A OPINIÃO DOS ARTISTAS NACIONAIS EUROVISIVOS
PARTE 4
Como não poderia faltar, tentamos entender a perspetiva dos artistas nacionais, que já representaram as cores de Portugal no Festival Eurovisão da Canção. São eles, melhor do que ninguém que sentem, na pele, o que é vivido por lá, quais as barreiras sentidas, quais as injustiças e, sobretudo, quais as mudanças que precisam de ser feitas – para se chegar a uma possível vitória.
Segundo Carlos Mendes, a vitória mais histórica do festival foi a sua, visto que a canção, por ele interpretada, foi apoiada pela PYE records, o que levou ao primeiro lugar. Mas, segundo o mesmo: “caímos para sexto, devido a uma imposição da RTP de não ganharmos”.
Nem sempre as escolhas e os resultados foram bem encarados pela população, pelos meios de comunicação e até mesmo pelos artistas, que participaram no Festival RTP da Canção.
Questionando, novamente, a postura da RTP face ao Festival, e face aos resultados, para Carlos Mendes a resposta é simples: “Nunca a RTP esteve, verdadeiramente, interessada em ganhar. A situação periférica de Portugal. O desinteresse ou até mesmo o desprezo dos governantes por "esta arte menor", a canção, tudo se conjuga para responder à sua questão.”
É inegável que alterações têm de ser feitas. Célia Lawson, representante de Portugal no ano de 1997, justifica uma não vitória portuguesa da seguinte maneira: “Portugal tem de se convencer de uma coisa, em primeiro lugar a topologia geográfica na Europa, para além da Espanha que nunca nos dá pontos, temos o mar para votar em nós, não há alianças antigas, como os países da Escandinávia, Balcãs, etc., Chipre, Turquia, entre outros.Temos de nos convencer que na Europa existem pólos comerciais de exportação de música. A Inglaterra não deixa quase ninguém, para além dos americanos, entrar no mercado. A Alemanha, outro concorrente que sofre com as pontuações, exporta musica também, Polónia outro pólo gigante, e Portugal continua sozinho.”
Em título conclusivo, foi questionado aos intérpretes quais as mudanças que deveriam ser feitas, a fim de se conseguir uma melhor classificação e, por conseguinte, um bom resultado para Portugal. Carlos Mendes remata: “quem gere esses assuntos, deve saber porque faz o que faz e deve-se responsabilizar pelos desastres que tem vindo a acumular. Eu, pessoalmente, desinteressei-me há muitos anos por esse tipo de certame”. Já Célia finaliza com as seguintes palavras: “não quero cair no ridículo mas a minha sugestão seria de ‘espiar’ os países que conseguem melhores resultados, por exemplo um autor de uma música deveria inteirar-se do que se passa atualmente por ‘lá’ e aprender a sobreviver com as derrotas, ou das não passagens para a final, e não perder o entusiasmo de concorrer todos os anos”.
What is Portugal doing in Eurovision?
We also tried to understand the perspective of national artists who have represented the Portugal in the Eurovision Song Contest. They, better than anyone, felt what is lived there, and the injuries and what has to change in order to for us to achieve a possible victory.
According to Carlos Mendes, the most importan victory of the festival was his, as the song he sang was supported by PYE Records, which led Portugal to the first place. But according to the same, "we fell to sixth place, due to an imposition of RTP that didn’t want us to win".
The portuguese choices and results weren’t always well regarded by the population, the media and even by the artists who participated in the Festival RTP da Canção.
Questioned again about the position of RTP in the Eurovision Song Contest and about our poor results, Carlos Mendes says: "RTP was never truly interested in winning the contest. The peripherical situation of Portugal. The indifference of the governors for this ‘minor art’ (the music), all combines to answer your question".
It is undeniable that changes have to be made. Célia Lawson, the portuguese singer in 1997, justifies a non-Portuguese victory as follows: "Portugal has to convince itself of one thing, firstly the geographical topology in Europe, apart from Spain that never gives us points, we have the sea to vote for us, there isn’t old alliances, such as the Scandinavian countries, the Balkans, etc., Cyprus, Turkey, among others.
We have to convince ourselfs that in Europe there are countries that mainly export music. England leaves almost no one, apart from the Americans, entering the market. Germany, another competitor suffering with the votes, exports music too, another giant pole is Poland, and Portugal continues alone. "
We also asked this singer what should changer in order to achieve better rankings and therefore a good result for Portugal.
Carlos Mendes shoots: "the ones who manage these matters, should know why they do what they do and take responsibility for the disasters that have been accumulating year after year. Personally, I don’t care about the contest anymore”. Célia ends with the following words: “I do not want to look ridiculous but my suggestion would be ‘spying’ the countries that achieve better results, for example the author of a song should find out what it is currently going on ‘there’ and learn to survive with the lost, or not being in the final, and not lose the enthusiasm to compete every year".
Imagem: 4lyrics.eu/Facebook oficial de Carlos Mendes
26/07/2015
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