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É por isto que lá devíamos estar - Quarta razão



DIVERSIFICAÇÃO DE PROGRAMAS

       Hoje em dia diz-se que já não se tem tempo para ver televisão. Cada vez se trabalha mais horas, temos as tarefas domésticas, filhos para criar, uma casa para cuidar, e com a distracção provocada pelas novas tecnologias, vão-se perdendo os serões na sala e a família reunida no sofá para conversar e assistir aos nossos programas favoritos. Mas, a conjuntura do país, também me faz contrariar esta versão: com o desemprego a aumentar, são cada vez mais as pessoas que passam o dia em suas casas, e, com a falta de poder económico, diminuem os passeios, as idas ao cinema, os jantares fora. Consequentemente, os fins-de-semana também são passados em casa, e vêem mais televisão. 


       Desde sempre que, para mim, a televisão é um hobbie. Há ocasiões em que me faz imensa falta terminar o dia em frente à televisão para repousar um pouco. Talvez porque nos meus tempos de infância, não havia quaisquer computadores, tabletes, telemóveis topo de gama, consolas sofisticadas ou internet. As brincadeiras sempre foram na rua, ao ar livre, ou em casa com legos, bonecas e puzzles, no meu cantinho de brincar, e com a televisão por perto. Seguia todas as séries de desenhos animados. Adorava todas, uma por uma. E aos fins-de-semana, era capaz de estar um dia inteirinho a ver as cassetes que gravava com o “Chuva de Estrelas”. Hoje em dia tudo mudou: os mais novos têm à disposição uma vasta gama de tecnologias, de modo que a televisão fica um pouco de parte. 


       E como telespectadora relativamente assídua, muitas vezes chateia-me o facto de, querer ter o tal momento de pausa no meu sofá, e não haver nada que se aproveite que me possa entreter. Esta falta de programação é mais notória durante o verão, antes da chamada “rentrée” e ao fim de semana. Compreendo que esta questão seja uma estratégia: as estreias em Setembro ou os programas com horário simultâneo (incluindo os intervalos), mas quando temos alturas em que é transmitido tudo ao mesmo tempo, existem outras em que não há “canal por cabo que nos salve”.
       

       Como eu, muitas outras pessoas devem sentir o mesmo. E é por isso que poderiam ponderar em se interessar por coisas novas, como a Eurovisão.
       A Eurovisão é uma forma de diversificar a oferta televisiva. Pelo menos, uma vez por ano, sabemos que irá para o ar algo que foge aos programas convencionais: os telejornais, que dia após dia, só nos dão más noticias; as telenovelas, que apesar de, por vezes, serem baseadas em factos reais, tão depressa são interessantes como enrolam o enredo de tal forma que, se perdermos 3 ou 4 episódios, dá a sensação que está tudo na mesma; os programas de entretenimento, que começam a perder audiências e são pouco educativos; os programas humorísticos, que muitas vezes nem fazem os telespectadores esquecerem, por momentos, as desavenças da vida. Ora, a Eurovisão tem um carácter transversal: é adequado para toda a família, oferece-nos um espectáculo que nos faz sair do nosso mundo e entrar num mundo mágico, podemos aprender muitas coisas sobre o país anfitrião e os países participantes, novas línguas, novas culturas, nova musicalidade. 
       Posso dizer que conheço poucos ou nenhum programa tão completo como o ESC. É tão multifacetado que é uma pena que só se realize uma vez por ano. Como eu gostava que, em Portugal, gravassem mais programas com esta temática, promovendo-os. O mês de Maio deveria ser o mês eurovisivo. Adoraria que houvesse antevisões, previsões de resultados, programas de promoção à grande final, ou que nos demonstrassem tudo o que está por detrás da organização de um evento como este, parra ficarmos a conhecer tanto como um fã eurovisivo que assiste ao vivo ao certame. 
      De facto, este fanatismo perdeu-se ao longo do tempo, mas seria óptimo que a chama renascesse, e que todos os telespectadores chegassem à conclusão que um programa tão importante e completo como este, diferente de tudo o resto, não pode simplesmente desaparecer. 

Imagens: Google
06/07/2013
 

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