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[Especial] Eis as nossas canções favoritas do FC 2022


Já são conhecidos os intérpretes e canções da 56.ª edição do Festival da Canção, pelo que nós já temos favoritos. Será que Portugal tem hipóteses Festival Eurovisão 2022?

A 21 de janeiro, através de uma conferência de imprensa, a RTP deu a conhecer os nomes dos intérpretes, e respetivas canções, do Festival da Canção 2022. Volvido algum tempo, eis que membros da equipa ESC 38N já têm o seu top e os seus favoritos definidos.

Daniel Fidalgo

Pongo e Tristany - "DÉGRÁ.DÊ"

"DÉGRÁ.DÊ" possui o fator surpresa de "Telemóveis", com a vantagem de ser uma proposta mais coesa e despretensiosa. Os ritmos africanos extramente marcantes e a técnica vocal de Pongo são suficientes para colocar esta canção à frente da restante concorrência. É um risco levar Pongo e Tristany a Turim? Sim, é... mas quem não arrisca, não petisca. É mais uma oportunidade perfeita de demonstrar à Europa que Portugal não tem medo de navegar pelos sons mais experimentais. 

Gostaria apenas de acrescentar que esta edição do festival é a melhor de que tenho memória. Existem canções para todos os gostos, sendo talvez a primeira edição onde não existe nenhuma proposta desleixada. O festival atingiu o seu auge, está vivo e recomenda-se.


Top 3

1. Pongo e Tristany - "DÉGRÁ.DÊ"
2. MARO - "saudade, saudade"
3. Fado Bicha - "Povo pequenino"


Jessica Mendes

FF - "Como é bom esperar alguém"

Eu sou suspeita. Já queria o FF no FC há muito tempo e, assim que saiu a lista de compositores, sabia que ia estar entre os meus favoritos. Ora, eu sou uma pessoa simples: deem-me piano, violinos e a voz do FF e eu fico satisfeita. A música foi crescendo em mim à medida que ouvia uma segunda e terceira vez e sei que, à medida que o tempo passar (e sobretudo quando a ouvir ao vivo) vou gostar ainda mais dela. 

A composição é sublime. À primeira audição, achei que lhe faltava uma explosão mais cedo, mas depois fui percebendo a intenção deste crescendo mais demorado. Gosto que haja controlo da voz em que vez de "gritaria". Adoro a forma como a canção evolui muito devagar. A transição do primeiro verso para o refrão é deliciosa e a transição para o segundo verso ainda melhor. Os últimos 40 segundos são a melhor amostra daquilo que eu amo na música. Tenho lido comentários sobre o final e aquela perda de "climax". É talvez o meu ponto preferido. Aceito que apelidem esta música de datada, mas eu adoro músicas datadas.

A letra é muito bonita, talvez mesmo a melhor do Festival por ser tão poética. E, claro, o FF é um artista excelente. É pena não ser tão reconhecido como devia, mas também não é fácil, quando foi lançado depois dos D'ZRT. Na verdade, o FF é tão bom que não precisava de uma música nem de uma letra tão boas quanto estas. O FF é tão bom que podia musicar e cantar-me ao ouvido as nove páginas do programa eleitoral do Chega e, ainda assim, desconfio que não o mandava calar. Não posso dar certezas sobre isto, mas, FF, se quiseres testar-me neste aspeto, estou disposta a aceitar o desafio. 

Dito isto, quero só deixar uma palavra para o meu restante top 3. O Jonas a fazer jus ao nome que tem (sim, estou a associar ao melhor jogador de sempre do Benfica) e a trazer um tema incrível com uma interpretação excelente (espero que não desiluda ao vivo). Os Pepperoni Passion são o meu guilty pleasure deste ano e têm a letra mais genial que alguma vez me lembro do FC. Obrigada por retratarem tão bem a minha (quase) chegada aos 30.


Top 3

1. FF - "Como é bom esperar alguém"
2. Jonas - "Pontas soltas"
3. Pepperoni Passion - "Código 30"


João Vermelho

Maro - "saudade, saudade"

Este novo Festival da Canção (pós 2017) tem vindo a crescer em termos de qualidade, diversidade e reputação ao longo destes últimos anos, e sem surpresa se vê nesta edição um leque de artistas com peso na industria musical portuguesa, que nos trazem canções com boas letras, bons instrumentais e com produções de bastante qualidade, no meio desta diversidade musical com gostos para todos, surge (para mim) um diamante em bruto, falo de “saudade, saudade” canção de Maro, com a parceria de John Blanda na música.

Talvez por já conhecer a Maro e estar familiarizado com o seu estilo, e de a querer ver no Festival da Canção já há alguns anos, “saudade, saudade” me tenha impactado desta forma, mas geralmente o meu instinto não costuma falhar e acho que não é só isso. “saudade, saudade” é uma canção que consegue ser tão portuguesa e ao mesmo tempo ter uma sonoridade que remete à world music, é uma canção harmoniosa que nos transmite nostalgia, que consequentemente vai de encontro ao nome da canção e sua letra, que junta o Inglês e o Português de uma forma muito natural e que chega muito perto de descrever na perfeição a palavra “saudade”, um sentimento que é tão nosso. 

Não é por acaso que a maior parte dos elogios a esta canção, quer dos fãs portugueses quer de estrangeiros se prende a estes fatores, harmonia, nostalgia, subtileza, junto da expressão tão utilizada “goosebumps”, arrepios e sentimentos, “music is feelings” já alguém o disse anteriormente, para mim uma canção não necessita de sentimentos para funcionar e nos impactar, mas aqui o que faz esta proposta ser especial é exatamente isso, foram esses “goosebumps” que me fizeram emocionar a meio da canção. Além disto tudo tem um refrão e uma melodia contagiante que nos faz querer voltar a este tema e ouvi-lo várias vezes. Para mim é de longe a melhor proposta deste Festival da Canção e ficaria muito feliz de ser representado por Maro e “saudade, saudade” em Turim.


Top 3

1. Maro - "saudade, saudade"
2. Pongo e Tristany - "DÉGRÁ.DÊ"
3. Blacci - "Mar No Fim"


Neuza Ferreira

 TheMisterDriver - "Calisun"

Confesso que estava com muitas expectativas para ouvir as propostas artistas mais sonantes, mas acabei por ficar desiludida com o que ouvi. Contrariamente ao que esperava, foram os artistas que desconhecia que mais me surpreenderam. 

Não conheço, de todo, o trabalho de TheMisterDriver, mas após ouvir o seu tema para o Festival fiquei curiosa. "Calisun" foi a música que mais me impactou na primeira audição; é up beat, radiofriendly e descontraída. Se é um estilo simples e bastante ouvido pela Europa fora? Talvez, mas creio resultaria muito bem na Eurovisão. O receio que tenho é que em palco, ao vivo, TheMisterDriver não soe tão bem como a versão estúdio. Bem sei que este ano temos muitas propostas com cheiro a mofo (como temos todos os anos), mas também temos muitas propostas com ritmos e sons originais, que podem ser mais marcantes, mas ao mesmo tempo mais estranhas para os mais céticos; com isto, em "Calisun" encontramos um "meio termo", e um equilíbrio entre o oito e o oitenta.

Quero apenas deixar os parabéns à RTP e aos 20 artistas que vão pisar o palco do Festival da Canção, por, uma vez mais (e cada vez mais!), nos ir proporcionar um espetáculo com músicas diversas que agradam a todos os estilos e a todas as faixas etárias.


Top 3

1. TheMisterDriver - "Calisun"
2. MARO - "saudade, saudade"
3. Valas & Os Astronautas - "Odisseia"


Imagem: edição João Vermelho (ESC 38N)/Vídeos: RTP - Festival da Canção

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