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[Especial] 15 razões para ver a Eurovisão 2019


Manda a tradição que todos os anos, na segunda-feira eurovisiva, vos presenteemos com 15 razões absolutamente incríveis para acompanharem a Eurovisão. Claro que, enquanto eurofãs, não precisam destas razões uma vez que já estão no vosso calendário os dias 14, 16 e 18 de maio assinalados desde o dia em que foram anunciados como oficiais, mas queremos ainda assim presentar-vos e fazer-vos pensar no quão maravilhoso é este concurso que nos une.

O regresso do Rei


Há aqueles que anseiam pelo regresso de D. Sebastião e depois existimos nós, eurofãs, que queríamos apenas voltar a ver Serhat no palco eurovisivo. Depois de, em 2016, nos ter presenteado com a versão disco de "I didn't know", este ano pede-nos que digamos na na na a tudo na vida e nós, que seguimos à risca os conselhos do rei, fazemos isso mesmo enquanto votamos em São Marino para termos o prazer de ver o Serhat na final. Vão juntar-se a nós no movimento "12 points from Portugal go to San Marino"? E, enquanto o ESC não começa, vamos ouvindo o novo álbum do cantor lançado há poucos dias.

O melhor (ou pior) drinking game de sempre


A Eurovisão sempre nos proporcionou grandes momentos com amigos e este ano traz-nos o melhor drinking game da história (que também pode ser o pior tendo em conta que há grandes chances de alguém falecer a jogá-lo). Comprem umas quantas garrafas da vossa bebida de eleição e vários copos pequenos. Encham todos os copos previamente porque não vão ter tempo de os encher entre um shot e outro. Depois é só esperarem pela música do Reino Unido e beber de cada vez que alguém canta a palavra "bigger". Não há consenso no mundo eurovisivo sobre quantas vezes são. Há quem diga que são 53 mas há também quem tenha contado 66. De qualquer das formas, o mais provável é não conseguirem chegar a meio da música mas é uma noite bem passada.

A Austrália a atuar desde o espaço


Quem a viu e quem a vê. A Austrália, aquele país mais genérico e previsível, fez isto. Não bastava ter uma canção completamente fora de qualquer zona de conforto, como também soube entender que de vestidos gigantes estamos nós fartos e elevou as indumentárias até um nível espacial de forma nunca antes vista na Eurovisão. Talvez Portugal devesse aprender um pouco sobre como não ficar confortável nos meses entre o Festival da Canção e a Eurovisão, porque o resultado está à vista. Sugerimos que o Conan, para a próxima, troque aqueles degraus aleatórios pela escadaria dos Passadiços do Paiva.

O fim do capitalismo com recurso ao sado-masoquismo


Faz 10 anos que a Islândia teve o seu último resultado com alguma relevância e desde aí tem sido praticamente ano após ano a ficar fora da semifinal. A ilha está farta de não ser notada e parece que desistiu de ser fofa e transmitir mensagens de paz! De "Our Choice" passamos a um "Hate Will Prevail", de um 8 a 80, num definitivo ou vai ou racha! Os Hatari tentam passar uma mensagem contra o capitalismo mas a única mensagem que as pessoas vão tirar dali vai ser o live show de 50 Shades of Grey. Se alguém tiver avós ou avôs a ver por favor façam serviço público e filmem a reacção deles para nos mostrar. 


O maior encher chouriços da história eurovisiva


OK, talvez não seja o maior da história porque existem o Festival da Canção e o Sanremo mas a KAN está claramente a tentar competir com os festivais português e italiano. A final eurovisiva vai abrir com Dana International, Nadav Guedj e Ilanit. Netta vai cantar aquela sua música que nenhum de nós quer ouvir da banana ou lá o que é. Gal Gadot vai fazer uma aparição sabe Deus porquê. Gali Atari e Idan Raichel também dão um ar da sua graça. Lá pelo meio ainda termos Verka, Eleni Foureira, Conchita Wurst e Mans Zelmerlow a cantarem as músicas uns dos outros e, como se tudo isto não fosse já demasiado, Madonna ainda nos vem mostrar que a Eurovisão não é assim tão má a nível musical e de voz. Estamos exaustas só de pensar. Ainda bem que a RTP não transmite interval acts.

A França na luta contra o preconceito


Bilal Hassani é só por si uma pessoa que chama a atenção pela sua imagem. Por isso mesmo já seria de se esperar que a França fosse usar as cartas "diversidade" e "aceitação" já que a própria música é sobre esses temas. Mas não deixamos de ficar impressionadas ao ver que Bilal trouxe a turma toda com ele. Não sabemos quem é aquela bailarina com excesso de peso, mas garantimos que nos sentimos bem mal por ver a mulher a dançar daquela forma quando nós, que somos bem mais magras, não conseguimos correr nem cinco minutos. Não sabemos se o staging vai apelar à diversidade e à aceitação, mas com certeza apelou a que deixássemos de arranjar desculpas para a nossa preguiça e começarmos a ir para o ginásio.

O renascer dos robots


Em 2018 essa nação sempre muito visionária chamada São Marino trouxe para o palco eurovisivo uns robots fofinhos que não pareciam ter muita utilidade para além de ser isso mesmo: fofos. São Marino não sabia que estava a ser pioneiro para um dos stagings mais promissores de 2019. O Azerbaijão viu aquela fofura toda em palco e pensou: vamos mostrar-lhes como se faz! E assim foi feito. Chingiz trouxe dois robots super sónicos que parece que fazem pinturas de carro mas que no fundo nos parece que ainda são menos úteis que os robots de São Marino e, para cúmulo, perderam a fofura também. Mas com 30 segundos de vídeo não dá para se saber muito bem o que vai acontecer, talvez em algum momento eles comecem a tirar a roupa do Chingiz e façam tudo valer a pena.


O fato de Conan Osíris ou A Tragédia Nacional


Conan, o rapaz do futuro, chamou a atenção pela sua irreverência e por se mostrar tão diferente de todos os outros participantes deste ano. No Festival da Canção a sua indumentária fez furor, mesmo que já houvesse divergência de opiniões entre o branco e o preto. Então, para evitar estas divergências, Conan decidiu levar um fato verde e fazer com que a maior parte concordasse em não gostar da indumentária. Mas claro que um "não gostar" passou a uma tragédia sem fim, a um selar de um destino péssimo em que Portugal não passa à final. Se não é para ser dramático o português nem aparece, não é verdade? No fundo, concordamos que a escolha de indumentária não é a melhor e que os movimentos de Conan parecem estar um pouco limitados dentro do fato, mas pelo menos temos a certeza que toda a gente se vai lembrar do rapaz sem pescoço.

Esgotado? Nem perto


A emissora israelita é capaz de ter exagerado nos preços dos bilhetes. A arena é mais pequena que o normal e, por isso mesmo, optaram por inflacionar o preço dos bilhetes. Sucede que nem todos temos centenas de euros para gastar num bilhete eurovisivo e nem todos estamos assim tão interessados em ir a Telavive passar uma semaninha. De todos estes fatores resulta uma arena com bastantes lugares livres. O que é que se faz? Dão-se os bilhetes que sobram a pessoas que vivem perto da faixa de Gaza. Talvez isto seja só a nossa opinião, mas bilhetes para a Eurovisão não vão resolver nada. Aliás, estamos em crer que as pessoas que vivem perto da faixa de Gaza querem tudo menos ir para um sítio onde vão ver fogo e coisas a explodir. Para isso ficam quietinhas nas suas casas que o barulho é o mesmo mas sem a guincharia polaca.

Lições de inglês vindas diretamente da Suíça


Os espertinhos como nós que se acham craques em inglês recordar-se-ão de aprender na escola a conjugação do verbo "go" da seguinte forma:

I go
You go
He, she, it goes
We go
You go
They go

Certo? Errado. Sucede que vivemos uma vida enganados e, finalmente, alguém teve a decência de aparecer para nos corrigir. Em "She Got Me", Luca Hanni canta "when she go low, she go so low" em vez de "when she goes low, she goes so low". Partindo do pressuposto que esta música passou pelas mãos de várias pessoas (incluindo do artista) antes de ser gravada, custa-nos a crer que todas essas pessoas estão erradas e, portanto, resta-nos concluir que aquilo que aprendemos na escola não estava certo. Ainda bem que a Eurovisão existe para desmascarar professores.

Uma ave rara caída do céu


Nós, enquanto crianças dos anos 90, temos, volta e meia, uma pequena saudade da década passada. O representante croata, mesmo nascido em 2000, pelos vistos, tem isso em comum connosco, o que se reflete em pleno na sua indumentária. Quem não tem uma certa nostalgia pelos anjos metálicos na “Day After Day” do Azerbaijão ou na “My Dream” de Malta? E saudades de quando a Bielorrússia inventou os reveals para salvar uma canção péssima na atuação de “Butterflies”? Absolutamente ninguém? Bem, pelo menos o Roko quis relembra-los ao trazer de volta à Eurovisão aquelas asas que refletem uma criança traumatizada por não ter sido escolhida para ser o anjo no auto de Natal da escola. Melhor ainda é ver que a Croácia quis dar um novo charme ao seu outfit desde o Dora até ao palco de Telavive, transformando o adereço de asas de anjo para asas de avestruz. Bem mais realista. Tudo isto com a cereja no topo do bolo que é a roupa em cabedal branco. Sim, também achamos que a Bulgária foi injustiçada em 2010.

Uma atuação nunca antes vista em 2011


Não é fácil ter a canção mais insignificante do ano, principalmente para a Moldávia, que espalhou tanto de azeite como de irreverência e originalidade nos últimos dois. Se ninguém se lembrava da Anna Odobescu, tudo mudou ao longo da última semana. Os que acompanham os ensaios sabem quão sumarento foi o momento em que o mundo percebeu que "Stay" teria uma atuação que lhe faria jus, por terem em comum o facto de serem coisas já feitas que não devem ser repetidas. Oh, não, qualquer semelhança com "Angel" de Mika Newton é pura coincidência. Uma cantora com ar angelical, acompanhada por uma mulher numa mesa a fazer desenhos com areia transmitidos nos LEDs, que, por acaso, também é a Kseniya Simonova? No que é que ela estaria a pensar? Bem, a verdade é que Mika Newton adorou ser homenageada.

Os planos de câmara com vista de nossas casas


Sabem aquelas pessoas que dizem que mais vale ver a Eurovisão em casa porque se vê melhor do que se estivermos lá na arena? Elas não estavam erradas... até este ano, em que a KAN resolveu tornar o concurso justo para todos. Assim sendo as pessoas em casa vão ser agraciadas com a vista que as pessoas que estão sentadas no balcão mais longíquo vão ter, intercalado com uns planos mais próximos do palco para fingir que estamos no Golden Circle. E estes vão ser os dois tipos de plano que vamos ter porque foi o que os camara men aprenderam na escola. Esperavam poder chorar com aqueles momentos intimistas? Ou aprender cada passo das coreografias que vão ser apresentadas? Esqueçam lá isso. Por entre wide shots e planos a filmar os pés de quem esta no palco, nem uma lupa vos vai salvar.

O staging pelo qual ansiámos e que depois tem outro igual


No seu regresso, Sergey Lazarev não irá subir degraus invisíveis, mas traz consigo oito clones distribuídos por oito painéis LED, enquanto que o próprio surge dentro de um frigorífico igual aos que guardam as sobremesas nos restaurantes. Arrojado, rebuscado, impactante. Não esperávamos menos do que uma atuação caríssima por parte da Rússia. Não esperávamos também que, três canções depois, estivesse a Macedónia, aquele país que ganha o primeiro prémio em estragar canções com stagings horríveis, tivesse o mesmo conceito numa versão marca branca. Qual terá sido a reação do Sergey a esta coincidência dramática, ao perceber que Tamara Todevska, não só também tem clones, como estes são muito mais realistas, por serem conseguidos através de espelhos? Não aceitamos um ar menos abatido do que aquele que fez quando percebeu que tinha perdido para Jamala.

A KAN a ser uma péssima host


Tal como todos vocês, nós também temos saudades de culpar a RTP por todos os males do mundo. A fome em África? A culpa sempre foi do Poiares. O degelo? Talvez tenha mãozinha da Bugalho. A verdade é que o nosso olhar ficou bem atento à organização da Eurovisão em 2018 e, se calhar, há um ano, não tínhamos noção de quão boa tinha sido até agora. Para além de termos, nas atuações de 2019, planos que dão uma visão digna de quem está a ver o festival da varanda da cidade vizinha, temos planos que as delegações não querem, pedem que mude e a mudança não acontece. Países a ter ensaios extra para compensar incompetência. Só Deus sabe a quantidade de falhanços que vamos ver amanhã (e não, não estamos a incluir nos falhanços as notas altas da Srbuk), quem sabe um novo plano icónico ao nível da Kate Ryan em 2006.

Por: Catarina Gouveia, Elizabete Cruz e Jessica Mendes

Imagens: Eurovision.tv, BBC, Tumblr

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  1. Meu Deus, um participante do ESC nascido em 2000! Mais uma prova de que estou ficando demasiado velho

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