2000 – Sonhos sim, mas magia é que nem por isso
Com a entrada no novo milénio, foram muitas as coisas que mudaram não só interna mas também externamente. As pessoas foram perdendo o interesse no FC, os lugares obtidos pelo nosso país eram, a bem dizer, vergonhosos e cada vez mais custava a acreditar numa vitória portuguesa no maior festival internacional de música. Com o crescente desinteresse da população é fácil perceber que também a imprensa começou a dedicar cada vez menos espaço à competição.
2000 foi um dos poucos anos em que Portugal não participou na Eurovisão, no entanto a competição nacional não foi abandonada. Tal como gostaríamos de que acontecesse agora, o Festival teve lugar no Pavilhão Atlântico (agora MEO Arena), no dia 26 de março, mas os nomes presentes não eram tão sonantes quanto há alguns anos. Pelo palco desfilaram (em homenagem a Amália, falecida no ano anterior) Marco Paulo, Tonicha, Anabela, Alexandra, entre outros, mas, no que toca a canções, foram estes os nomes a concurso:
Canção nº 1 – “Lança Em Mim A Moeda Ao Ar” – 100 Nome
Canção nº 2 – “De Ti Serei” – Raquel Alão
Canção nº 3 – “O Teu Tempo” – Paulo Terrão
Canção nº 4 – “Lenço de Linho” – Trigal
Canção nº 5 – “Vai À Procura” – Secreta Passagem
Canção nº 6 – “Ave Cega” – Pedro Portas
Canção nº 7 – “Tanto Adeus Por Dizer” – Alexandra Costa
Canção nº 8 – “Sonhos Mágicos” – Liana
O Diário de Notícias (DN) destacou o facto de a edição 37 do FC ser “um festival discreto para consumo próprio” uma vez que o vencedor deste não teve de representar Portugal em Estocolmo, sendo que tal aconteceu pela “magra média de pontuações dos últimos cinco anos”. As regras da UER deixaram Portugal de fora do grande festival da música europeia, mas nem isso impediu o canal público de dar continuidade a uma das suas mais longínquas tradições.
O mesmo jornal, no dia seguinte fez várias críticas ao Festival, começando por dizer que este foi o “triste eco de um festival que em tempos fez carreiras e canções” passando de seguida para a apresentadora, Rita Ferro Rodrigues. "Ganhou Liana, com Sonhos Mágicos, numa das vitórias mais disputadas dos últimos anos do certame nacional. A canção (não a melhor, antes a menos má), era até mais agradável que a triste aberração que Rui Bandeira levou, com champô e amaciador, a Jerusalém há um ano." É assim que o jornal descreve aquela que foi a música vencedora de um festival que serviu apenas para que os portugueses não esquecessem a competição nacional.
Em 2000, "abundou um verdadeiro festival do desafinanço, como se desafinar fosse o denominador comum exigido aos candidatos", afirma o DN.
Se, noutros tempos, o festival foi uma verdadeira rampa de lançamento para vários artistas que são hoje reconhecidos, o de 2000 não é um exemplo do mesmo, uma vez que de Liana pouco mais se veio a saber. A cantora venceu o concurso com apenas 20 anos e confessou ao extinto 24 Horas que gostaria de ser assistente de bordo caso os seus sonhos musicais não se concretizassem.
A 13 de maio, realizou-se o Festival Eurovisão da Canção, em Estocolmo, depois de Charlotte Nilson (agora Perrelli) ter ganho no ano anterior com “Take Me To Your Heaven”. No Festival, estreia-se a Letónia, que viria a ganhar pouco tempo depois. Como Portugal, mais países se ausentaram da competição (Bósnia e Herzegovina, Lituânia, Polónia e Eslovénia).
2000 foi o ano da consagração da Dinamarca e dos Olsen Brothers com “Fly In The Wings Of Love”, que levaram para casa o troféu de entre 24 concorrentes.
O destaque da imprensa portuguesa foi para os representantes israelitas, a banda Ping Pong, que cantou “Be Happy”. Os jornais nacionais explicam a polémica com os israelitas, uma vez que estes são um grupo de bisexuais que levam a palco uma bandeira do seu país e uma outra da Síria cantando sobre uma rapariga que sonhe com o seu amor que está neste segundo país. “A Síria e Israel, recorde-se, estão ainda oficialmente em estado de guerra, pelo que os responsáveis da televisão israelita tentaram impedir o grupo de se fazer acompanhar pela bandeira síria”.
Era adiantado que “uma das grandes favoritas à Eurovisão era a jovem Ines, da Estónia” e também a “grilsband norueguesa Charmed” com o seu “My Heart Goes Boo”. Surgem também, na mesma publicação que Israel e Suécia iriam acabar nos lugares do topo da tabela, no entanto nenhum destes países levou para casa a vitória final, que ficou para a Dinamarca.
2001 – Sabemos ser felizes assim mas também sabemos ser mais
O Festival da Canção de 2001 foi bastante peculiar. Foram várias as eliminatórias, espalhadas por algumas cidades do país, desde Setúbal a Leiria, passando por Faro e sem esquecer também as ilhas (São Miguel e Funchal, na Madeira). Fazia até lembrar o Melodifestivalen devido à quantidade de cidades que acolheram as cinco semifinais. Dos concorrentes de cada uma, eram dois artistas que ganhavam o passe direto para a grande final. Vejamos então as canções interpretadas em cada eliminatória:
1ª eliminatória em Setúbal:
“Na Aldeia Global” – Vudoo
“Queria-te” – Luís Mira
“Parei o Tempo” – 100 Rumo
“Poder Voar” – TribUrbana
“Valsinha de Abril” – Nina
“Amor, My Love” – Euro
“Maré Nova” – Nefelibatas
“No Azul” – Rui Silvã
“O Paraíso É Uma Onda” – Baby Jane
“Pensar Assim” – Psique
2ª eliminatória em Leiria:
“Amor Em Tons De Azul Pastel E Branco” - Filipe Fonseca e Inês Soares
“Amor E Maré” - Marés e Luar
“Perfume Fino” - Trilhos
“Há Sempre Alguém Que Nos Quer” - Ana Lains
“Marcados No Destino” - Ana Sofia
“Não Há Nada Melhor” - Jaime Nascimento
“Lição de Saber” - Seita Interdita
“Chamar Por Ti” Nuno Junqueira
“Secreta Passagem” - Mónica Ferraz
“Sempre Sonhei” - Patty
3ª eliminatória em Faro:
“No Tom Das Cores” - Sónia Mota
“Descalça Nos Trigais” - Gigante
“Chuva Brilhante” - Hugo Rodrigues
“Choro no Fado” - Patrícia Colaço e Duodemo
“Da Terra à Lua” - Paulo e Lura
“Mundo Colorido” – Izamena
“Beleza Divina” - Trio Luís Mira
“Seja Qual For A Estrada” - Almabranca
“O Beijo do Gato” - Tatiana Pinto
“Cais Imenso Mar” - Trilhos
4ª eliminatória no Funchal:
“Viver Para Amar” – Tânia de Sousa
“Agora” – Fernando de Almeida
“Tu És o Ser” – Elizabete Soares
“Roda de Amores”- Trilhos
“Rapariga Loira” – Bruno Airaff
“Morrerei Por Ti” – Cidália Silva
“Ter Uma Paixão” – Sandra Soares
“Na Promessa Desse Olhar” – Eden
“Fechar Os Olhos (E Olhar) – Mané Crestejo
5ª eliminatória em Ponta Delgada:
“Por Ti Saudade” – Rita Leal
“Há Outro Lugar” – Carlos Massa
“Nunca Te Despeças de Mim” – Jaime Nascimento
“Brisas de Luanda” – Rosete e Duo Demo
“No Olgar dos Teus Olhos” – António Laranjeira
“Canta Comigo (Canta Meu Povo)” – Terrie Alves
“Só Sei Ser Feliz Assim” – MTM
“Assim Por Ti” – US 2
“Milagres Precisam Ser” – Miguel Braga
“Fazer Uma Música Só Para Ti” – Jaime Nascimento
Final, em Santa Maria da Feira:
Canção nº 1 – “Agora” – Fernando de Almeida
Canção nº 2 – “No Tom Das Cores” – Sónia Mota
Canção nº 3 – “Amor, My Love” – Euro
Canção nº 4 – “Assim Por Ti” – US 2
Canção nº 5 – “Tu És O Ser” – Elizabete Soares
Canção nº 6 – “Poder Voar” – TribUrbanna
Canção nº 7 – “Choro No Fado” – Patrícia Colaço & Duo Demo
Canção nº 8 – “Chamar Por Ti” – Nuno Junqueira
Canção nº 9 – “Secreta Passagem” – Mónica Ferraz
“O duo MTM, composto por Marco Quelhas e Tony, foi o último dos 10 concorrentes a subir ao palco mas acabou por recolher a preferência do júri e sagrou-se vencedor”, deu conta o 24 Horas.
O FC 2001 não foi para o ar no dia em que foi realizado devido à tragédia, ainda bem presente na memória de todos os portugueses, da ponte de Castelo de Paiva.
Marco Quelhas confessou ao 24 Horas no final do festival que participou juntamente com Tony num tom de brincadeira, mas que ia trabalhar para tornar “Só Sei Se Feliz Assim” na melhor melodia possível a nível europeu. O duo confessou ao jornal ir à Eurovisão com um espírito muito desportivo mas fazer o melhor possível.
O FC 2001 não foi para o ar no dia em que foi realizado devido à tragédia, ainda bem presente na memória de todos os portugueses, da ponte de Castelo de Paiva.
Marco Quelhas confessou ao 24 Horas no final do festival que participou juntamente com Tony num tom de brincadeira, mas que ia trabalhar para tornar “Só Sei Se Feliz Assim” na melhor melodia possível a nível europeu. O duo confessou ao jornal ir à Eurovisão com um espírito muito desportivo mas fazer o melhor possível.
No dia antes do Festival Eurovisão da Canção, marcado para 12 de maio, o DN revelava mais uma polémica associada ao evento. Segundo a notícia, a juventude trabalhista norueguesa movia a Europa para que votasse na música israelita. Com isto, os noruegueses nada mais queriam do que forçar as negociações entre o país e os palestinianos, boicotando o festival de 2002, que estaria assim de volta a Israel.
Já no dia do festival, também o DN, afirmava aquilo que todos eram capazes de prever: a ausência de Portugal do festival de 2002. A regra de que só os países mais bem cotados a nível de pontuação poderiam competir no ano seguinte ainda era válida em 2001 e, como tal, caso Portugal ficasse abaixo do décimo sexto posto, ia de novo ficar a ver o festival pela televisão. A proposta portuguesa para Copenhaga era “uma das mais fracas (senão a mais fraca) participações lusas de toda a história da presença nacional no certame”. As casas de apostas previam os bons lugares grego, francês, croata, esloveno, sueco e espanhol.
Foram poucas as páginas de jornais dedicadas ao “pré-festival”, mas, mesmo assim, se compararmos com os nossos dias, a imprensa dedicava uma página inteira ao festival (ainda que com fotografias de meia-página), falando até das outras músicas a concurso (pelo menos dos nomes mais sonantes).
No dia seguinte à grande competição, os jornais dedicaram-se a dizer que a Estónia venceu e que Portugal não estaria presente na edição de 2002, devido a ter conseguido uns meros 12 pontos franceses e 6 espanhóis, que não foram suficientes para alcançar o tão desejado top 15.
Em último lugar ficou um dos países que é agora um dos grandes “colossos” europeus: a Noruega, que assim também se ausentou do festival de 2002. Destaque também para o ênfase dado pelo Correio da Manhã (CM) ao facto de apenas três (dos vinte e três) países terem apresentado músicas na sua língua materna. Além de Portugal, apenas Espanha e Israel cumpriram essa mesma tradição.
Em último lugar ficou um dos países que é agora um dos grandes “colossos” europeus: a Noruega, que assim também se ausentou do festival de 2002. Destaque também para o ênfase dado pelo Correio da Manhã (CM) ao facto de apenas três (dos vinte e três) países terem apresentado músicas na sua língua materna. Além de Portugal, apenas Espanha e Israel cumpriram essa mesma tradição.
Mas há também enganos naquilo que à escrita sobre o festival diz respeito. Veja-se o exemplo da imagem acima, onde se afirma que os gregos Antique alcançaram o quarto lugar quando na verdade eles ficaram em terceiro (melhor classificação do país até à data). Vale a pena lembrar que Helena Paparizou era uma das integrantes da banda.
2002 – Mais um ano fora da grande competição
2002 foi mais um ano crítico para a história da imprensa portuguesa no que ao Eurovision Song Contest diz respeito. Se já nos anos em que Portugal participava as notícias sobre o festival eram muito poucas, podem imaginar o que acontece nos anos em que o nosso país não pisa o palco eurovisivo. O décimo sétimo lugar do ano anterior não nos permitiu levar uma música à capital da Estónia e lutar por uma classificação mais apelativa.
O DN punha, no dia da final eurovisiva (25 de maio), pressão sobre a RTP, que ia estrear a Operação Triunfo. Tudo isto porque a representante espanhola (Rosa) era a vencedora desse mesmo programa que foi um recorde de audiências e lançou várias carreiras discográficas em terras de “nuestros hermanos”. A RTP viria também a estrear a versão portuguesa do programa ainda no versão de 2002 e, segundo estava previsto, quem quer que vencesse a OT iria representar Portugal em 2003 (o que acabou por não se confirmar).
O DN punha, no dia da final eurovisiva (25 de maio), pressão sobre a RTP, que ia estrear a Operação Triunfo. Tudo isto porque a representante espanhola (Rosa) era a vencedora desse mesmo programa que foi um recorde de audiências e lançou várias carreiras discográficas em terras de “nuestros hermanos”. A RTP viria também a estrear a versão portuguesa do programa ainda no versão de 2002 e, segundo estava previsto, quem quer que vencesse a OT iria representar Portugal em 2003 (o que acabou por não se confirmar).
Mas não nos deixemos enganar: em 2002, a RTP chegou a ser convidada para fazer parte do Festival, uma vez que o número de países concorrentes aumentou. No entanto, a estação pública portuguesa recusou o convite da EBU.
“Frouxo e completamente descaraterizado da essência que em tempos centrava nesta noite europeia um palco de encontro de culturas e músicas”, foi assim que o jornalista Nuno Galopim, do DN, descreveu a noite da final da Eurovisão de 2002. Continuou dizendo que “o Eurofestival de 2002 revelou-se musicalmente medíocre (…) apagando, salvo em pontuais exceções, quaisquer resíduos de identidade cultural dos povos”.
É referida, claro, a troca de pontos que sempre acontece entre vizinhos, sendo esta troca dada como um fator determinante que conduziu à primeira e única vitória da Letónia no certame. No final do artigo, o autor diz ter pena que Portugal não tivesse estado presente na Eurovisão de 2002 porque “num festival tão mau como este até teríamos algumas hipóteses” e deixa por escrito o sonho de uma boa classificação no ano de 2003 com o/a vencedor/a da Operação Triunfo, uma vez que Rosa, a representante espanhola, alcançou o sétimo posto com “uma música de lixo”.
É referida, claro, a troca de pontos que sempre acontece entre vizinhos, sendo esta troca dada como um fator determinante que conduziu à primeira e única vitória da Letónia no certame. No final do artigo, o autor diz ter pena que Portugal não tivesse estado presente na Eurovisão de 2002 porque “num festival tão mau como este até teríamos algumas hipóteses” e deixa por escrito o sonho de uma boa classificação no ano de 2003 com o/a vencedor/a da Operação Triunfo, uma vez que Rosa, a representante espanhola, alcançou o sétimo posto com “uma música de lixo”.
E como não há edição eurovisiva sem escândalos, a imprensa nacional deu (ainda que pouco) destaque aos representantes eslovenos. O grupo Sestre é constituído por três travestis, que pisaram o palco eurovisivo sem fazer correr tanta tinta como a esperada. Destaque também para o melhor lugar de sempre da pequena ilha do Mediterrâneo, Malta, que conseguiu segurar até ao fim o segundo posto.
Apesar de poucas serem as notícias sobre o festival, nota-se que o destaque não é sequer dado ao facto de Portugal estar ausente desta edição, mas sim à representante espanhola e ao facto de os portugueses estarem, supostamente, a torcer pela vitória do país vizinho no festival. Rosa fez títulos de jornais portugueses com a suposta desilusão pela sua não-vitória. A verdade é que os erros estão sempre presentes no que ao Festival diz respeito: há jornais em que se lê que a Espanha alcançou o sexto lugar, mas outros há em que a Rosa se ficou pelo sétimo. Neste “jogo” de lugares, diz a nossa fiel internet, que “Europe’s Living A Celebration” ficou em sétimo lugar, com menos quatro pontos que Chipre.
Os jornais não avançavam muitos favoritos à vitória. No entanto, aqueles que se atreviam a fazê-lo, estavam longe de imaginar que seria mesmo a Marie N com “I Wanna” a levar o troféu para a Letónia.
2003 – Não nos deixaram sonhar
2003 foi um ano de desilusões. Voltámos à Eurovisão depois de mais um ano fora por causa das regras da competição. A nossa representante foi escolhida internamente pela RTP. Uma das cantoras com mais reconhecimento no nosso panorama musical pisava pela primeira vez o palco eurovisivo: Rita Guerra. A música, escolhida pelo público, que Rita cantou na Letónia foi “Deixa-me Sonhar (Só Mais Uma Vez)”, que é ainda, dez anos mais tarde, uma das mais conhecidas da cantora. Infelizmente, não é só a voz e a música que contam nesta competição e o nosso sonho foi destruído mais uma vez. Vigésimo segundo lugar foi aquele a que conseguimos chegar com uma balada cujo último refrão era totalmente em inglês.
Na pequena final nacional, as canções a concurso eram três e foram apresentadas numa das galas da Operação Triunfo, apresentada por Catarina Furtado:
Na pequena final nacional, as canções a concurso eram três e foram apresentadas numa das galas da Operação Triunfo, apresentada por Catarina Furtado:
Canção nº 1 – “Prazer No Pecado”
Canção nº 2 – “Estes Dias Sem Fim”
Canção nº 3 – “Deixa-me Sonhar (Só Mais Uma Vez)”
Depois da vitória, Rita Guerra mantinha-se realista, não sonhava com a vitória e afirmou que preferia cantar em inglês, uma vez que eram “só quatro países a cantar na língua materna, acaba por ser uma concorrência desleal”. Rita Guerra defendia, já há 10 anos, aquilo que todos os portugueses defendem hoje em dia:
• As canções deviam ser em inglês porque o português não é uma língua que todas as pessoas percebam e, se os outros apostam na língua universal, porque é que não fazemos o mesmo?
• Devíamos apostar em música mais adequada à atualidade e àquilo que os outros países apresentam a concurso.
Além disto, a cantora portuguesa comentou que “para muita gente, o festival já era e nem devia voltar a realizar-se”, culminando com “gostava muito de que o festival voltasse a acontecer, ainda me lembro de como o país parava para o ver.
O destaque da imprensa vai sempre para o mesmo: os escândalos, ou não fossemos nós um povo onde um dos jornais diários mais vendidos é também o mais sensacionalista de todos. O grupo russo t.A.t.U. é desta vez o centro das atenções por as duas raparigas serem bissexuais. Julia Volkova e Lena Katina lideravam claramente as casas de apostas para vencerem o Festival Eurovisão da Canção 2003 (o que acabou por não se verificar), mesmo cantando em russo (uma imposição do povo russo ao duo). A dupla anunciou também, como forma de promover a sua música que, caso vencessem iriam “dar o nó” a seguir à Eurovisão. Diziam as russas antes da competição que não queriam “assustar os adversários”, mas que sabiam que iam vencer.
Houve grande destaque da imprensa portuguesa para as t.A.t.U., salientando o facto de as duas terem tentado mais do que uma vez gravar o videoclip para a música eurovisiva, sem sucesso. A polícia impediu das duas vezes as duas jovens de se beijarem em frente ao túmulo de Lenine, como reportava a Nova Gente. O duo gerou tanta polémica que chegou a ter destaque na capa do CM. Se noutros anos o Festival gerava imensas capas de imprensa, em 2003 não era normal ver uma fotografia eurovisiva nas capas dos jornais (sobretudo daquele que é o segundo mais vendido do país).
Houve grande destaque da imprensa portuguesa para as t.A.t.U., salientando o facto de as duas terem tentado mais do que uma vez gravar o videoclip para a música eurovisiva, sem sucesso. A polícia impediu das duas vezes as duas jovens de se beijarem em frente ao túmulo de Lenine, como reportava a Nova Gente. O duo gerou tanta polémica que chegou a ter destaque na capa do CM. Se noutros anos o Festival gerava imensas capas de imprensa, em 2003 não era normal ver uma fotografia eurovisiva nas capas dos jornais (sobretudo daquele que é o segundo mais vendido do país).
Quando se fala na música de Rita Guerra, a novidade que a impressa deu era o facto de, cerca de 40 anos depois do início das participações portuguesas no Festival, haver uma música que é, em parte, cantada em inglês.
Rita Guerra considerava que levar músicas portuguesas era um desvantagem para nós. “Não vale a pena estar a remar contra a maré. Uma vez que a canção se presta a cantar em inglês, optámos pelas duas línguas.
A cidade de Riga era a organizadora do festival e pretendia superar a audiência que se havia registado no ano anterior de 300 milhões de espetadores por todo o mundo.
O DN avançava, no dia do festival, com a vigésima segunda posição portuguesa no festival, uma vez que era esse o lugar dado pelos apostadores, que não pareciam ter ficado particularmente encantados pela voz de Rita Guerra nem com a parte da música em inglês.
“O Festival da Eurovisão é mais um altar de nostalgia que uma fábrica de novos acontecimentos”, e foi neste altar que, no dia 24 de maio, desfilaram vinte e seis canções, que lutavam pelo mesmo propósito: a vitória.
Depois do festival pairava a desilusão. Aquele que podia ter sido um dos nossos melhores lugares na história eurovisiva acabou num 22º lugar e apenas 13 pontos.
No CM salientava-se também o desaire inglês. O Reino Unido ficara em último lugar sem ter recebido um único ponto, e dizia o compositor da música que a votação foi política como sempre foi no ESC. Uma página inteira para salientar a má posição alcançada pelo grupo Jemini, e ainda o facto de, não chegando o último lugar, o seu camarim ter sido vandalizado enquanto o duo dava a conferência de imprensa relativa à grande final do concurso.
O mesmo jornal informa também os seus leitores das novas regras da EBU, com a inserção de uma semifinal antes da final, para onde estão apurados os quinze primeiros classificados do ano anterior mais 10 que passarem da semifinal, que Portugal viria a enfrentar no ano seguinte com “Foi Magia”.
A vitória nesta edição acabou por sorrir pela primeira vez à Turquia, que levou Sertab Erener e a música "Everyway that I Can". Apenas um ponto separou este país da Bélgica, que esteve perto de repetir o triunfo de 1986.
A vitória nesta edição acabou por sorrir pela primeira vez à Turquia, que levou Sertab Erener e a música "Everyway that I Can". Apenas um ponto separou este país da Bélgica, que esteve perto de repetir o triunfo de 1986.
"de Liana pouco mais se veio a saber".
ResponderEliminarApenas para que a vossa escrita não se baseie em factos irreais, façam uma visita a:
http://lianafado.com/about/brief-chronological-resume/
Boas crónicas.