, é do futuro.

Obrigado à delegação portuguesa pelo trabalho e, que para o ano, não voltemos ao que o Festival da Canção era antes de 2017.

Imagens: eurovision.tv
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  1. Subscrevo tudo o que foi escrito pela ilustre Andreia, cada vez mais fã do blog graças aos contributos dos vários elementos, dando destaque à Andreia,à Neuza e ao Pedro.

    Continuem com o grande trabalho!

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