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Os vencedores da Eurovisão: “Si La Vie Est Cadeau” de Corinne Hermès (1983)



Crónica sobre os vencedores da Eurovisão: “Si La Vie Est Cadeau” de Corinne Hermès

Hoje viajei até ao ano de 1983, mais precisamente para Munique, onde se decorreu o vigésimo oitavo Festival Eurovisão da Canção.
Realizado na arena Rudi-Sedlmayer-Halle, perante um palco inovador marcado pela sua pequena dimensão em forma de arco e pelo plano de fundo quadriculado com luzes que acompanhavam o ritmo das performances, este festival contou com vinte actuações entre as quais a de Portugal com a canção “Esta Balada Que Te Dou” interpretada por Armando Gama.
Pela primeira vez na história o festival é apresentado em três línguas diferentes, neste ano em Alemão, Inglês e Francês. Marlene Charell, a apresentadora encarregada de anunciar os pontos atribuídos a cada país acabou por cometer alguns erros no seu discurso, chegando a misturar palavras de línguas diferentes. O facto de serem faladas três línguas com apenas uma apresentadora gerou também um novo record histórico, o de maior duração de uma emissão do festival, ultrapassando as três horas.
Este ano ficou marcado também pela primeira transmissão na Austrália, devido ao sucesso de bandas que participaram no concurso como os ABBA e os Bucks Fizz.

Como em todos os anos, alguns países que não participaram em edições anteriores regressaram ao festival. A França regressou após um ano de ausência, assim como a Grécia e a Itália.
Os sucessos do festival couberam a Israel com a música “Chai” interpretada por Ofra Haza e a Carola, da Suécia. Ambos se tornaram hits nos países de origem e em vários países europeus.
Contudo o festival não foi repleto de sucessos, as músicas de Espanha e da Turquia ficaram igualadas na última posição, ambas com zero pontos. A canção espanhola, interpretada por Remedios Amaya, apresentou um estilo flamenco tradicional ao qual a Europa já estava claramente acostumada. Por parte da Tuquia surge uma música que teria tudo para ser popular no festival mas as repetições constantes não cativaram o público e o júri.

  
A vencedora: Corinne Hermès

Corinne Hermès foi vencedora do Festival Eurovisão da Canção de 1983 representando o Luxemburgo com a canção “Si La Vie Est Cadeau”.
Com um notável talento desde jovem, Corinne tornou-se reconhecida pela sua sua sensibilidade na interpretação das canções após ter participado num concurso de canto.
Com alguns singles editados, a cantora teve um inicio de carreira com pouca projecção, colaborando apenas em musicais e genéricos de programas televisivos.
Em 1997 lança um cd com os seus singles de maior sucesso, incluindo a canção vencedora do festival, que representou o auge da sua carreira.
Em 2006 Corinne lança um cd de originais intitulado “Vraie” embora sem o sucesso esperado por parte de uma cantora vencedora do Festival Eurovisão da Canção.
Mais recentemente, em 2008, a cantora lança uma edição comemorativa dos 25 anos da canção “Si la vie est cadeau”.


“Si La Vie Est Cadeau”, uma balada dramática.

“Si La Vie Est Cadeau” é uma balada que retrata uma dramática história de amor, de abandono e de lamento.
Com letra de Alain Garcia e música de Jean-Pierre Millers, Corinne Hermès canta que a vida é como um presente e por esse motivo não compreende o porquê do sofrimento que sente após uma forte desilusão amorosa com um homem que lhe prometeu o mundo e não cumpriu. Canta que a alegria é curta e que o presente da vida é efémero, seja ele dado, devolvido ou roubado.
A canção foi também gravada em Inglês e Alemão com os títulos “Words of Love” (Palavras de amor) e “Liebe Gibt Und Nimmt” (O Amor Dá e Tira).

No festival a canção foi a última a ser apresentada, posteriormente à canção Belga “Rendez-Vous”. Terminou o festival com 142 pontos, vencendo a vigésima oitava edição do concurso.
Após a vitória, o sucesso da canção não alcançou os níveis esperados chegando apenas aos lugares medianos dos tops de alguns países europeus com a França, a Bélgica e a Irlanda.


A interpretação…

No Festival Eurovisão da Canção, a música foi interpretada em vigésimo lugar.
Com uma performance pouco movimentada, emotiva e dramática, a cantora surgiu com uma roupagem simples, acompanhada por cinco elementos que compunham o coro. O palco da arena Rudi-Sedlmayer-Halle tornou-se sem grande atracção visual, bem ao jeito de “Si La Vie Est Cadeau”.
A temática da canção, com uma carga dramática bastante intensa fez sentir-se no coração do público e do júri, que aparentemente se deixou levar pelas expressões de sofrimento e desespero que a cantora revelou ao longo da performance.


Crónica redigida por Patrícia Gargaté
05/09/2011

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