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[Especial] FC 2019: quais as nossas músicas preferidas?


O Festival da Canção 2019 foi apresentado esta segunda-feira e, com a revelação das 16 músicas a concurso, já é possível eleger favoritos. A nossa equipa escolheu as suas preferidas e explica-lhe o porquê.

"Telemóveis" - Andreia Valente 

Estou tão impressionada com a lineup do Festival da Canção 2019. Pela primeira vez, não tenho uma canção que seja a clara favorita: acho que "A Dois" dos Calema é a melhor representação para a indústria musical portuguesa (e o que os portugueses amam ouvir na rádio), acho que "Hoje" do Filipe Keil é a maior surpresa do ano e acho que "Inércia" da Ana Cláudia e dos D'Alva é a canção mais interessante a nível de composição. No entanto, há uma canção é inegavelmente perfeita para a Eurovisão. "Telemóveis" é tudo o que o Festival da Canção nunca foi. A instrumentação de "Telemóveis" é bizarra ao ponto de ser hipnotizante. A letra torna-se um segredo do português (porque nenhum estrangeiro vai perceber o quão genial é o "escangalhar o telemóvel" da Brandoa). A performance vocal é única. O look grita extravagante. Poderá "Telemóveis" sair-se bem na Eurovisão? Como sempre, depende 100% da apresentação visual da performance, mas uma coisa é certa: o Conan Osíris não deixaria nenhum europeu indiferente (muitos irão, certamente, odiar).

"Inércia" - Daniel Fidalgo

Acho que 90% da equipa queria falar de "Telemóveis", mas para não tornar este especial tão monótono quanto o Festival da Canção 2018, vamos torná-lo em algo interessante como o Festival da Canção 2019, falando de outras propostas de grande qualidade. Pela primeira vez desde que vejo o Festival da Canção, fui capaz de ouvir todas as canções até ao fim e por mais incrível que pareça, nem tive que me esforçar para isso. Uma das maiores surpresas foi sem dúvida o esforço criativo em “Inércia”, cantada por Ana Cláudia e composta pelos D’Alva. Senti isto mais do que uma vez enquanto escutava as propostas, mas esta canção… foi aquela que me fez viajar para outro espaço e para outro tempo. Soa a algo futurístico, soa a diferença, soa… a tudo aquilo que nunca pensei ouvir no Festival da Canção. Que produção inacreditável. Tem tudo ao mesmo tempo, sem perder a coesão. It´s a beautiful mess!  


"O Jantar" - Jessica Mendes

Importa desde já esclarecer que a minha favorita (e a de toda a gente) é a música do Conan Osíris, até porque tenho o telemóvel partido. Como não me quero repetir, vou falar da minha segunda preferida que é a preferida de exatamente ninguém. Eu tenho um problema sério com músicas com letras random (notem que random e má são adjetivos diferentes sendo que o segundo se refere, por exemplo, àquilo que os DAMA escreveram que me fez doer a alma) e, assim que vi o nome "O Jantar", pensei que não havia maneira de não gostar de uma música com esse nome. "Peguei num rissol, perguntei se querias sair dali": meus amigos, isto é poesia do nível de "calo-me com a boca cheia de pão com manteiga e queijo em promoção" e, portanto, não há como não adorar. Agora, por favor, mantenham-se épicos e metam uns garçons em palco com bandejas repletas de rissóis que se é para se ser aleatório que seja em grande. Dito isto, vai ser incrível ficar em 2.º lugar no ESC. Já agora, onde é que vai ser sediado o ESC 2020 depois do Serhat ganhar este ano?

"Telemóveis" - João Vermelho

Talvez numa situação "normal" escolheria a Mariana Bragada ou o Matay, intérpretes de duas canções que também gostei bastante, mas não estamos numa situação normal quando temos Conan Osíris no leque de compositores/intérpretes na edição deste ano. Sei que para muitos a canção "Telemóveis" é ridícula e que é a pior canção, até consigo entender, mas por alguma razão não temos os mesmos gostos. Conan Osíris traz diversidade, não só por ser diferente, mas também pela sua voz nos remeter a algo oriental e o instrumental para as raízes africanas. Em relação à letra concordo que não seja o melhor poema alguma vez escrito, mas transmite uma mensagem interessante e, a meu ver, de uma maneira criativa e ousada. Nas primeiras vezes que ouvi as 16 músicas esta canção foi a que mais se destacou, não só a que me ficou mais na memória como também a que mais me agradou e a que mais me criou interesse para ouvir outra vez. Não é decerto a melhor canção de sempre nem algo que se pareça, mas na minha honesta opinião penso que seria a proposta mais interessante e ousada para Portugal levar à Eurovisão.

"A Dois" - Pedro Lopes

O Festival da Canção 2019, depois de revelados todos os intérpretes, apresenta uma lineup bastante interessante. Ouvidas as músicas, ficam as provas ditas por Nuno Galopim de que a edição deste ano prometia trazer mais diversidade. Um aspeto que se aplaude. Dentro de maior ou menor qualidade, a verdade é que a temos, a tal diversidade. Mas sim, acho que não nos podemos queixar do conteúdo sonoro que nos foi apresentado hoje. No meio de hinos, músicas boas, desconcertantes, irritantes, de bocejar ou de bater o pé, vou destacar "A Dois", dos Calema. Já quando foram apresentados como compositores para este ano tinha ficado algo expectante com o que podia aí vir. Não por ser seguidor ou 'o maior apreciador' do estilo que o duo apresenta, mas por já ter a certezas que teríamos um género que, sendo bom ou mau, faz sempre falta num Festival: o ritmo, a energia, a sonoridade atual. E tivemos tudo isso compilado em três minutos de música muito boa! A música mais radiofriendly da competição, que estará mesmo nas rádios o mais breve possível. Aquela que encaixa naquilo que conhecemos como 'o que se gosta dentro de uma produção cada vez mais portuguesa'. Pode não ter a letra mais inteligente, por exemplo, mas é percetível a mensagem a passar. Espero uma grande energia por parte desta proposta, acreditando que se sairá bem, independentemente do resultado alcançado. Tenho muitas dificuldades em compreender um hipotético resultado desta música lá fora, uma construção cénica também seria importante, para que a música ainda fique melhor!

"O Lugar" - Tiago Lopes

Saindo da loja de reparações de telemóveis, onde parece estar toda a gente depois do anúncio das músicas do Festival da Canção 2019, sigo para "O Lugar" da Lara Laquiz e do compositor André Tentúgal.  Estando longe de ser uma das potenciais vencedoras do festival, "O Lugar" tem uma das boas melodias desta edição, que irá “crescendo por dentro” à medida que ouvimos. Não conhecendo qualquer trabalho dos dois intervenientes da música, acredito que a Lara irá conseguir disfarçar alguma da monotonia que a batida possa apresentar a alguns dos ouvintes. Sendo uma música com um feeling relaxante, que nos submete para um espírito tranquilo, acredito que o staging d'"O Lugar" não seja carregado de adereços e efeitos visuais. Internamente prevejo esta música a tocar nas nossas rádios, mas para a Eurovisão seria, talvez, uma música que caísse no esquecimento. Concluindo, a RTP, mas também os compositores em geral, estão de parabéns pela qualidade, modernidade e diversidade das músicas que apresentaram e certamente vamos ter o melhor Festival da Canção deste século.  

Imagem: RTP

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