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O Regresso da Dona Gertrudes: Segundo texto - 'Aphrodisiac' de Eleftheria Eleftheriou


Sofreram muito nesta semana sem mim? Eu sei que sim. Eu passo 24 horas comigo mesma e mesmo assim às vezes ainda me parece pouco tempo. Hoje trago-vos uma canção marca o início da decadência da Grécia na Eurovisão. Já sabem qual é? Sim, é daquela menina que se esqueceu de metade do vestido em casa.


"I gotta say 
what´s on my mind 
when I´m with you 
I feel alright 

You call me baby 
we spend the night 
I´m so addicted 
I feel alive 

Over and over I´m falling

You make me dance dance like a maniac 
You make me want your aphrodisiac 

I think about you all the time 
I just can´t get you of my mind 
You drive me crazy, you drive me wild 
You´re so addictive, there´s no way out 

Over and over I´m falling 

You make me dance dance like a maniac 
You make me want your aphrodisiac 

I'm craving for your touch 
I want it way too much 
I'm craving for your touch 
too much 
your touch 
too much

Over and over I´m falling 

You make me dance dance like a maniac 
You make me want your aphrodisiac"

Penso que a pergunta que se impõe depois de ler esta belíssima letra é: o que é o afrodisíaco? É uma daquelas questões à qual precisamos de responder para passar a dormir melhor à noite. 

A rapariga começa a canção a dizer que tem de dizer o que está a pensar. É uma daquelas coisas que eu aconselho a toda a gente mas que muitos poucos fazem. Eu, geralmente, digo sempre o que penso mesmo que isso seja incómodo para alguém. Levo muito a sério isto de ser uma pessoa verdadeira e também não gosto que me mintam. Se não gostam de ouvir as verdades, o problema já não é meu. Mas parece que ela só pensa que quando está com seja lá quem for se sente bem. Confesso que estava à espera de uns pensamentos mais elaborados, mas de alguém que vai para um palco europeu meia nua também não se pode exigir muito.

Chamem-me antiquada, mas a rapariga diz que basta chamarem-lhe "baby" para ela passar logo a noite com quem quer que lho chame. Se isto são atitudes de uma rapariga decente, vou ali e já venho. A única coisa que se aproveita nesta música é o ritmo que deixava o meu gato Lulu completamente doido.


"I'm so addicted, I feel alive" – caríssima pessoa com um nome impossível de pronunciar: se fores viciada em droga ou álcool, é normal que te sintas viva. E olhem que com a minha idade, já aturei muitas pessoas “vivas”. 

À medida que avançamos na letra desta bela melodia percebemos que ela cai uma e outra vez. Rapariga, é possível que isso seja por te sentires "viva". E ainda dança que nem uma maníaca. São os efeitos. Não pode ser só diversão. Mas se tudo correr bem, no dia seguinte já não há memória de nada. Enfim, é esta a juventude que temos!


Chegados à segunda parte da música, temos quatro versos para dizer uma coisa que já foi dita antes. É a poesia ao mais alto nível. Lembram-se do primeiro verso? Se não se lembram andem um bocadinho para cima que eu espero e aproveito para ir ali ao jardim regar umas flores.


Já se lembram? Lembram-se de eu questionar o que é que ela poderia estar a pensar? Temos aqui a resposta. Está a pensar, SEMPRE, na pessoa a quem dirige a música. E porquê? Porque essa pessoa é viciante.

Mas, e se não for uma pessoas mas antes uma coisa? Faz muito mais sentido. Senão, pensem comigo: 
- uma coisa viciante;

- uma coisa que é difícil abandonar;

- uma coisa que a faz dançar como uma maníaca;

- uma coisa que a deixa maluca;

- uma coisa que a faz sentir bem;

- uma coisa que a faz cair uma e outra vez.

Isto é uma pessoa? Para mim não, mas isto sou eu, que gosto de acreditar que as letras das músicas têm alguma coisa interessante por baixo de tanta falta de conteúdo. Isto podia perfeitamente ser o hino dos Alcoólicos Anónimos. 

19/06/2016
Vídeo: Eurovision.tv

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