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[Entrevista a Svala]: "a minha performance será muito diferente daquela que eu fiz na Islândia"


VERSÃO EM PORTUGUÊS



Svala irá representar a Islândia no Festival Eurovisão da Canção 2017 mas canta desde os sete anos de idade. Não só é cantora como compositora, já foi jurada no The Voice, criou uma linha de roupa e foi em tournée pelo mundo.


Crónicas de Eurofestivais (CE): Fala-nos um pouco sobre ti. O que é que te inspira enquanto artista?

Svala: O meu nome é Svala Karitas Björgvinsdóttir e sou uma cantora e compositora islandesa. Comecei a gravar músicas aos sete anos de idade. Já lancei imensas canções de sucesso e frequentei três bandas ao longo da minha carreira. Conquistei o primeiro número um quando tinha apenas 11 anos, sendo que o segundo single número um foi atingido aos 16 anos. Aos 20, assinei contrato com a EMI, na América, um dos maiores contratos discográficos assinado por um artista islandês na América. O meu primeiro single americano, co-escrito por mim, foi lançado em 2001 e tornou-se bastante popular na América, tendo mesmo estado no Top30 do Billboard Charts. Já lancei dois álbuns a solo e três álbuns com a minha banda Steed Lord, que foi formada em 2006 e teve algum sucesso internacionalmente. Estivemos no ativo durante 10 anos, e chegámos mesmo a fazer uma tour pelo mundo, a desenvolver uma linha de roupa para a H&M, participámos em anúncios de tv e em filmes. Mudei-me para Los Angeles em 2009, onde vivi durante 8 anos com o meu marido, que é também produtor e compositor. Tenho a minha própria marca de roupa, chamada KALI, que é vendida online. No ano passado, formei a minha nova banda, Blissful, e o nosso single "Elevate" resultou muito bem no Spotify. Também fui jurada no The Voice da Islândia em 2015. Adoro gatos,  ficção científica e filmes. 
A minha inspiração provém da minha vida, dos meus sonhos, dos meus amigos e da minha família. De tudo o que me rodeia, basicamente.


CE: Como é que a música entrou na tua vida? 

Svala: O meu pai é um artista  muito famoso na Islândia e a sua música é um tesouro nacional. Eu nasci na indústria da música na Islândia, por assim dizer. Ele nunca quis que eu entrasse nessa indústria. Eu tive que implorar para que ele me deixasse gravar música pela primeira vez, quando eu tinha 7 anos de idade. Eu tive a oportunidade de fazê-lo novamente aos 9 anos, num dueto com ele e, em seguida, tive meu primeiro single número um, quando tinha 11 anos. Depois disso, os meus pais quiseram que eu me concentrasse na minha educação, e em ser apenas uma criança e desfrutar da minha infância. O meu pai disse-me que se eu quisesse realmente ser uma cantora, que deveria fazê-lo sozinha, quando fosse mais velha, e não usar a sua fama e contactos para me tornar numa artista bem sucedida. Foi o melhor conselho que eu alguma vez tive, porque foi algo me tornou muito independente enquanto compositora e cantora. E eis que comecei a fazer minha própria música quando eu tinha 15 anos e nunca mais parei desde então. Nunca me entregaram nada do que eu tenho numa bandeja de prata, porque os meus pais sempre quiseram que eu e o meu irmão realmente trabalhássemos no duro para termos o que queríamos na vida. Mas eles apoiam-me imenso e dão sempre os melhores conselhos.


CE: Como começou a tua aventura pela Eurovisão?

Svala: Eu e o meu marido, Einar, escrevemos a música juntamente com Lester Mendez e Lily Elise em Los Angeles, onde vivemos, em 2016. A canção não foi originalmente escrita para a Eurovisão. Estivemos em várias "sessões de escrita" nos últimos dois anos, porque estamos a escrever para a nossa nova banda, Blissful, e para outros artistas em Los Angeles. E "Paper" nasceu daquelas sessões de escrita. Na verdade, de apresentar a canção na seleção nacional na Islândia foi do meu marido, não minha. Soubemos no momento que essa música era muito épica e grande. Demorei alguns dias a ficar convencida, mas lá decidi fazê-lo porque a mensagem da minha canção é tão importante e eu no fundo sabia que ela provavelmente resultaria muito bem no festival islandês. Para além disso, eu só participaria na Eurovisão seguindo os meus próprios termos e com uma música co-escrita por mim e apoiasse completamente. "Paper" é uma canção tão pessoal e estou muito orgulhosa disso. Simplesmente parece certo participar na Eurovisão com uma música em que eu acredito tão fortemente.


CE: Como te sentiste quando percebeste que ias à Eurovisão?

Svala: Foi uma sensação muito incrível. Especialmente porque foi uma vitória que quebrou recordes na Islândia, eu venci com uma maioria de votos esmagadora. Tive 124 mil votos e a Islândia tem apenas 320 mil habitantes. Eu senti-me muito grata e muito emocionada por tantas pessoas me apoiarem, a mim e à minha música, e me escolherem para competir em nome da Islândia.


CE: Costumas seguir a Eurovisão? Qual é o teu tema eurovisivo favorito de sempre?

Svala: Tenho de ser muito honesta. Eu vivo em Los Angeles há 8 anos e eles só começaram a transmitir a Eurovisão na televisão de cá no ano passado. Então eu não assisti ao festival desde 2008 até ao ano passado. Mas sempre tentei manter-me atualizada, indo no Youtube para ver a música vencedora. Lembro-me de ver "Euphoria" no Youtube depois de ter ganho e de ter pensado "uau, esta é a melhor canção alguma vez escrita da Eurovisão". É a minha favorita de todos os tempos.




CE: Alguma vez tinhas sonhado em fazer parte do Festival Eurovisão da Canção?

Svala: Não, sinceramente, não. Eu nunca pensei que iria fazer parte da Eurovisão enquanto performer e compositora. Na verdade, eu participei, apenas como compositora, na seleção nacional na Islândia em 2008 e foi divertido, mas nunca fez parte dos meus planos participar na Eurovisão como ambos . Mas nunca digas nunca. Estou aqui, estou a competir e estou muito entusiasmada e honrada por fazer parte disto.


CE: Como descreverias a tua canção para a Eurovisão?

Svala: Escrevi a minha canção, "Paper", sobre uma experiência muito pessoal. Fala sobre lidar com as dificuldades que aparecem na tua vida, ultrapassado-as. Sempre fui muito aberta aos media na Islândia acerca de ter lidado muito com ansiedade durante os meus anos de adolescência, até aos vinte e poucos anos. A música sempre foi a minha salvação e o meu lugar seguro, e eu quis escrever algo sobre aquilo pelo qual eu passei quando lidei com essas dificuldades. Nós todos já tivemos de lidar com algo nas nossas vidas. Ninguém tem uma vida perfeita. É isso que nos conecta enquanto seres humanos. A palavra "papel" na minha canção é uma metáfora para as emoções. Quando escrevi a letra, quis descrever a relação que tinha comigo mesma enquanto tive de lidar com a ansiedade. A minha ansiedade fez-me sentir frágil e vulnerável, como o papel. O propósito de escrever a minha canção foi ser honesta sobre mim mesma e não ter vergonha de ter de lidar com isto. Porque quando nós temos esta abertura, quando falamos sobre nós, é como se nos soltássemos em liberdade. Ao perdermos a vergonha, tornamo-nos capazes de encarar os nossos medos e de não desistir. Eu ainda tenho os meus dias maus mas felizmente agora estou num lugar muito melhor e a ansiedade já não controla a minha vida. Mas é tão importante para mim falar sobre isso e sentir-me capaz de ajudar e inspirar outras pessoas. Espero que a minha canção faça isso pelas pessoas de todo mundo que passam por dificuldades na vida.


CE: Quais são os pontos mais fortes da tua canção, que farão com que ela se destaque?

Svala: É uma canção poderosa mas muito honesta, com uma letra muito universal, com a qual toda a gente se pode relacionar. Todos nós já tivemos de ultrapassar dificuldades na nossa vida.


CE: Podemos esperar alguma surpresa para a tua atuação?

Svala: A minha performance será muito diferente daquela que eu fiz na Islândia. Contudo, é surpresa, portanto não te posso contar mais detalhes. Estou muito entusiasmada com ela e espero que vocês a amem tanto como eu.


CE: Como te sentes acerca da semifinal em que o teu país ficou posicionado?

Svala: Eu acho que a semifinal é ótima. Tudo está como deveria estar. Eu não posso controlar nada. Eu sou como uma folha no vento, e vou para onde ele me leva. É como eu vivo a minha vida, sempre positiva e de mente aberta. 


CE: Quais são as tuas expectativas para a participação na Eurovisão?

Svala: Para dar a conhecer a minha voz e a minha música a um público cada vez maior. Para conhecer novas pessoas e fazer grandes memórias. É tudo o que se quer da vida, não é?


CE: Quais são as tuas canções favoritas deste ano?

Svala: A minha, claro hehehehe. A minha canção é a de que eu gosto mais, como provavelmente todos os outros concorrentes diriam. Também gosto muito da canção da Letónia e de Portugal.


CE: Qual é a tua opinião acerca da participação de Portugal na Eurovião, incluíndo o participante deste ano, Salvador Sobral?

Svala: Eu adoro a sua canção, a voz dele e a sua performance. Uma das minhas favoritas.


CE: Tens algum projeto em mente para breve?

Svala: Sim! Vou lançar muita música nova com a minha banda Blissful e estamos a produzir alguns videoclips para a nossa música. Estou também a trabalhar em alguns projetos secretos, que revelarei mais tarde.


CE: Queres deixar uma mensagem aos nossos leitores e aos fãs portugueses no geral?

Svala: Obrigada por lerem a minha entrevista. Mal posso esperar por atuar na semifinal a 9 de maio. Se quiserem conhecer-me melhor, podem seguir-me nas minhas redes sociais!

Instagram:  https://www.instagram.com/svalakali/?hl=en
Facebook:  https://www.facebook.com/svalakali/
Snapchat:  svalakali 

Oiça "Paper":




ENGLISH VERSION



Svala will represent Iceland at the Eurovision Song Contest 2017 but sings since she was seven. She is also a songwriter, she's been part of the judges on The Voice, created a clothing line and toured the world.

Crónicas de Eurofestivais (CE): Tell us a little about yourself. How do you find inspiration as an artist?

Svala: My name is Svala Karitas Björgvinsdóttir and I´m an icelandic singer and songwriter.  I started recording music when I was 7 years old.  I´ve released countless hit singles and been in three bands throughout my career.  I had my first number one single when I was 11 years old and then my second number one single when I was 16 years old in Iceland.  When I was 20 years old I was signed by EMI in America and signed one of the biggest record contract ever made with an icelandic artist.  My first american single which I co-wrote came out in 2001 and became quite popular in America and was on the top 30 Billboard Charts over there.  I´ve released 2 solo albums and 3 albums with my band Steed Lord.  I formed my band Steed Lord in 2006 and we had quite the success worldwide.  The band was together for 10 awesome years.  We toured all over the world, designed a clothing line for H&M, had our music in a lot of american tv shows, commercials and a couple of movies.  I moved to Los Angeles in 2009 and I´ve lived there for 8 years with my husband who is a songwriter, producer and director.  I have my own clothing line called KALI which is sold online.  Last year I formed my new band Blissful and our single "Elevate" came out and did really well on Spotify.  I became a judge on famous tv show The Voice in Iceland in 2015.  I adore cats and science fiction books and movies.
My inspiriation comes from my life, my dreams, my friends and family.  Everything around me basically.  


CE: How did your musical career began? 

Svala: My dad is a very famous recording artist in Iceland and his music is a national treasure.  I was born into the music industry in Iceland so to speak.  My dad never wanted me to go into music.  I had to beg him to record music for the first time when I was 7 years old.  I got the chance to do i again in a duet with him when I was 9 years old and then had my first number one hit when I was 11 years old.  After that my parents wanted to me focus on my education and just be a kid and enjoy my childhood.  My dad told me if I wanted to be a recording artist I should do it on my own terms when I was older and not use his fame and connections to become successful.  It´s the best advice I´ve ever gotten cause it made me very independant as a songwriter and singer.  And I started making my own music when I was 15 and haven´t stopped since.  I´ve never gotten anything handed to me on a silver platter cause my parents always wanted me and my brother to really work hard for everything we wanted in life.  But they are very supportive and always give the best advice.


CE: How did your Eurovision adventure started?

Svala: Me and my husband Einar wrote the song together with Lester Mendez and Lily Elise in LA where we live in 2016.  The song was not written for Eurovision originally.  We have been in many writing sessions for the last two years cause we have been writing for our new band Blissful and other artists in LA.  And "Paper" came out of those writing sessions.   It was actually my husbands idea and not mine to submit it to the national selection in Iceland.  We knew right away that this song was very epic and big.  It took me a couple of days to be convinced but then I decided to do it cause the message is so important in my song and I knew that it would probably do pretty well in the national selection.  Also I only wanted to compete in Eurovision if it was on my own terms and with a song that I co-wrote and could stand behind completely.  And "Paper" is such a personal song and I´m very proud of it.  And it feels right to compete with a song that I believe in so strongly.


CE: How did you feel when you knew you would go to Eurovision?

Svala: It was a very humbling and an amazing feeling.  Especially cause it was a record breaking win in Iceland and I won with an overwhelming majority of the votes.  I got 124 thousand votes and there are only 320 thousand people that live in Iceland.  I was very thankful and very thouched that so many people supported me and my song and picked me to compete on Icelands behalf.  


CE: Do you often follow Eurovision? What’s your favorite Eurovision theme of all time?

Svala: I have to be very honest, I´ve lived in LA for 8 years now and they only started showing Eurovision on tv here last year.  So I didn´t watch it until last year since 2008.  But I always tried to keep up by going on youtube to see the winning song so I wouldn´t be out of the loop too much.  And I remember seeing Euphoria on youtube after it won and thinking "wow that is the best Eurovision song ever written".  It´s my all time favourite.



CE: Have you ever dreamed of being part of the Eurovision Song Contest?

Svala: No not really.  I never thought I would compete in Eurovision as a performer and songwriter.  I actually competed only as a songwriter in the national selection in Iceland in 2008 and that was fun.  But it was never my plan to compete in Eurovision as both.  But never say never.  I´m here and I´m competing and I´m very excited and honoured to be a part of it.


CE: How would you describe your Eurovision song?

Svala: I wrote my song “Paper” about a very personal experience.  It´s about dealing with difficulties in your life but overcoming them.  I´ve been very open in the media in Iceland that I dealt with a lot of  anxiety throughout my teenage years and early twenties. Music has always been my salvation and my safe place and I wanted to write about what I went through when I dealt with those difficulties.  We all deal with something in life.  No one has a perfect life.  This is what connects us as human beings.  The word paper in my song is a metaphor for emotions.  When I wrote the lyrics I wanted to describe the relationship I have with myself while dealing with anxiety.  My anxiety makes me feel fragile and makes me feel vulnerable like paper.  The purpose of me writing my song is to be open and honest about myself and not be ashamed about dealing with this.  Because when we are open and when we talk to each other, we are setting ourselves free.  By not being ashamed we are facing our fears and we are not giving up. I still have my bad days but thankfully I´m at a much better place now and anxiety doesn´t control my life anymore.  But it´s so important to me to talk about it to be able to help others and inspire.  Hopefully my song does that for people around the world that deal with difficulties in life.


CE: What would be the strong points that are going to highlight your theme song?

Svala: It´s a powerful and very honest song with lyrics that are very universal that everyone can relate to.  We all deal with difficulties in our life at times.  


CE: Can we expect any surprises from your performance?

Svala: My performance is different from the one I did in Iceland.  It´s a surprise though so I can´t tell you all the details.  I´m very excited about it and I hope you´ll love it as much as I do.


CE: How do you feel about the semifinal in which your country was placed?

Svala: I think it´s great.  Everything is as it´s suppose to be.  I can´t control it.  I´m like a leaf in the wind.  I go where the wind takes me.  That´s how I live my life.  Open minded and positive.


CE: What are your expectations for the participation on Eurovision?

Svala: To introduce my voice and my music to a bigger and wider audience.  To get to know new people and make great memories.  That´s what life is all about isn´t it?


CE: What are your favorite songs this year?

Svala: Mine of course hehehehe.  I love my song the most like probably every contestant would say.  I really like the song from Latvia as well and Portugal.


CE: What is your opinion about Portugal in the Eurovision, including this year's participant, Salvador Sobral? 

Svala: I love his song and his voice and his performance.  One of my favs.


CE: Do you have future projects coming?

Svala: Yes I´m releasing a lot of new music with my band Blissful and we are directing a bunch of new music videos ourselves for our music.  Also working on some secret projects as well.  Revealed later.


CE: Do you want to say something to our readers and general portuguese fans?

Svala: Thank you for reading my interview.  I can´t wait to perform in the semi final may 9th.  If you want to get to know me better you can follow me and like on social media!!

Instagram:  https://www.instagram.com/svalakali/?hl=en
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Snapchat:  svalakali 


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