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Crónica ESC 2017: "Salvador: aquele que mesmo sem querer ganhou a Eurovisão!"


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Confesso que esta crónica demorou um pouco a ser escrita. Talvez porque ainda não consigo acreditar na vitória portuguesa, ou então porque as emoções que envolveram este ano a Eurovisão foram um pouco contraditórias para mim.

Comecemos então pelo início. Desde cedo que comecei a acompanhar, de forma bastante demarcada, a edição deste ano. Desde as finais nacionais, algumas com bastante interesse, até à concepção do próprio palco. Segui a par e passo cada desenvolvimento que tudo isto foi tendo.

Aqui irei falar das representações sobre cada país, e não sobre cada artista – distanciando-me do meu gosto pessoal. 

Dando inicio as hostilidades, demarco a ausência da Rússia no certame. Mais do que qualquer política, qualquer ideologia, qualquer religião, a Eurovisão é pautada pela aceitação e valorização das diferenças, e nunca pelo controlo apertado de politicas que não vão ao encontro dos direitos e vontades individuais. Por isso, ainda agora me custa aceitar que tal facto tenha acontecido, e que a EBU tenha aceitado este desfecho. Espero, assim, que existam penalizações e que se leve sempre o certame para países em que as politicas não se sobreponham aos valores do evento.

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Foram largas as horas em que ouvi cada atuação, cada melhoramento feito, cada melodia alterada e encaixada aos gostos do publico eurovisivo. Continuo a achar que a Eurovisão é e sempre será mais do que fogo de artifício, roupas espampanantes, personagens exuberantes, ou até mesmo figuras tristes. A Eurovisão é mais do que o próprio evento que todos vêem – e por isso custa-me ler tanta asneira que é dita e escrita por pessoas que só agora começaram a acompanhar tudo isto.

Antes que se fale de algo, temos de ter conhecimento. Por isso não falem nos artistas de antigamente, no “pimba” que está tornado o evento. Informem-se, e não matem a Eurovisão por tudo aquilo que ela não é.

Seguindo. Foram muitos os países que desfilaram pelo palco este ano. Destaco algumas boas surpresas. A Bulgária apresentou-se mais forte do que nunca - gosto da aposta que têm feito nos últimos anos e na evolução que têm vindo a ter desde o ano de 2005. Se antes apostavam em representar-se, agora apostam em vencer. 

Também não poderei ficar indiferente à canção italiana - aquela que sempre foi apresentada como vencedora desta edição. Com uma sonoridade bastante alegre e com uma energia muito positiva, rapidamente cativou todos aqueles que ouviam o tema - e com isto ocupou o lugar cimeiro em todas as casas de apostas. Infelizmente, assim como já aconteceu em vários anos, acabou por ficar aquém das expectativas.

Outros países que não poderia deixar de falar e que acabaram por não se apresentar na final são a Geórgia, a Suíça, a Finlândia, a Islândia e a Malta. Apesar de estilos bastante diferentes e diferenciados, ambas as composições estavam muito bem conseguidas. Com vozes muito boas, confesso que me custou não ver estas atuações aquando da final deste ano da Eurovisão. Mas é sempre assim e para nós, fãs, é sempre frustrante não vermos passar quem tem potencialidade, em detrimento de outras canções que nunca esperamos ver a sua passagem. Finalizando este ponto, posso dizer que a maior injustiça foi mesmo cometida com a Finlândia - e nem sei como isto foi acontecer.





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Quanto à organização, não tenho muito a tecer. Acho que foi das organizações mais fracas. Sinceramente não gostei do palco e os planos de imagem foram péssimos. No que concerne aos grafismos houve um desleixo enorme, nada de especial comparativamente a anos anteriores.

Não foi uma das edições mais fortes - e isso não resta dúvida. Este ano será daqueles anos que muitos temas acabarão esquecidos, daqueles anos em que as canções não deixaram muita marca e em que as atuações foram bastante fracas em palco.

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E sem desejar alongar-me mais, quero terminar a minha crónica falando sobre o vencedor. Pode ser injusto falar sobre o meu próprio país, ou então nem sei o que dizer porque não contava tão cedo poder falar sobre isto desta forma.

É sentir orgulho. Acima de tudo, isto é sentir orgulho. Pela primeira vez, em tantos anos, vi Portugal parar de novo para assistir à Eurovisão. Vi Portugal acreditar. Vi Portugal torcer.

Se há tempos duvidei quando a RTP disse que iria mudar tudo e reestruturar o festival para o fazer renascer, agora vi que o esforço foi compensado e que FINALMENTE vimos como podemos vencer. Apostar em algo simples por vezes compensa, certo?



Agora resta-me comemorar. E não somente agradecer ao Salvador, agradecer e muito à Luísa, que carregou muito este barco às costas, que sempre acreditou, que limpou as lágrimas e que assumiu o controlo de tudo. Isto, para mim, são atos heróicos que devem ficar na memória. Mais do que se gostamos ou não do tema, é apoiarmos aquilo que temos de melhor em Portugal: a Cultura.

Por isso só espero que isto não seja sol de pouca dura. Espero que as pessoas vejam que a vida não é só futebol, que existem pessoas fantásticas a cantar em Portugal ou fora dele e que jamais precisamos que alguém ganhe o Eurofestival para só depois ser conhecido e reconhecido!


Para o ano cá nos encontramos, em PORTUGAL!
Sejam bem-vindos!

Imagens: Esctoday, Metro e Eurovision/Vídeos: Crónicas de Eurofestivais e Eurovision Song Contest





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