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"TERTÚLIAS EUROVISIVAS" - primeira capa

TERTÚLIAS EUROVISIVAS
 UMA IMAGEM VALE MAIS QUE MIL PALAVRAS

A capa desta semana é:
 

Andreia Fonseca: Sejam bem-vindos, caros leitores, a este humilde espaço! Eu sou a Andreia Fonseca e vou ser a vossa crítica nas próximas doze semanas. É um prazer passar este Domingo na vossa companhia. Tenho, ao meu lado, o horroroso, o monstruoso, aqueles que todos temem, Diogo Canudo.
Diogo Canudo: Ahahahah, que piadinha, Andreia. Vê lá se não te cai o dentinho…
Andreia: Não, não cai... Mas a minha saúde dentária não é o tema central desta nossa conversa... (embora possa estar comprometida com alguns comentários que venha a fazer).
Diogo: Bem, antes de mais queríamos agradecer ao Grupo do Facebook (http://www.facebook.com/pages/Festival-RTP-da-Can%C3%A7%C3%A3o-2012/156047284453554) por nos ter disponibilizado as capas que iremos comentar. Em 49 fotos, foram escolhidas 12, bem peculiares.
Andreia: É verdade, porque uma imagem vale mais que mil palavras. E é esse o objectivo que queremos proteger.
Diogo: Cara colega, qual vai ser mesmo o tema da primeira tertúlia?
Andreia: O nosso primeiro tema remete para a primeira capa escolhida… Esta tem por título “Simone depois da vitória: reviravolta numa carreira”. Por outras palavras, vamos falar do impacto do Festival da Canção e da Eurovisão na vida de um cantor.
Diogo: Um tema que deixa a pensar todos os fãs eurovisivos. O que acontece após uma vitória numa final nacional, o que acontece após uma participação no Festival Eurovisão da Canção… Mas o que acontece, afinal, Andreia?
Andreia: O que acontece depende muito do próprio cantor. Artistas com a garra da Sra. Simone vencem e convencem... Agora, cantores como o Duo Nevada, surgem como uma avalanche e permanecem na história dos festivais como uma mancha negra que teima em não sair (nem com o melhor tira-nódoas disponível no mercado). Mas é facto que o Festival da Canção representa (ainda nestes dias) uma óptima oportunidade de aparecer e, quem sabe, iniciar uma carreira musical.
Diogo: Pois, mas agora os tempos são outros… Com a evolução da mentalidade, da criatividade, da tecnologia o sonho de todos os jovens é ser famoso, o que nada advém do trabalho. Sempre ouvi dizer: “quem quer ser bem sucedido, que trabalhe arduamente”. Muitos artistas portugueses que querem aparecer no Festival da Canção costumam ter uma fama-relâmpago. Passado alguns meses, já ninguém os conhecem e voltam novamente à sua vida quotidiana normal e pacata. O que também ajuda ainda mais a esta “festarola” é o facto dos artistas, muito deles, serem amadores. Ao contrário de alguns anos atrás, pois só os grandes nomes da música portuguesa é que participavam, tais como a própria Simone de Oliveira, Fernando Tordo, Paulo de Carvalho, Carlos Paião, Tonicha, Adelaide Ferreira, entre outros…
 Andreia: Um dos melhores exemplos, recentes, desse fenómeno é a dupla Nuno e Fábia. Perdoem-me os fãs, mas chegou-se a um ponto de exaustão deste casal. Surgiram num programa de "talentos" da SIC e, depois, para não serem esquecidos (coisa que ia acontecer com rapidez), optaram por concorrer a todos os Festivais da Canção. Eu aprecio a luta por um sonho, mas é necessário perceber se estamos a tentar alcançar o sonho correcto. Mas tocaste num ponto importante... Antes todos os cantores de renome ambicionavam ir representar as terras lusas no Eurofestival, mas agora, com as sucessivas más qualificações, os artistas de qualidade fogem a sete pés deste certame. Já não é um prestígio para eles ir lá fora em nosso nome... Infelizmente, é uma vergonha!
Diogo: Realmente, se repararmos bem, agora, maior parte dos artistas advém de concursos televisivos. Já que as estações televisivas enchem os serões dos espectadores com programas ridículos, como o “Ídolos” e a “Operação Triunfo”, deviam conseguir dar trabalho aos artistas que participam nos concursos, em vez de estarem só a fasciná-los. Nunca esses programas são bons, pois começa-se logo pela fama. Primeiro, como já disse, deve estar o trabalho árduo. Mas também tenho de dar o braço a torcer, tem havido algumas jóias raras que participaram nos concursos e depois no Festival da Canção, como a Vânia Fernandes, a Catarina Pereira e até a própria Filipa Azevedo.
Andreia: Sim, é verdade... Nem tudo é mau nesses ditos programas de "caça-talentos"; mas por cada boa voz, surgem cem "menos boas" (e estou a ser simpática com a classificação) que enchem o Festival da Canção (e os nossos ouvidos). Mas serão só esses "falsos-talentos" os culpados? Claro que não! A responsabilidade é de quem permite e alimenta falsas esperanças e ambições (e de quem admite a sua entrada no Festival da Canção). Mas afinal de contas... O que muda com a participação num Festival da Canção e quiçá num Festival Eurovisão da Canção?
Diogo: Mas muito desses artistas, como a Catarina Pereira, só tiveram muito sucesso com o trabalho empenhado que os letristas e os compositores fazem. Não nos podemos esquecer deles! Isso é uma das coisas que mais discuto… Nestes anos recentes parece que os artistas só querem dar a cara no palco e o real trabalho fica para os compositores. Em décadas atrás, isso não acontecia… Muitos dos artistas envolviam-se com a canção e trabalhavam muito para que mostrassem em palco, realmente, a paixão pela música e pela participação.
Andreia: Óbvio que o trabalho é de quem fica na sombra. Porque esses "meninos bonitos" só dão a cara (e, às vezes, a voz, quando a têm). Muitos deles nunca estudaram música, nem sabem o que é um Dó ou sequer olharam para uma pauta. Por essas e por outras é que temos de levar com os Homens da Luta a viajar às nossas custas (quando reclamam lutar pelo "povo pá"). É que a escolha não é muita, e entre um acto cómico ou um cantor que nem cantar sabe, mais vale a comédia porque sempre nos diverte (e a toda a Europa)! Agora, voltando ao tema central, sinceramente o Festival da Canção já não oferece aos cantores o mesmo que antes... O que acaba por se tornar uma relação recíproca, porque a maioria dos cantores já não tem tanto para oferecer.

Diogo: Isso é tudo muito giro. A última artista que foi à Eurovisão representar Portugal e que teve e tem uma carreira sólida é mesmo a Rita Guerra, em 2003. Já passaram 8 anos, e tudo mudou. E é aqui se vê que, antes, o Festival da Canção dava aos cantores uma carreira sólida; agora, com a quantidade de “falta-de-talento” que existe não há nada… Não estou a afirmar que a Filipa Azevedo não tem talento, porque tem, mas onde é que ela anda? Tornou-se numa “Bela Adormecida”? Antigamente, o Festival da Canção era digno com grandes nomes portugueses. 
Andreia: A última vez que vi e ouvi a Filipa foi no Natal dos Hospitais... Nada contra esse evento anual, mas ela merece muito mais! Quanto à Rita Guerra, é verdade que é a única cantora bem-sucedida desta última geração eurovisiva portuguesa, mas também é verdade que ela já o era antes da sua aparição na Eurovisão. Mas afinal de quem é a culpa deste mal que assombra os cantores festivaleiros? São só eles que não têm qualidade ou é a RTP que não os dignifica?


Diogo: Sinceramente? A culpa disto é da fraca mentalidade portuguesa! Todas as pessoas têm de desejar algo, ser viciadas em algo. Muitos dos artistas que participam no Festival da Canção só o fazem para o seu próprio “umbigo”. Primeiro que tudo, a mentalidade devia mudar e só as pessoas com capacidade para o evento é que deviam participar. Não quero desvalorizar ninguém, mas há tantos concursos por aí… Porque é que toda a gente “sem-talento” se importa em participar no Festival? Só depois de esta mentalidade mudar, a RTP é que tem o direito de fazer alguma coisa. É de certo que a RTP nunca quis ganhar o Festival, mas os artistas portugueses também não o querem…
Andreia: E mesmo que quisessem também não iam ter muita sorte. E é aqui que reside o problema! Cantores de renome não querem ir para perder (até porque são campeões no que toca a vendas de CD’s e afins)... Só cantores ainda "verdinhos" na sua carreira musical é que se sujeitam a ir para uma luta desigual. Mas calma, com "verdinhos" não digo sem-talento! Muitos deles têm mais talento do que alguns recordistas de vendas e presenças assíduas no Top. Simplesmente, querem conquistar um lugar no panorama musical nacional e acabam por encarar um palco europeu como uma oportunidade única... Porque o é!
Diogo: Eu, por acaso, tenho “pena” dos artistas verdinhos que querem triunfar no panorama musical português. Sejamos sinceros, Portugal não investe nos talentos e não produz artistas portugueses em massa, como os Estados Unidos. Mas o Festival da Canção não é a melhor forma para começar uma carreira, penso eu. Não é assim que se começa, não se começa pela fama! Começa-se com o trabalho, como o caso da artista que se encontra na capa, Simone de Oliveira. Se não tivesse participado no Festival da Canção e não tivesse trabalhado, hoje não seria recordada como uma Diva que é!
Andreia: Lá isso é bem verdade... Uma Diva que enche um país! Muito se pode falar sobre este tema, mas toda a tertúlia tem um fim e, por mais que custe, esta está a terminar. Espero que o leitor tenha gostado desta nossa "estreia". Sinta-se livre em continuar esta conversa, porque teremos todo o gosto em receber a sua opinião. A título pessoal, agradeço a atenção e despeço-me até a próxima semana. Agora é contigo, Diogo...
Diogo: Faço as minhas palavras as mesma que as da Andreia. É sempre bom fazermos coisas que gostamos, de uma diferente forma. Há sempre uma segunda via. E esta iniciativa quer mesmo mostrar isso. Criticar um tema através de uma capa. Espero que tenham gostado, mesmo! Despeço-me, desde já, e até para a semana, com um novo tema para vos presentear o Domingo.

  Tertúlia redigida por Andreia Fonseca e Diogo Canudo

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  1. Muito Bom! Continuem com o excelente trabalho! :)

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  2. Adorei o vosso trabalho e fico à espera de mais !

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  3. Excelente trabalho,informação correcta e sem duvida uma viagem pelos Festivais através de capas de revistas que fizeram e continuam a fazer história!!!
    12 points:)
    Fico ansiosamente á espera das próximas!!!

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  4. Adorei a crónica. Fizeram um trabalho excelente! Parabéns aos dois! Continuem!

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  5. Esta é uma boa iniciativa do blog, como já tinha referido num comentário :) E concordo quando dizem que a RTP nunca quis ganhar um festival - de facto, não há apoios nem vontade... e em relação aos artistas portugueses não quererem ganhar o festival: eles querer até querem, o problema é não haver ninguém que saiba o que é a eurovisão e toda a gente sabe que para a ganhar há muita coisa envolvida, é preciso ter a música certa, para o ano certo.
    Discordo profundamente com o que apontaram em relação aos Homens da Luta. Vocês não percebem o que eles significaram para Portugal, para o Festival e para a Eurovisão, foram o melhor que poderíamos ter levado mas se o vosso problema é o dinheiro que se gasta na participação, olhem só para as representações portuguesas de 2006 e 2010, flops garantidos, só não viu quem não quis xD

    Continuem o bom trabalho ;)
    Rita Pereira

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  6. Adorei ler a vossa tertúlia! Excelente trabalho! Muitos Parabéns Andreia e Diogo! :)

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  7. Gostei mt e concordo completamente.Antigamente as coisas mudavam mt para os cantores dps do Festival,agr ou por falta de esforço da RTP,ou dos cantores,ou da musica já não muda mt coisa,só são conhecidos durante algum tempo e dps são esquecidos o que artistas como a Filipa,a Catarina,etc não merecem pois têm talento e dão diversidade ao panorama musical português,e dps há o facto de kmu aki foi dito não investirem o suficiente nestes cantores de uma geração mais nova k as vzs ate têm talento e merecem aparecer e mostrá-lo,desde k claro kmu dixe o Diogo trabalhem arduamente para ixo em vez de terem a fama primeiro,mts têm a fama mas não o proveito.Em relação a começarem a sua carreira aki não vejo mal nenhum desde k dps trabalhem para continuar o seu sonho e n se fiem só no Festival.Bom trabalho na tertúlia :))

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  8. O Festival da canção foi e continua a ser um evento de grande importancia.
    O que me parece, é que o investimento que tem sido feito no sentido de garantir a qualidade nas diferentes vertentes (seleção do Juri, seleção das canções, seleção dos interpretes, seleção do tipo de votação,...), é limitado e desresponsabilizado.
    O sistema em vigor é completamente permissivo e passível de manipulação.
    É claro que se pensarmos, que são os contribuintes que sustentam uma televisão estatal, também temos estado a ser permissivos (embora, o facto dos Homens da Luta terem ganho, para mim, não foi mais do que um grito de revolta, por algo que caiu em descrédito).
    Quanto à nova vaga de Artistas,que têm saído de concursos televisivos, por si só, não tem problema nenhum. Há muito bons e há medíocres, tem é de se saber fazer a seleção certa. Sem pruridos e sem influencias contaminantes.
    De qualquer forma, no nosso país não se investe, não há mercado suficiente e cada vez mais é cada um por si.

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