
Hej, Europa! This is Sweden calling!
Chegou ao fim a espera de quase um ano por mais uma edição da Eurovisão. A cidade de Malmö recebeu ontem milhares de fãs para a maior festa de música do mundo, e deu carta branca para que milhões de espetadores seguissem o evento pela televisão. A nossa espera de trezentos e muitos dias valeu a pena: a Suécia presenteou-nos com um espetáculo de grande qualidade, com uma invejável organização e nenhuma falha. Pena mesmo foi a noite ter passado tão depressa…
Depois de um pequeno vídeo, no qual a melodia de “Euphoria” foi ouvida um pouco por toda a Europa, a arena de Malmö dá as boas vindas a um grupo de crianças que canta essa mesma música, a que depois se junta Loreen, magnífica, perfeita como sempre. Arrisco-me a dizer que foi uma das melhores aberturas do Festival alguma vez vistas: não só pela canção (que diz tanto a muitos, e que de certa forma revolucionou a Eurovisão), mas pela forma como foi apresentada. Excelente uso do espaço, boa utilização das luzes e, sobretudo, uma união perfeita entre a cantora e o público. De arrepiar!
Nota ainda muito positiva para a forma como Petra Mede, a apresentadora, surgiu em palco, e pela garra e energia com que nos deu as boas vindas ao Eurofestival 2013 e com que, igualmente, apresentou o espetáculo. Excelente escolha da SVT!
Chega finalmente ao palco a primeira canção! Introduzida por um fantástico postcard (como aliás foram todos – mais um aspeto positivo da edição deste ano), Natália Kelly interpreta de forma muito consistente o seu tema, “Shine”. Nada de negativo a apontar na proposta austríaca, a não ser o facto de visualmente ter sido demasiado linear, sem nenhum elemento que a fizesse preservar na memória dos espetadores depois de escutadas outras 15 músicas. Foi pena a sua eliminação. Tenho pena essencialmente pela artista. Espero que não desistam. Ânimo, Áustria!
Canção número dois: Estónia. Quando ontem vi esta atuação pensei: vê-se mesmo que estamos na Eurovisão! A típica balada eurovisiva com a atuação que todos esperamos (incluindo vento e fumo). Além disso, gostei do facto de o público ter marcado a sua presença com as bandeiras, senti mesmo o espírito eurovisivo. Foi uma finalista merecida; ainda que fazendo uma atuação simples, não deixou de ser bastante marcante e envolvente. Adorei o sorriso e a felicidade de Birgit. Finalista merecida.
Passamos para a terceira canção da noite, a primeira com mais ritmo. Fiquei, no geral, bastante surpreendido com esta atuação e até fiquei a gostar mais da música! Acho que os eslovenos devem estar bastante satisfeitos com o trabalho desenvolvido por Hannah. Ainda que com algumas desafinações, sobretudo na parte final, a cantora mostrou bastante garra e vendeu bem o tema. Tem uma voz forte que resistiu a todo o movimento da coreografia. Gostei mais uma vez da forma como a performance foi filmada. Saiu a ganhar com isso. Mais sorte na próxima vez, Eslovénia!
Chegou depois a Croácia e chegou igualmente o primeiro choque da noite. Foi uma eliminação injusta e incompreensível. Seis vozes excelentes e sempre no tom, uma canção forte e que se destacava por ser étnica, e a apresentação beneficiou, mais uma vez, dos fantásticos planos de câmara. Houve qualquer coisa de épico aqui (as roupas, a seriedade da atuação, sobretudo na parte em que se desligam as luzes). Merecia a final, mas a concorrência também era apertada… Pobre Croácia.
A vitória já não escapa à Dinamarca. Fiquei com esta sensação mal acabei de ver a atuação de Emmelie. Arrepiou-me mesmo. Esteve vocalmente bastante bem (embora tenha tremido uma ou outra vez), e toda a apresentação tem bastante impacto. A cascata de pirotecnia e os confetis pela arena carimbam “vencedor” nesta canção. Brutal.
Antes de seguirmos para a Rússia, vale a pena referir a provocação à Noruega com aquele cartaz de Petra Mede… O típico humor sueco!
Mais uma excelente atuação, vinda de Dina, da Rússia. Esperava ouvir mais a voz dela e não tanto a dos coros, mas não houve falha nenhuma. As lâmpadas em palco funcionaram muito bem, mas o ponto alto foi mesmo o último refrão, quando a arena se encheu de pequenas luzinhas, criando um efeito fenomenal. A Rússia não brinca em serviço, uma finalista óbvia e justa.
Zlata, da Ucrânia, é a voz que se segue. E que voz! Nem uma única nota ao lado, sendo que a música não é nada fácil. Gostei imenso da postura dela em palco, mas a entrada com o gigante é simplesmente ridícula (sendo que em TV ainda ficou pior). O favoritismo que tinha parece ter caído depois de ontem… percebe-se o porquê.
Bravo, Holanda! É tão bom vê-los novamente na final depois de nove anos a penar nas semifinais! Anouk esteve sublime ontem à noite. A mim arrepiou-me. Voz no ponto, postura muito profissional e uma apresentação simples. Tudo o que era preciso. Espero que “Birds” voe até ao top 15 da final!
Claramente a Europa não estava preparada para uma canção tão diferente e arrojada, como a do Montenegro. É inegável que a prestação vocal dos três cantores foi fantástica, sobretudo a de Nina. Ouvi-la ontem era quase como ouvi-la na versão estúdio. Nenhuma diferença. Se calhar a roupa usada era um risco, mas isso foi igualmente compensado pelo cenário fantástico e pelo brilhante trabalho da realização. Queria tanto que isto passasse… Agora quem se atreverá a trazer dubstep ao ESC?
Chegámos àquela que foi, para mim, a atuação com menos impacto. Mas ainda assim não sou capaz de dizer que foi má. De facto, Andrius, da Lituânia, melhorou imenso a sua postura e, fundamentalmente, acalmou as suas sobrancelhas. Esteve bem a nível de voz, e acho que passou pelo facto de a canção até ser atual e bastante audível… Ou então não. Não sei, não entendo.
Solayoh, Solayoh. Boa prestação de Alyona. Voz bem colocada e forte o suficiente para resistir à coreografia, por sinal bastante bem ensaiada e cativante. É uma canção fácil de ouvir e de se gostar, portanto seria mesmo uma das finalistas mais óbvias. A Bielorrússia fez bem o TPC.
Chegamos à 12ª canção com “O Mie”, da Moldávia. Este tema sai claramente beneficiado com a apresentação em palco (o vestido é fantástico e a elevação final está espetacular) e com a voz poderosa de Aliona. Uma daquelas finalistas óbvias e creio que vai ser uma surpresa no sábado.
“Only Love Survives”, da Irlanda, é daqueles temas que beneficiam de uma grande arena repleta de fãs. A canção por si só já vende muito, mas Ryan fez também um excelente trabalho, pelo que a passagem foi justa. Fiquei, ao ver a atuação, com a sensação de que estava a acontecer muita coisa ao mesmo tempo, e o vermelho no cenário não ajudou a “libertar” o espaço. Mas bom trabalho!
Prestação irrepreensível de Despina, e é uma pena ter sido eliminada. Depois da atuação achei que pudesse ter algumas hipóteses de se apurar, mas infelizmente não aconteceu. A cantora trazia um dos mais bonitos vestidos da noite e um dos trabalhos de realização mais bem pensados. Tinha era bastante concorrência a nível de baladas… Fica para a próxima, Chipre...
Esta deve ter sido a performance de sonho de Roberto! Concordo com quem diz que foi uma revelação. Para quem, segundo diziam, desafinava e tremia nos ensaios, a atuação de ontem foi bastante boa. É certo que a realização deu uma ajuda preciosa, mas o cantor deu o seu melhor e foi recompensado por isso. Como gosto da música, fico feliz pela Bélgica!
E chegámos ao fim do desfile das canções com a Sérvia. Como eu preferia voltar a ver a anjinha e a diabinha em palco… Péssimas roupas, que não tinham sequer ligação alguma com a performance, e a própria coreografia não se adequava a um espetáculo televisivo. Tenho pena das Moje 3, porque estiveram as três muitíssimo bem, e espero que as suas carreiras não saiam prejudicadas.
Petra Mede, sempre com bastante vigor, dá início à votação e, posteriomente, vamos à Green Room (de cujo aspeto não gostei: muito escura e demasiado grande), de onde é lançado um vídeo com os momentos da história da Eurovisão, dentro dos quais aparece a própria apresentadora. Mais uma ideia interessante desenvolvida pelos suecos; estes vídeos que surgiram ao longo da noite foram muito bem pensados e não recaíam nos clichés habituais.
Ordena-se que a Europa pare de votar. A ansiedade cresce e fazem-se as últimas apostas. Para fazer prolongar a nossa espera, um grupo de dança entra em palco para apresentar uma coreografia em honra das Auroras. Para mim, a parte mais morta de toda a gala, que, mais uma vez digo, foi bastante boa.
Chega a divertidíssima Lynda Woodruff com um vídeo onde nos mostra um pouco mais do país anfitrião. Mais uma vez uma boa ideia!
E terminamos, por fim, com o momento mais aguardado: os resultados. Notou-se que foi propositado o terem deixado a Holanda para o fim, e o terem revelado as passagens mais inesperadas (Bélgica, Lituânia, Estónia) logo no princípio não foi algo inocente. Confesso que cheguei a meio já a fazer contas às minhas preferidas; portanto, a intenção de tornar este momento o mais intenso possível foi conseguida. Gostei da forma como os finalistas foram revelados (a nível gráfico), mas Petra devia esperar que primeiro aparecesse a bandeira do país para só depois dizer o nome.
De um modo geral qualificaram-se os países que já esperávamos. O choque maior foi a não passagem da Áustria e da Sérvia (que foram preteridas em função da Bélgica e da Lituânia, quase certamente). Montenegro e Croácia tinham propostas arriscadas; a Eslovénia, pura e simplesmente, não pegou; e o Chipre tinha uma balada bonita mas pouco apelativa.
É importante referir o apuramento de todos os países da ex-URSS e a eliminação de todos os da ex-Jugoslávia. Neste momento, só a Macedónia pode salvar a honra dos Balcãs. Outro dado curioso foi a passagem das três canções pop masculinas: Bélgica, Irlanda e Lituânia (quando todos apontavam que, destas, apenas uma ou duas teria chances). Foi até bastante equilibrado entre ocidente e leste, por isso penso que são bastante satisfatórios, os resultados.
Veremos o que acontece amanhã, na segunda semifinal. Boa sorte a todos!
Também achei o espetáculo fantástico, a Suécia está de parabéns, se bem que tínhamos todos as espetativas altas. Gostei imenso do design para o quadro das votações, fantástico! O finalista que mais me surpreendeu pela atuação ao vivo foi a Estónia, pois a cantora tem de facto uma voz maravilhosa e foi bonito. Quanto ao finalista que me surpreendeu na hora das votações, foi sem dúvida a Bélgica, pois sem vizinhos nem uma música muito adorada, surpreendeu tudo e todos. Fiquei contente pelos finalistas, mas queria imenso que a Áustria tivesse passado - a música era realmente fantástica! Passou demasiado rápido...amanhã já estamos na 2ª semi final! :)
ResponderEliminarLituânia ou Bélgica devia ser trocada por Áustria.
ResponderEliminarPara mim, a maior injustiça do festival até agora é a passagem a Áustria, mas acham que foi devido a que?
É que tinha uma música original, não era a música Eurovisa e para além disso era das favoritas ao top 15 e daquelas que agrada a júri (boa voz e melodia) e também ao público
Albânia, Grécia e Bulgária também pertencem aos Balcãs. Por isso dizer que só a Macedónia pode salvar a honra dos Balcãs é um erro crasso.
ResponderEliminarFiquei mesmo desapontado... a Áustria devia ter passado, e seria das favoritas.
ResponderEliminarDado curioso esse que mencionam da Ex-Jugoslávia e da Ex-Urss.
sim mas nao faziam parte da ex- jugoslávia simples o facto de só ter falado da macedónia.
ResponderEliminarass: '' Aspas'' '' Aspas''