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Apreciações Musicais - ESC 2019: Austrália



Kate Miller-Heidke - "Zero Gravity"



Andreia Valente: Que não voltem a dizer que a Austrália joga pelo seguro! Os primeiros versos têm um je ne sais quoi de Florence and The Machine por causa das sucessões de harpa e depois torna-se uma viagem de ácidos. Dou todo o mérito pela total originalidade de composição. 

Catarina Gouveia:  Bem sei que sempre critiquei a Austrália por ser super genérica desde que decidiu pisar o palco da Eurovisão, mas não tinham de mudar isso tão drasticamente. Ganha pela originalidade.

Daniel Fidalgo: Extremamente inovador, cheio de alterações drásticas, dinâmicas e elementos de música eletrónica. É impossível ficar indiferente a está música, quer se goste quer não. O ponto forte do instrumental é na última parte da canção, com Kate a cantar, um ritmo bem marcado e a repetição da frase “Nothing Holding Me Down”, que tudo tem a ver com o título do tema. Poderia ter resultado numa grande confusão, mas o resultado é um instrumental futurista.

Jessica Mendes: Como assim a Austrália não vai ao ESC com uma música igual a todas as outras que já enviou? Como assim apostaram em algo novo? Como assim o compositor da música norueguesa de 2016 tem família na Austrália? 

João Vermelho: O instrumental é muito bem conseguido, é moderno e não tenta repetir fórmulas passadas. 

Neuza Ferreira: Espero que esta proposta sirva para calar todas aquelas pessoas que dizem que a Austrália joga sempre pelo seguro. Este ano decidiu arriscar. Não é um instrumental assim muito elaborado, mas é moderno, bastante agradável e diferente de tudo o que a Austrália já levou até ao palco eurovisivo.

Pedro Anselmo: Um género de pop operático engraçadito que é impossível de comparar com outras canções do género que já passaram pelo certame, que para mim são superiores. Não deixa mesmo assim de ficar na nossa cabeça.

Pedro Lopes: Gosto do instrumental, da forma como vai crescendo e se vai transformado. Boa batida, terminando num tom mais épico. Acho que o tema ganha bastante pela construção do instrumental.

Tiago Lopes: Este instrumental tem algo particular, não sendo nada de outro mundo, a mistura de sons na primeira audição pode ser estranha, mas que ao longo do tempo vai entranhando. Contrariamente à música que tanto comparam (Estónia, “La Forza”), este instrumental não se foca unicamente em dar destaque à voz de Kate.


Andreia Valente: A Kate Miller-Heidke é uma vocalista perfeita: tem uma voz que transparece uma variedade de emoções e uma presença visual totalmente cativante! 

Catarina Gouveia:  O refrão da canção irrita-me solenemente, mas não há como reconhecer que a Kate é das intérpretes mais incríveis este ano.

Daniel Fidalgo: Kate canta muito bem, embora não seja a Elina Nechayeva do ano. O alcance da sua voz é enorme e devo confessar que prefiro os falsetes da cantora do que os seus agudos líricos, que não deixam de ser bem executados.

Jessica Mendes: Ela tem uma voz incrível. Não é fácil manter a nota com um vestido de 5 metros e um dementor a voar sobre nós. Ou pelo menos calculo que não seja fácil porque nunca experimentei. 

João Vermelho: A voz da Kate é irrepreensível, arrisco-me a dizer que tem uma das vozes mais interessantes deste ano.

Neuza Ferreira: Ela “berra” que se farta, vai-se lá entender como é que ainda tem voz. A verdade é que, para os meus ouvidos, os agudos da Kate Miller-Heidke roçam a perfeição. É incrível; eu até costumo nem gostar muito deste tipo de coisas.

Pedro Anselmo: Já sabemos que vozes operáticas são na grande maioria das vezes espetaculares e não estão ao alcance de muitos.

Pedro Lopes: É estranha, bastante. Sobretudo a parte em que vai alterando entre o cantar no registo do superagudo, passando de imediato para o registo grave. No entanto, é claro que a Kate Miller-Heidke tem um bom poder vocal, bastante diferente do que qualquer pessoa comum consegue fazer. Na sua atuação ao vivo, senti que, em algumas partes, ficou um pouco a desejar. Mas, é normal gostar mais da parte em que entram os coros, e, consequentemente, as vozes das backing vocals? Pois…

Tiago Lopes: O que dizer da voz de Kate? Sendo, em várias partes da música, difícil de compreender o que se diz, a australiana tem uma capacidade vocal única que dispensa qualquer comentário. 


Andreia Valente: Adoro! A Kate escreveu sobre a sua relação com depressão como se fosse uma relação com outra pessoa e resulta muito bem. 

Catarina Gouveia:  Percebo e gosto da intenção da letra, mas, por favor, não há necessidade de transportar todo o seu significado para o palco. Já ninguém aguenta vestidos gigantes!

Daniel Fidalgo: Na letra optou-se pela simplicidade, não sendo de todo, um grande destaque da canção. Kate diz ir para um lugar com gravidade zero, para se libertar do peso de uma relação que a faz estar presa ao chão.

Jessica Mendes: Penso que percebemos que não há nada a agarrá-la ao solo nas primeiras 34 repetições da frase “nothing holding me down”. Era escusado repeti-la mais 86 vezes.

João Vermelho: Eu pessoalmente gosto da letra, porém é um pouco genérica e bastante repetitiva no refrão.

Neuza Ferreira: Na primeira audição pensei “que raio de treta é esta”, mas depois li um post da Kate que esclarecia sobre o que é a letra e faz todo o sentido. É, de facto, muito bonita e alegre.

Pedro Anselmo: Fala da libertação de um peso muito grande de cima. Peca por ser um bocado repetitiva.

Pedro Lopes: Nada prende a Kate e as suas cantoras escondidas. Também há uma pedra no sapato (e se isso incomoda). E a terra sem oceano, possível? E no final, não podemos continuar presos, e só quando o largamos chegamos ao ponto de flutuarmos no espaço sem problemas com a gravidade. É sobre isto, certo?

Tiago Lopes: “Zero Gravity” é uma composição muito forte sobre o ultrapassar de depressão. Um tema que tem faltado no palco da eurovisão. Delicado mas muito bem escrito.


Andreia Valente: Ao contrário da maioria, não prevejo que este seja o ano em que a Austrália não se torna finalista. Na final, não deve fazer estragos, ficando a meio da tabela ou mesmo no último terço.

Catarina Gouveia: Vai acabar do lado direito da tabela da final.

Daniel Fidalgo: Penso que alcança a final. Talvez vejamos a Austrália nas 10 primeiras posições… ou não. Tudo irá depender da atuação, visto que a componente visual é essencial para este tema. 

Jessica Mendes: Se houver uma réstia de lógica na cabeça das pessoas, isto fica na semifinal.

João Vermelho: Temo por uma não qualificação à final ou um bottom 5 caso passe.

Neuza Ferreira: Top 15.

Pedro Anselmo: Deverá passar à final pelo país que é, mas penso que ficará pelos últimos 6.

Pedro Lopes: Apesar de gostar do tema, e tendo em mente igualmente a crítica vinda de vários fãs eurovisivos, não sei se a Austrália não fica de fora pela primeira vez…

Tiago Lopes: Imprevisível. Se passar à final não espero um grande número de votos.


Andreia Valente: 7 pontos.

Catarina Gouveia: 6 pontos.

Daniel Fidalgo: 8 pontos.

Jessica Mendes: 1 pontos.

João Vermelho: 8 pontos.

Neuza Ferreira: 7 pontos.

Pedro Anselmo: 5 pontos.

Pedro Lopes: 7 pontos.

Tiago Lopes: 7 pontos.

Total: 56 pontos





Andreia Valente: A receita de pop-ópera é: Golden Dragon, California Sunshine, Purple Heart e duas colheres de Morning Glory Seeds.

Catarina Gouveia:  Nem a própria Austrália aguentou ser genérica tanto ano seguido.

Daniel Fidalgo: Arranjar uma única expressão para um tema que parecem 5 canções diferentes é impossível.

Jessica Mendes: Ze-e-e-e-e-e-ro qua-a-a-a-a-a-li-ty

João Vermelho: A gravidade zero será quando ela não passar à final.

Neuza Ferreira: Esta é a única berraria que o meu cérebro tolera.

Pedro Anselmo: Ze-e-e-e-e-e-ro Points (Será? Havia de ser bonito)

Pedro Lopes: Gravity só houve uma, a sério! Ah, mas aqui é zero. Porque será?

Tiago Lopes: Agarrem a bruxa lá atrás!


  1.º Chipre - 74 pontos; 2.º Hungria - 73 pontos; 3.º Eslovénia - 70 pontos; 4.º Austrália - 48 pontos; 5.º Sérvia - 48 pontos; 6.º República Checa - 43 pontos; 7.º Bielorrússia - 42 pontos; 8.º Polónia - 39 pontos; 9.º Finlândia - 39 pontos; 10 Montenegro - 19 pontos; 

Ajude-nos a escolher a melhor canção do ano. Pontue as canções do ESC 2019 AQUI. A votação final (com a junção dos votos da equipa CE e dos votos do público) será revelada a 3 de maio.

Vídeo: Eurovision Song Contest

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