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Crónica ESC 2017: "Este ano foi um ano pobre para o Festival Eurovisão da Canção, mas tão rico para nós"



Este ano foi um ano diferente. É um ano diferente. Este ano foi um ano pobre para o Festival Eurovisão da Canção, mas tão rico para nós. OBRIGADA MANOS SOBRAL! Parece um sonho, mas aconteceu mesmo; ganhámos o festival!

A última que vez que Portugal esteve numa final foi em 2010. Há sete anos. Cheguei a pensar que nunca mais conseguiríamos alcançar a final. Estávamos perdidos. Fizemos duas paragens. Organizámos as ideias e pusemos os pontos nos ii. Regressámos e alcançámos o que talvez toda a Europa pensasse ser impossível. Nunca pensei que Portugal conseguisse vencer a Eurovisão. Verdade seja dita: pouco me importava o resultado; para mim já éramos os grandes vencedores.


Passando ao festival em si: sim, este ano foi um ano pobre para o ESC. Depois do espetáculo do ano passado, em Estocolmo, esperava-se algo ainda mais arrasador para este ano, mas tal não aconteceu. O palco, sem sombra de dúvida, foi um dos melhores dos últimos tempos, mas a organização pecou bastante nas atuações: a maior parte delas, devido aos planos de câmaras, não tiveram um resultado lá muito agradável em televisão.

A abertura, não só das semifinais, como também da final, não passou despercebida: foi tão fraca. Aquela entrada do Monatik, assim ao estilo do Justin Timberlake, logo a iniciar a primeira semifinal e a abrir o festival, não teve a mínima gracinha. Contudo, na segunda semifinal, aquela opening ("Eurovision songs, the Ukrainian way") foi fenomenal, brilhante. 
Bem, posto isto, nem sei se vale a pena comentar a abertura da final... Apanhei um desgosto ao perceber que não passavam de uns simples efeitos led. Pareceu-me tudo muito minimalista.



Tenho igualmente de vos revelar que, se não fosse a grande lustruosa e egrégia Jamala, bem que o interval act me serviria literalmente de intervalo para ir comer uma bucha ou limpar a loiça. Sem tirar mérito ao grande interval act de Onuka com NAONI Orchestra, que também estiveram muito bem, a Jamala é outro nível. A atuação de "Zamanyly" foi tão bela que eu só pedia que ela participasse numa futura edição do festival com a mesma. E aquela atuação de "1944" assim com um ligeiro toque sinfónico? Simplesmente encantadora, com uns bailarinos incríveis.

Ah! Quase que me esquecia! Já que falei nas atuações de Jamala, tenho de mencionar o pranker que decidiu mostrar o seu lindo rabo enquanto esta interpretava "I believe in U". Já deportaram a criatura?








Bem, vamos lá falar do que realmente interessa: injustiçados e flopados. Deixemos estes segundos mais para a frente, porque de flops só se fala no fim. Uma das grandes injustiças, relativamente à primeira semifinal, foi a não passagem da Finlândia. Não, não era a minha preferida, aliás, cheguei a detestar a canção, mas a verdade é que é bastante boa. Tem uma qualidade inacreditável. Já da segunda semifinal, a maior injustiça foi a não passagem da Estónia. Laura e Koit interpretaram "Verona" de uma maneira que mais ninguém conseguiria interpretar. Terá sido devido à falha de som inicial que cantaram ligeiramente fora de tempo? Isso só eles sabem, mas na minha opinião foi o que os reteu na semifinal, infelizmente.

Já na final, os maiores injustiçados foram França, Ucrânia e Bielorrússia. Alma fez uma atuação boa e a canção tinha uma letra bastante bonita... Não se entende. Em relação à Ucrânia, também não se entende o porquê de ter ficado tão mal nas votações. Qual é o problema com o rock?! O.Torvald não erraram em nada na atuação! Já a Bielorrúsia, não fez, de todo, uma atuação monumental, mas levou a melhor letra em 14 anos de participação.

Sobre flopados... Itália! Ó Itália! Estás aí, Itália?! Caiu, ups. "É este ano que a Itália ganha". Não ganhou nada e se continuar assim não irá ganhar. A canção é bastante boa e bastante catchy, sim, mas a mensagem essencial foi totalmente cortada e foi isso que, na minha opinião, levou a um resultado menos esperado.


Durante as votações a agonia foi real. Vinham 12 pontos para Portugal de todos os cantos da Europa. Nunca tinha visto tal coisa. Via-se o Salvador e toda a delegação portuguesa em choque e sem reação. Estava a acontecer algo inédito. Lá iam eles, eu e todo o país aceitando uma pontuação tão alta, nunca antes obtida. Enquanto anunciavam os pontos do televoto eu só pedia para não ouvir "Portugal". Ficou tudo entre nós e Bulgária e foi nesse momento que parei completamente. Será que vamos ganhar?! Será que vamos perder para a Bulgária?! Ouvi "Bulgária" e não soube como reagir. Ganhámos?! Ganhámos!

A atuação da vitória foi a mais linda (foi portuguesa, claro, daí ser tão linda). Salvador e Luísa, os gigantes do ESC deste ano. Foi uma atuação arrepiante, que fez esquecer o discurso que Salvador fez ao receber o tão desejado troféu. Já estava à espera que ele fosse criticar algo, mas achei um pouco ofensivo e talvez até humilhante para os outros participantes... Foi um discurso de vitória que lhe saiu um pouco mal.

Portugal fez história, mas agora é começar a pensar no próximo ano. Um sonho tornado realidade: Portugal 2018.

Orgulho em ser portuguesa!


Imagens/Vídeos: Eurovision.tv




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