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Porque é que Mimicat deveria ir ao Festival da Canção


Deu passos no R&B e Soul, mas a última viragem foi rumo a uma junção com o Pop! Com a contemporaneidade criada no renovado Festival da Canção, Mimicat assenta que nem uma luva nos novos estilos aceites dentro de uma seletiva que continua a limpar o pó das prateleiras.

Mimicat deu-se a conhecer em 2014, com o lançamento do álbum de estreia "For You", onde mostrava que as novas tendências do Soul estavam a tomar pé mais firme no país. Foi a partir desse momento que os principais palcos de festivais de verão a chamaram para fazer parte dos alinhamentos, aqui ou mesmo além-fronteiras.

Mas, no ano passado o estilo cresce, e Mimicat passa a ser um nome mais ouvido. A sua música nova, dentro do álbum "Back In Town" ganha tendências no YouTube, e as novas sonoridades rapidamente passam de ouvido em ouvido e de boca em boca entre os novos apreciadores da cantora, que finalmente descobriram o seu trabalho, como foi o meu caso.

De música e imagem cada vez mais irreverente, Marisa Mena subiu ao pódio das cantoras de coragem e audácia de arriscar em estilos alternativos e agora apreciados por nichos cada vez mais expressivos. Vejamos as suas próprias palavras:

"A Mimicat é uma rapariga completamente normal. Não tenho nem mais nem menos do que ninguém. Sou uma pessoa criativa, que busca a sua saúde mental através da música e acho que tenho muito para oferecer aos outros." (delas.pt)


E agora, altura da questão: "Porque é que a Mimicat deveria pertencer a um próximo lote de participantes do Festival da Canção?"

Em primeiro, pela coragem. Pela constante necessidade de arriscar, mesmo tendo noção e consciência do risco que poderia atravessar no mar da não aceitação. Em segundo, pelo trabalho desenvolvido, em nome próprio, depois na junção com os restantes membros da banda com que se apresenta nos espetáculos ao vivo. Ainda, pela qualidade musical apresentada sobretudo no último álbum, pelo estilo diferente, inovador, cativante, bem trabalhado e que, no final, questionou muitos: "ela é portuguesa?"

A questão que nem sabemos se avaliamos como boa ou má. "É tão bom que nem pode vir de Portugal!". Melhor do que qualquer coisa já ouvida por cá nos últimos tempos. Mas, e porque é que não pode ser? Porque continuamos a ser o estilo comum que poucos apreciam mas todos aceitam, imagem identitária que não se altera? Portugal também evolui nestes níveis, e aqui temos apenas um exemplo no meio de outros tantos.


Na vertente de cantora, de compositora, ou na junção perfeita: A compor e a participar enquanto intérprete, as well. A imagem renovada do Festival da Canção também precisa disto. Não transformar o Festival numa plataforma de novos estilos irreverentes. Torná-lo, sim, numa rampa para tantos estilos capazes de atrair o público mais diferente e distante da seletiva nacional.

A aposta em Mimicat poderia continuar como a lufada de ar fresco que prometeu realizar à entrada para 2017. Se conseguiram perceber que o FC precisava de uma gigante renovação, difícil também não será continuarem a perceber que essa aposta só resulta se for a longo prazo. Se já tivemos nomes como Xinobi, Capicua, Sequin, SirAiva, Benjamim, Samuel Úria, JP Simões, Noiserv e mesmo a Isaura, a compositora vencedora da última edição, percebemos que o caminho de continuidade tem de ser assegurado. E um dos exemplos está dado. Abram a porta, RTP. A Mimicat quer entrar!


Imagem: SAPOMagg/ Vídeos: MimicatVEVO

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