O INÍCIO DE UMA ERA NEGRA PARA PORTUGAL NO FESTIVCAL EUROVISÃO DA CANÇÃO!
Boas tardes meus caríssimos leitores! Como se encontram hoje? A semana correu-vos bem? Muito trabalho? Então fique aqui connosco e aproveite este domingo! Uma tertúlia vai-lhe ser hoje oferecida, com todo o gosto, não é senhora, minha amada, meritíssima Andreia Fonseca?
Muito boa tarde caríssimos leitores! É sempre um prazer partilhar estas nossas ideias e opiniões convosco, nestas belas tardes de domingo. Cá nos encontramos, novamente, para mais uma interessantíssima tertúlia eurovisiva! Diogo, meu digníssimo parceiro de aventuras eurovisivas, de que vamos falar hoje?
Estás tão simpática hoje, até é de admirar. Bem, meus caros, hoje vamos falar de um tema que os fãs portugueses fartam-se de falar: os maus resultados de Portugal no concurso. Na capa desta semana podem ver que, em 1997, Célia Lawson ganhou o Festival RTP da Canção com o tema "Antes do Adeus" e foi para Dublin, a sede da Eurovisão desse ano! E foi em Dublin que Portugal disse "Adeus", durante 11 anos, aos bons resultados do concurso! Se no ano anterior conseguimos a nossa melhor classificação eurovisiva, com Lúcia Moniz; já em 1997 levamos para casa uns belos 0 pontos e um delicioso (mas apetitoso) último lugar partilhado com a já habitual Noruega!
Temos de ser objetivos na análise desta questão… Portugal não merecia muito mais do que os malditos zero pontos! Tudo bem, a interpretação não foi mal conseguida e o refrão até tinha o seu charme, mas o tema, no geral, era enfadonho e repetitivo. Sem esquecer o figurino horrendo dos backing vocals – OK, o Matrix estava na moda, mas levar óculos escuros para a Eurovisão como se se tratassem de um acessório de moda é um pouco disparatado! Para mais, o tema era melancólico, não era arrojado, por isso requeria uma indumentária mais clássica e discreta. Se tínhamos encontrado o nosso nicho, o estilo musical pelo qual os Europeus aclamavam, porque raio foram voltar a fórmulas gastas? Depois de um sexto lugar obtido com uma música tradicional, porque foram escolher uma balada desenxabida?! Não consigo compreender esta nossa ânsia em permanecer no “fundo da tabela”.
Portugal é sempre assim. Apesar da culpa dos maus resultados se dever a questões políticas e aos votos dos países vizinhos, Portugal também ajudou a que este problema se agravasse ainda mais. Depois da fórmula certa em 1996, Portugal preferiu nos 11 anos seguintes escolher músicas enfadonhas, nada originais (excepto "Deixa-me Sonhar" de Rita Guerra). Em apenas 11 anos mostrámos à Europa as nossas piores músicas festivaleiras... É verdade que "Antes do Adeus" merecia o último lugar, porém existiram algumas canções no passado que mereciam muito mais do que o fundo da tabela!
De facto, depois dos bons temas que oferecemos à Eurovisão durante várias décadas (o início da década de 90 foi excepcional!), no início dos anos 2000 parece que o povo português perdeu a cabeça e deixou o nosso nível qualitativo descair e muito! Temas como o de 2001, 2004 ou 2006 são autênticas amostras da parca criatividade e até mesmo do decair de envolvimento. O nosso empenho veio a decrescer, muito por culpa dos nossos fracos resultados e do surgir de outras formas de entretenimento que têm vindo a animar o nosso país – Big Brothers, e afins. Aliás, quando assisti à atuação das NonStop bem que o tema “Antes do Adeus” me parecia uma migarem difícil de alcançar! Para o ESC de 1997, a música de Célia Lawson era fraca (não nos podemos esquecer que competia com temas de elevada qualidade musical e interpretativa, como o do Reino Unido – vencedor!), mas em alguns anos de “maré baixa”, “Antes do Adeus” até seria uma proposta aceitável.
Uma coisa é certa, a RTP não conseguiu ajustar-se aos anos recentes da Eurovisão, à Era moderna. Muitos ligados aos temas como "E Depois do Adeus”, "Conquistador" ou, por exemplo, "Bem Bom", a RTP pareceu ter-se cansado do certame e já saciado a sua sede de músicas festivaleiras para agradar ao público português. A par desta desmotivação da RTP, como disseste muito bem, as televisões ofereceram, cada vez mais, outros concursos, outros programas que satisfizeram o "gosto" aos portugueses. A Eurovisão perdeu impacto cá, essa é que é uma bela verdade.
Mas na altura o Festival da Canção ainda tinha algum prestígio, então porque foi o povo português escolher esta balada? Não existiriam outras propostas mais interessantes? Era isto o melhor que Portugal tinha para oferecer em 1997? Não acredito! Até porque em 1998 enviámos em nossa representação uma proposta mais popular, com o dedinho de José Cid, que tinha mais potencialidades eurovisivas. Mas o mal já estava feito! A música foi bem aceite, mas não teve o impacto esperado, até porque nesse ano a concorrência era forte – Dana iria mudar o mundo Eurovisivo para sempre!
Bem, numa síntese, os maus resultados de Portugal na Eurovisão devem-se, sobretudo, aos votos diásporas, às questões políticas e aos jogos de bastidores... mas, nesta capa, vê-se o oposto: tivemos maus resultados, também, por não querermos investir em músicas com qualidade e com potencial, músicas que se enquadrem no panorama musical atual, falta de interesse do público. Conclusão: a RTP não quer ganhar!
Uma conclusão já bem nossa conhecida, verdade se diga! Quem sabe este tema não marcou o nosso definitivo “Adeus” à esperança de vir algum dia a vencer o certame! Penso que chegou a hora das despedidas, não é Diogo? Da minha parte, desejo-vos uma excelente semana e que continuem a acompanhar o nosso trabalho como têm feito até agora.
Tu nesta tertúlia estás tão simpática, Andreia. Ainda continuas a ignorar-me, como na semana passada? Mau maria, não estou nada a gostar da conversa! Caros leitores, estou cheio de sono, preciso de dormir, tenham uma boa semana e... durmam muito!
Devias aproveitar a minha simpatia enquanto existe, porque de um momento para o outro acaba… Muahahah (legenda: Riso maquiavélico!). Até domingo!
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