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ESPAÇO FÃ - Crónica de Rita Pereira!



        O "Espaço Fã" continua e já com a décima quarta publicação! Desta vez a fã Rita Pereira quis comentar a 9ª edição do JESC!

 CRÓNICA: 9ª edição do JESC!



            A Eurovisão Júnior 2011 realizou-se, pela nona vez consecutiva, dia 3 de Dezembro de 2011, na cidade de Yerevan, na Arménia. Portugal não constou da lista dos (poucos) 13 países que dela fizeram parte, como de resto, muito infelizmente, nos tem habituado desde “Só Quero é Cantar” de Jorge Leiria, no JESC 2007.
            Assim sendo, posso afirmar que toda a Europa teve uma noite de grandes surpresas. A Geórgia ganhou pela segunda vez, desta com “Candy Music” da girlsband com o mesmo nome, Candy e muita desconfiança (ainda!) paira no ar… ora veja-se: o JESC 2009 foi ganho pela… Arménia; ESC 2011 foi ganho pelo… Azerbaijão e o JESC 2011 agora é ganho pela… Geórgia. É um facto: os países do Médio-Oriente estão, indiscutivelmente, a tomar conta da Eurovisão.
            No entanto, estamos aqui para falar desta noite inesquecível – sim, porque uma noite de Eurovisão, seja ela qual for é SEMPRE inesquecível… Ora:
            A Rússia com “Romeo and Juliet” era sem dúvida uma das favoritas. A EBU inclusivamente abriu uma exceção para que a artista pudesse representar o seu país e Ekaterina fê-lo, como aliás, já tinha acontecido em 2009, excecionalmente bem. Com uma óptima voz, presença e apresentação de palco, Ekaterina conseguiu atingir o 4º lugar ficando com os mesmos pontos da vizinha Bielorrússia. Foi arriscado para a artista tentar uma segunda vez? Claro que sim. Contudo, penso que apesar de não ter ganho e de lhe calhar a árdua tarefa de abrir o espetáculo, que por norma nunca resulta numa classificação de top 5 (lembro que nos nove anos de JESC, Portugal em 2006 foi o país mais mal classificado… de sempre), a Rússia conseguiu, mais uma vez, um lugar alto na tabela, mantendo, de resto, a sua reputação como potência eurovisiva.
          Passando à Letónia e a Amanda Bashmakova: este foi o último lugar mais fácil de atribuir (com muita pena minha). Era claro como a água que “Moondog” iria ficar em último lugar na tabela. Tal como publiquei no dia do espetáculo no MyEurovision Family, quase tudo correu mal; desde a artista sozinha em palco com um vestido que para JESC não era o mais indicado, como a balada aborrecida e o inexistente aproveitamento do palco… Amanda fez o melhor que pôde, mas com um país fraco em termos de JESC e uma música que não é da preferência público-alvo, era mais que previsível o temeroso lugar da Letónia.

     

      Já o contrário se pode afirmar da Moldávia, que era a novidade do JESC 2011. Pessoalmente estava particularmente curiosa para saber o lugar que iria calhar a Lerica e de fato, fiz bem ao estender a minha previsão ao 6ºlugar, porque foi precisamente nessa posição em que ficou.  A artista tem uma voz giríssima e a delegação esmerou-se na forma como fez resultar o palco, beneficiando a actuação do país: “No No” foi apresentado com um carisma que tenho a dizer que há muito não se via no JESC. Mereceu completamente o lugar e é uma atuação que, com certeza, irá ficar na História. Só espero no futuro voltar a ouvir falar da intérprete.

            A quarta canção a desfilar no palco do Karen Demirchyan Sports and Concerts foi, precisamente, a música “da casa”, com um nome bastante sugestivo que, logo à partida, retira as hipóteses de uma vitória da Arménia em 2011. Uma intérprete do mais expressivo que há, uma música “catchy” e repetitiva e uma cuidada apresentação de palco, faz com que – e há-que sublinhar – todos os anos, os arménios consigam uma posição generosa na tabela do JESC (e do ESC também, vá, esqueçamo-nos da querida Emmy…). Resultado? Um previsível 5º lugar de 85 pontos bem merecido, polémicas à parte.

            Seguido do anfitrião, a canção búlgara tomou conta do palco da Eurovisão Júnior e penso que foi uma as surpresas da noite. O trabalho realizado no palco (que qualquer pessoa pode comprovar ao ver a atuação de Ivan) foi determinante na atribuição de pontos ao país em questão, tal como a voz e expressividade do intérprete, que não fez por menos. Com uma canção apelidada por alguns como “underrated”, o país conseguiu um honroso 8º lugar. E para alguns podem parecer estranhos os meus elogios, mas de facto, a música não era suposto ter ficado num lugar tão alto, devido às razões já apresentadas e também ao fato de a Bulgária, como sabemos, não ser um país muito vistoso nas lides eurovisivas.

            Seguido da Bulgária, foi a vez da Lituânia e das suas “nuvens”. Era, juntamente com a Moldávia, uma das novidades e outra das canções que estava desejosa por ver o que iria acontecer nas votações e tenho a dizer que fiquei surpreendida pela negativa. É que por mais que a cantora se tivesse esforçado (inseguranças e falhas à parte, claro…), a canção não era uma das favoritas – de facto, estava muito longe disso… – e portanto, à partida, até nem seria um choque muito grande. Todavia, 10º lugar achei demasiado baixo… uns pontinhos da vizinha Rússia teriam feito toda a diferença.

            E mais uma vez, a Ucrânia sofreu com a má música que levou ao JESC. Tal como referi nas humildes previsões que fiz, “qualquer coisa não bate certo entre a voz da artista e o instrumental”. Pois, e o pior é que isso refletiu-se e penso que também tenha contribuído para a escassez de pontos para “Europa”. Resultado: 11ºlugar, 42 pontos.

             A Ex-República Jugoslava da Macedónia foi a nação que se seguiu, e apresentando a sua música em 8ºlugar acabou por conquistar um já esperado último lugar ex-aequo com a já referida, Letónia. No entanto, distingue-se desta por ser uma atuação muito mais cuidada e trabalhada e portanto, penso que merecia melhor classificação. Pela negativa destaca-se também a voz do artista por ter sido, muito provavelmente, prejudicada pelos nervos e pela coreografia ter estado demasiado presente (o que faltou à Letónia, existiu em demasiado na Macedónia), que é algo que muito raramente, é negativo para a actuação.

            No nono lugar do alinhamento da noite, Rachel, a indiscutível favorita dos fãs júnior, representou os Países Baixos com a canção “Ik been in Teenager” e foi a surpresa da noite, precisamente por não ter ganho. Com uma actuação bastante semelhante à que levou na pré-selecção holandesa, couberam-lhe os maiores aplausos da noite e para o seu desagrado ficou-se por um 2ºlugar. Com isto, é necessário apontar que, nos últimos anos, são raros os favoritos que acabam por vencer o JESC e, apesar da notória desilusão da “Teenager” ao apenas verificar que a vitória foi mesmo para as geórgias, há-que colocar em evidência que os Países Baixos e a Bélgica são dos poucos países da Europa mais ocidental que têm alcançado melhores resultados no JESC. Penso que também era de prever um top 3 para os Países Baixos, embora uma vitória fosse demasiado visto que este mesmo país ganhou muito recentemente, em 2009 com Ralf e o seu “Click Clack” (que também de resto não era dos mais favoritos ao pódio).

           Seguindo a favorita, a artista feminina mais madura de todo o JESC, Lídia Zabolotskaya, arrecadou um dos lugares mais justos da noite à Bielorrússia: 3ºlugar. Foi uma das melhores actuações da noite em termos globais que, embora não se possa considerar uma canção vencedora, é sempre tida como uma das que alcança um lugar de topo. E é também de referir que é sempre um prazer verificar que os pontos dos vizinhos são atribuídos de forma justa.


            Já a Suécia representada por Erik e “Faller” foi uma das que mais desapontou. Tal como previ, a apresentação em palco que foi utilizada nos ensaios manteve-se, obviamente, para a noite final e isso só desfavoreceu a canção, que pedia mais espetáculo e não uma banda com coros. A voz do artista também não foi a melhor e, portanto, a música schlager, tão típica e comum do Melodifestivalen, mais uma vez, não resultou num artista mais velho. Assim sendo, os suecos lá tiverem de se contentar com 57 pontos equivalentes a um 9ºlugar do primeiro rapaz que representou a Suécia no JESC.

            E a penúltima actuação da noite foi-nos trazida pelas imprevisíveis vencedoras, as CANDY da Geórgia. E digo imprevisíveis porque aparentemente eram dos grupos mais odiados (e acreditem que é a palavra mais indicada para o descrever) da Eurovisão Júnior 2011. Todavia, com a hegemonia completa do Médio Oriente sobre ESC e JESC, a Geórgia arrecada uma vitória limpa e bem merecida. E porquê? Bom, eu assisti pela Internet e tenho a dizer que fiquei surpreendida pelo profissionalismo e espetáculo que as raparigas nos deram. Claro que existiam músicas bastante melhores, mas elas foram as que se mais destacaram, sem qualquer sombra de dúvidas, e isto só prova que as canções mais “estranhas”, aliadas a fantásticas vozes, conseguem sempre um fantástico resultado.

            A encerrar o desfile de actuações dos mais pequenos, a amorosa Femke trouxe-nos uma doce atuação belga. A música de nome “Eeen Kusje Meer” alcançou um 7ºlugar que podia ter sido mais alto, muito sinceramente, e tenho muita pena que este país ainda não tenha ganho um JESC… é que há três anos que nos apresenta músicas favoritas que ainda não foram além de um 4ºlugar. Contudo, é de colocar em evidência os espetáculos que a Bélgica tem dado e que se têm reflectido nos pontos dos países mais poderosos no grupo Eurovisão.

            Em suma, posso afirmar que, comparativamente aos outros anos, tivemos um JESC bastante adulto e que os mais pequenos conseguem, muitas vezes superar os mais velhos no que toca a profissionalismo e empenho. Destaco as atuações da Rússia bem como da Moldávia, Arménia, Bielorrússia e Geórgia, para os interessados e acrescento que o JESC está a evoluir de ano para ano. Eu, que me assumo como uma super-fã eurovisiva, e nunca estive tão entusiasmada com uma Eurovisão Júnior desde a nossa primeira participação, soube que esta muito infelizmente passa ao lado dos que se afirmam mais acérrimos apoiantes do festival e, por isso, apelo veementemente a que dêem uma vista de olhos por atuações do mesmo. É que, no fundo, são estes o futuro do festival. 

A responsabilidade dos direitos de autor é do autor da crónica, Rita Pereira

Fonte: Rita Pereira/Imagens: Google/Vídeos: Youtube

P.S.: Quinta-feira será o último dia de publicação desta iniciativa. Rita Pereira, a mesma autora desta crónica, irá terminar o "Espaço Fã" com uma entrevista!




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