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Crónicas ESC 2017: "Chorei como nunca tinha chorado a ver a Eurovisão"


Confesso que não esperei de todo começar esta crónica a falar da vitória de Portugal, e só agora acredito que o nosso país ao fim de 50 anos, venceu. 

Voltando a uns meses atrás, já se fazia burburinho de um tal Salvador Sobral. Não pelas melhores razões, mas por ter sido logo aquele que não apareceu na conferência de imprensa do Festival da Canção, aquele que disse que se mantinha calmo por causa das drogas, aquele que disse que tinha comprado os votos aos júris, quando recebeu a pontuação mais alta na semi final do FC, aquele que disse que nunca tinha visto a Eurovisão. Onde quero chegar com isto?
O Salvador vive para a música, ponto. E ao longo destes meses sempre teve uma atitude genuína e manteve se fiél a quem é, ao contrário do que muitos artistas fazem quando são seleccionados para representar o seu país, quase criando uma personagem que tem de ser muito correta. Ainda bem que se largou isso. 


Intencionalmente, Salvador deu muito, mas muito que falar. Mas esquecendo isso, fui daquelas pessoas que à primeira vez que ouvi "Amar Pelos Dois", não achei nada de especial, talvez por ter estado numa semi final cheia de baladas, mas à segunda, à terceira... É impossível não cair em paixão por ela. Contudo, achei que fosse só mais um ano em 53, para Portugal, até começarmos a subir na casa de apostas, como nunca. Comecei a ver a reação dos estrangeiros, o quanto adoravam, até a quantidade de haters que começou a ter. Havia reação a Portugal. Uma parte de mim, que acompanha a Eurovisão há 10 anos, acredita nisto. Outra, tinha a esperança perdida. Nunca iam dar a vitória a Portugal. Foi até ao momento em que Salvador subiu ao palco para receber o troféu. Chorei como nunca tinha chorado a ver a Eurovisão, saltei, gritei, festejei. Isto é o Europeu musical. O máximo dos máximos, e será algo que recordarei com muita emoção, nem que nunca mais ganhemos até eu morrer, eu vi Portugal ganhar a Eurovisão pela primeira vez em mais de 50 anos e isso ninguém me tira. 







Bem, agora, tirando a vitória de Portugal, tenho de confessar que este foi dos meus anos menos favoritos da Eurovisão. A organização foi péssima, até parecia que a Ucrânia nunca tinha organizado antes uma Eurovisão. Foi um desleixo total, em termos de organização e isso notou-se, até nas atuações, que pouca escolha deixaram aos artistas a não ser ter a própria cara como fundo. Os apresentadores eram terríveis, faltava lhes emoção e pareciam autênticos robots. O que ainda se safou, foi o opening act na final, que trouxe tudo o que é tradicional e músicas icónicas eurovisivas, e a isso sem dúvida que não se pode tirar o crédito. 


Indo para as músicas... Começou como uma desilusão, odiava tudo o que havia, mas acabou com surpresas. A Hungria que, já estava no meu top 5, acabou por ir para o número 1. Foi uma atuação emotiva, e Joci Pápai transmitiu, tal como Salvador, o valor sentimental da música, sem alguma vez cantar em inglês. Arrepiou-me. Infelizmente este ano tivemos quase 40 canções em inglês, o que acaba por ser triste num concurso onde se devia celebrar culturas diferentes. Algumas apesar de o fazerem, ainda trazem sons típicos do país, tal como Israel e Arménia. Espero que oiçamos mais línguas no próximo ano, e espero que a vitória de Portugal vá mudar isso. Não o estilo de música em si porque não dispenso a pimbalhada e o pop, mas ouvir mais linguas para além do inglês, era fantástico.

Este ano eurovisivo foi sem dúvida muito emotivo, nunca também pensei que a receção dos portugueses fosse tão grande, e fiquei orgulhosa por se ter recebido Salvador Sobral como se recebeu a seleção nacional. Quanto a Maio de 2018... Tenho as expectativas altas mas acho que Portugal não vai falhar. Já organizamos eventos gigantes, e esperemos que este seja um para lá de espetacular.


Imagens: sapo,wiwibloggs




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