"E QUANDO SE FALA DE DIVAS PORTUGUESAS..."
Ao pensarmos em divas portuguesas são alguns nomes que nos saltam à memória. A mais marcante, talvez, e aquela que irá fazer sempre parte da história do Festival da Canção é Simone de Oliveira. Todos conhecemos um pouco da sua história. Por tudo aquilo que passou ao longo da sua juventude e também na sua vida adulta, rotulamo-la como uma mulher sofrida mas muito lutadora. É uma mulher de garra. Simone estreou-se na Eurovisão na segunda participação de Portugal, em 1965, com “Sol de Inverno”. Quatro anos depois voltou a representar-nos. A “Desfolhada Portuguesa” não foi um sucesso além-fronteiras, mas cá é um tema intemporal, que toda a gente conhece, toda a gente canta. Além disso foi um tema polémico para a altura, devido à sua ousada letra, que teve também um pouco da sua vida lá referenciada. Recentemente Simone voltou a pisar o palco do Festival. E quem sabe se não ficará por aqui.
A par de Simone de Oliveira,
Madalena Iglésias foi uma das mais importantes vozes de canções mensageiras da
década de 60. Em 1966, Madalena representou Portugal na Eurovisão com o tema
“Ele e Ela”. Desta vez, a canção tornou-se um grande sucesso na Europa chegando
a ter uma versão em espanhol, editada em França, Espanha e Holanda. A carreira
de Madalena não teve um êxtase em Portugal. Desde 1987 que vive em Barcelona,
depois de ter passado também pela Venezuela.
Contudo, Madalena será sempre intitulada como Rainha da Rádio e da
Televisão, devido ao seu contributo naquela época, e por isso, é uma diva
eurovisiva.
Em 1971 foi a vez de Tonicha
brilhar com “Menina do Alto da Serra”, obtendo o 9º lugar, melhor classificação
conseguida até à altura. Assim, deu-se uma rampa de lançamento do seu sucesso e
percorreu vários festivais internacionais. Ao longo da sua carreira, Tonicha
gravou mais de 600 canções e mais de 100 álbuns. Sem dúvida que foi um marco
para a sua época.
Adelaide Ferreira é outra diva
que ainda hoje vinca nos palcos com a sua potente voz. Quem não se recorda dos
seus sucessos e do seu poder vocal com notas inalcançáveis para a maior parte
dos cantores. Em 1985, Adelaide era conhecida como a “Celine Dion Portuguesa”.
Venceu o Festival da Canção com “Penso em Ti (Eu Sei)”, uma balada, como é sua
característica. No entanto, obteve um decepcionante penúltimo lugar.
Rita Guerra é uma das nossas
artistas preferidas no panorama da música nacional. É impressionante a sua voz
tão segura, tão confiante e extensível. Depois de já ter participado no
Festival da Canção, foi convidada internamente pela RTP em 2003. “Deixa-me
sonhar” é uma canção lindíssima mas que infelizmente não obteve bons
resultados. Adorávamos ver novamente a Rita a representar-nos. Ela tem tudo o
que define uma verdadeira diva: tem imagem, presença, muita competência vocal,
uma carreira de sucesso e é muito acarinhada pelo público português.
No ano passado foi a vez de Suzy ocupar o lugar de diva do ano, juntamente com Conchita Wurst e Ruth Lorenzo. Durante a Eurovisão, as três estabeleceram uma relação de amizade e depressa foram intituladas de divas eurovisivas de 2014. Para nós é um privilégio ouvir uma figura tão importante como Conchita a elogiar a nossa conterrânea, pelo seu talento, simpatia e personalidade. É certo que não passamos sequer à final, mas foi por muito pouco. E mesmo assim, Suzy ficou na memória de todos, tanto pela sua canção animada e “orelhuda” como pela sua postura em palco, pela sua sensualidade e carisma.
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