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Porque é que os Karetus deveriam ir ao Festival da Canção


Música eletrónica no Festival da Canção? Falemos desse universo paralelo. 

O Festival da Canção peca por muitos aspetos, sejam eles conceptuais, organizacionais ou, simplesmente, a escolha de escrever a votação do televoto com papel e caneta. 

O aspeto que é o mais subtil e mais prejudicial é a aposta forçada em “simplicidade” anos após anos. Criou-se a ideia que o Festival da Canção é um festival em que quanto menos complexidade as canções tiverem, melhor. Tudo começa nos convites da RTP a autores que já têm “simplicidade” como fundamento inerente à sua música, mas quando um convite ao Diogo Piçarra, o artista pop mais conceituado do país, se transforma numa balada do mais simplista possível, aí sabemos que temos um problema.

A solução? FácilConvidem artistas que sejam reconhecidos pelas suas produções excecionais porque na produção é que está a dupla de Aces. 

Aqui entra o trio Karetus. 

O nome português com mais méritos na vertente eletrónica. Um trio de DJs e Produtores reconhecidos pelo seu remix de “Bella Ciao”, pela sua colaboração com Bárbara Madeira em “One Nation”, com Wet Bed Gang em “Maluco”,  com Diogo Piçarra em “Wall of Love”, com Agir em “Castles In The Sand” e a sua lista de hits nacionais é infindável. 


Não sendo um país que aprecia música eletrónica como a Letónia ou a Noruega, Portugal tem deixado incrementalmente artistas de música eletrónica entrarem nos charts e nas rádios, um sinal de que na última década a linha entre “mainstream” e música eletrónica tornou-se inexistente. 

O trio Karetus poderia trazer ao festival algo que o festival nunca teve: canções com produção moderna. Chega de violinos e guitarras clássicas. Queremos mostrar à Europa que Portugal tem artistas em todos os géneros musicais, não só no género “Melancolia-Lusitana-Escrita-Como-Se-Estivéssemos-Em-1980-Apenas-Acompanhada-Com-Guitarras-E-De-Repente-Ouve-se-A-Porra-De-Um-Violino”. 


Em português? Em inglês? Mandarim? Pouco importa. Que seja uma canção com todos os planos sensoriais. Que seja uma canção com um potencial visual forte e com uma afinidade ao público de toda a Europa. 

Não atravessaríamos uma crise de identidade por sermos representados por artistas que não são obcecados por guitarras portuguesas e pastéis de nata. Neste momento, não há nada que represente melhor a nova geração de portugueses do que “One Nation”.


Quanto ao artista que os Karetus poderiam convidar para interpretar a sua canção, a resposta instintiva é a Bárbara Bandeira. Uma artista pop jovem que arrecada milhões de visualizações, milhões de seguidores e milhões de streams por tudo o que é sítio. Não é uma voz de tirar o fôlego, mas a energia de sangue novo e a confiança de uma diva é algo que poderia ressuscitar um festival que já cheira a morto. Mofo! Perdão, eu queria dizer “mofo”. 

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