
Após um ano de espera, surge a semana mais ambicionada de 2012: a semana do ESC. E após esse ano de preparação na organização deste evento, só tenho que dar os parabéns a todos os profissionais que trabalharam arduamente para nos proporcionar este grandioso espetáculo! A Baku Crystal Hall foi construída propositadamente para a Eurovisão deste ano e esteticamente ficou maravilhosa! A sua luminosidade espelhava sobre o rio, dando um efeito de cores lindíssimo. No interior, o palco marcou pela diferença: de formato retangular e de grande dimensão, a sua disposição fez com que tivesse voltado para todo o público, em 360º. No entanto, apesar de ter sido essa a intenção, penso que não facilitou muito a visibilidade do espetáculo, pois pareceu demasiado alto. Destaco o trabalho de toda a equipa de realização, pois como sempre, assistimos pela tv a bons planos de câmara que, juntamente com os efeitos especiais e fogos-de-artifício, atribuíram às atuações uma carga emocional que nos fez deliciar ainda mais todo o espetáculo.
Antes das atuações de cada concorrente, foram surgindo imagens do Azerbaijão, relacionadas com a cultura, o turismo e a gastronomia. O marketing utilizado transmitia ao telespectador um país com várias vertentes para explorar (Baku, cidade de mar, de neve, de fogo, de vento, de luz, de poder…). Penso que esta “publicidade” foi muito bem conseguida e apelativa. E foi evidente também o sucesso das cores das bandeiras de cada país no exterior da arena, muito original!
A apresentação dos diretos foi competente, mas não espetacular. Os apresentadores não nos proporcionaram grandes momentos de diversão e transpareceram muito nervosismo e inexperiência. Será que não existe melhor no Azerbaijão? Sei que é uma grande responsabilidade, e por isso não é qualquer profissional que tem a sorte de poder estar à frente de um evento como este, mas não pareceu que tivessem muito entusiasmados por estar ali: para o mundo! Além disso, um dos momentos cruciais é a revelação da votação (semifinais), e aí não conseguiram transmitir qualquer suspense.
Os espetáculos de abertura e durante o intervalo tiveram como objetivo, sobretudo, evidenciar a cultura musical azeri. Foram bons momentos de entretenimento, embora a atuação de Ell & Nikki na final “soubesse a pouco” e, infelizmente, cantaram em playback.
Relativamente às atuações e aos resultados, as injustiças evidenciaram-se logo na primeira semi-final. Seria a semi-final mais fraca (e de facto foi), em que os países apurados eram previsíveis. No entanto, faltou um: a Suiça. Os Sinplus foram excelentes em palco, interagiram com o público e a música era uma das melhores de todo o concurso (quanto mais da semifinal mais fraca). Não esperava que ficasse retida e fez muita falta na final. Também não se estava à espera que Montenegro não fosse a última classificada, tendo sido a pior atuação da noite.
Na segunda semi-final, as coisas mudaram de figura e relevou-se muito mais competitiva. Eva Boto, para mim, fez uma das melhores performances. É ainda muito jovem mas já tem uma voz assim, tão pura. Estava nervosa mas a desfrutar cada momento. Foi uma grande injustiça não ter passado à final, e pior, ter ficado em penúltimo lugar, quando eu a poria num top 5. A Eslováquia, apesar de ter tido uma prestação menos boa, devido às desafinações de Max, também fez falta na final, por ter marcado pelo estilo diferente. Portugal teve o resultado que já se esperava, apesar de todos nós acreditarmos que seria possível. Era muito difícil, mas Filipa cumpriu, e muito bem, proporcionando-nos uma agradável atuação, que transpirou nacionalismo. A Macedónia foi poderosa em palco e assim conseguiu um lugar merecido na final, tal como a Malta. Eu adorei a atuação de “This is the night” e já dava por mim a tentar imitar a coreografia de pés. Ao contrário do que se comenta, eu acho que foi muito marcante e intensa. A Ucrânia, por mim, é que ficaria retida da segunda semi-final. Não foi um momento nem interessante, nem cativante. Os agudos de Gaitana não eram muito agradáveis. É nestas alturas que eu gostaria que a Ucrânia não fizesse parte daqueles países que passam sempre, independentemente daquilo que apresentam.
Os resultados da grande final também surpreenderam. Se tivéssemos conhecimento das posições das semifinais, já estaríamos à espera, por exemplo, do último lugar atribuído, à Noruega. Foi um extremo exagero tão má posição. Tooji não é um excelente cantor, mas não foi, nem de longe nem de perto, a pior atuação. Essa atribui-la-ia mais depressa à França ou ao Reino Unido. A Dinamarca também merecia muito mais. Com tantos bons vizinhos e com os resultados positivos dos últimos anos, não era, de todo, esperada uma classificação tão negativa. De todas as atuações que vi da Islândia, a da final foi a menos bem conseguida. Jónsi enganou-se num pormenor da coreografia e as vozes também não estiveram no seu melhor. Mesmo assim, esta canção tão bonita que, por mim, também ficaria no top 5, não foi valorizada. As festivaleiras Chipre e Grécia são tão amigas que até na classificação ficaram “agarradinhas”. Relativamente aos lugares mais cimeiros, destaco a Estónia, a Albânia e a Sérvia, que conseguiram um excelente resultado com as excelentes vozes dos respetivos intérpretes e com a intensidade de cada atuação. Para a Espanha a fasquia era demasiado alta e, por isso, soube a pouco um 10ºlugar. Já a Itália e Alemanha foram competentes nas suas apresentações e conquistaram o carinho do público. A Turquia, amiga inseparável dos azeris, ficou igualmente bem posicionada, dando a sensação que foi um pouco “levada ao colo”, por estar a competir neste país. O Azerbaijão sentiu-se literalmente em casa e, tal como o habitual, conseguiu um excelente resultado merecido. Já a Rússia que, por mim, ficaria nos últimos lugares, arrecadou a vice-liderança. Este talvez tenha sido o mais incompreensível resultado. Sim, as vovós eram umas queridas mas o que dizer da voz? Da coordenação? Da qualidade musical? No próximo ano, a Rússia não precisa de se dar ao trabalho de organizar uma final nacional. Apenas poderá levar um cãozinho rafeiro a ladrar que está na final e no top 10! Finalmente a vitória de Loreen: a justíssima e também previsível vitória da Suécia. Euphoria, destacadamente, era a canção mais original. E ao contrário de muitas canções vencedoras, esta ficará no ouvido e nunca será esquecida. Loreen trabalhou arduamente e conseguiu surpreender. Que a carreira dela prossiga positivamente, que bem merece! E, no próximo ano, certamente iremos assistir a um maravilhoso espetáculo. Os países nórdicos são dos mais vibrantes com a Eurovisão e, com certeza, irão proporcionar-nos grandes momentos! Parabéns, Suécia! Já todos esperamos ansiosamente pelos dias 14, 16 e 18 de Maio de 2013.
Redigido por: Cláudia Matos
Concordo plenamente com o que aqui foi dito, haja alguém que elogie a excelente performance de Malta, tudo foi super original na sua actuação... Albania, Estónia e Sérvia lá no topo, ou seja, totalmente de acordo!
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