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O Regresso da Dona Gertrudes: Primeiro texto - 'Believe' de Dima Bilan


Tiveram saudades minhas, não tiveram? Vá, admitam lá! Até os meninos mimados aqui do Crónicas de Eurofestivais tiveram. Sim, porque se bem se lembram, há três anos expulsaram-me praticamente e agora vieram implorar-me que voltasse. E eu, que nem sou dada a atos de caridade, acabei por ceder porque sei que se não fosse eu eles nunca seriam capazes de fazer estas análises com a mínima qualidade.

E para começar em grande esta minha viagem pelos grandes poemas eurovisivos, pareceu-me lógico analisar um dos excelentes vencedores deste século. Não, não estou a falar do Azerbaijão, mas é pouco melhor. Estou a falar da Rússia e o fantástico "Believe". Atentem lá na belíssima letra desta canção:


"Even when the thunder and storm begins
I'll be standing strong like a tree in the wind
Nothing is gonna move this mountain or change my direction

I'm falling off the sky and I'm all alone
The courage that's inside is gonna break my fall
Nothing is gonna dim my light within

But if I keep going on it will never be impossible
Not today...

Cause I got something to believe in
As long as I'm breathing
There is not a limit to what I can dream
Cause I got something to believe in
Mission to keep climbing
Nothing else can stop me if I just believe
And I believe in me

Even when the world tries to pull me down
Tell me that I can't... try to turn me around
I wont let them put my fire out

But if I keep going on it will never be impossible
Not today

Cause I got something to believe in
As long as I'm breathing
There is not a limit to what I can dream
Cause I got something to believe in
Mission to keep climbing
Nothing else can stop me if I just believe
And I believe in me

Cause I got something to believe in
As long as I'm breathing
There is not a limit to what I can dream
Cause I got something to believe in
Mission to keep climbing
Nothing else can stop me if I just believe
And I believe in me

I can do it all, open every door
Turn unthinkable to reality
You see I can do it all and more

Believing as long as I'm breathing
There is no limit to what I can dream...

Believing mission to keep climbing
Nothing else can stop me if I just believe
And I believe in me"

É bem possível que esta letra seja nada mais nada menos que plágio de um dos livros de um qualquer Gustavo Santos russo. Acredito que os ensinamentos fundamentais desta canção estão logo no segundo verso: "vou manter-me forte como uma árvore ao vento". Isto é pura poesia ou pura parvoíce. Só não vê quem não quer. Das duas uma:

- Ou na Rússia não há vento daquele capaz de me arrancar o telhado cá do prédio;

- Ou em Portugal as árvores são muito mariquinhas. Vem uma rajada a 10 km/h e as árvores já estão todas em cima de casas e de estradas.

E olhem que de vento eu percebo bastante. Uma vez as minhas vizinhas, que devem odiar-me, ofereceram-me uma prenda de aniversário que era uma viagem de helicóptero. Não sei quem é que lhes disse que isso era boa ideia, mas na altura decidi aceitar porque ainda achava que tinha de agradar às pessoas. Depois da experiência nunca mais lhes falei. Mas já estou aqui a dispersar. Continuemos na análise da letra.


Felizmente nesse mesmo verso percebemos claramente que a alusão à árvore é uma mera comparação (má, mas é). É um alívio estar lá aquele "como". No verso seguinte o homem afirma-se como sendo uma montanha. Não há cá comparações, é uma afirmação. Mas se ele é uma montanha, porquê comparar-se a uma árvore? E porquê dizer logo de seguida que nada vai alterar a sua direção? Meu caro, se és uma montanha dificilmente tens uma direção e ainda menos alguém consegue alterá-la. A menos que o super homem apareça para dar uma ajudar, mas desconfio que nem ele era capaz de mover uma montanha.


Vamos imaginar que este belo poema (para quem ainda não me conhece bem, é necessário dizer que estou a ser irónica) é como os Lusíadas onde a continuação de uma frase, se fosse preciso, estava no canto seguinte. Partindo do princípio que o seguimento de "I'm falling off that sky and I'm all alone" é "But if I keep going on" ou que, pelo menos, as duas estão relacionadas, e partindo também do princípio que os ensinamentos do catolicismo estão corretos e o inferno é debaixo da terra, é capaz de ser perigoso ele cair do céu e continuar sem parar. E digo perigoso para não dizer horrível. É que as minhas vizinhas têm a mania de dizer que eu vou para ao inferno por dizer as verdades (ou como elas lhe chamam: "dizer mal de tudo e todos") e, se isso se vier a concretizar, não quero passar a minha eternidade a ouvir o Dima Bilan a cantar. Prefiro ser logo queimada!

Mas continuemos e passemos para o refrão. Atenção: o Dima Bilan acredita nele. Ótimo. Sabendo isso vou dormir muito melhor esta noite. Aliás, há uns dias que não consegui dormir por não saber se ele tinha ou não fé nele mesmo. Agora há uma coisa que me faz confusão. Não há nada com que ele não consiga sonhar? Nada? Ele que experimente sonhar com uma nova cor. Vá, força nisso!


Para terminar, parece-me que há outro ensinamento fundamental nos versos anteriores ao último refrão: o Dima Bilan é uma chave mestra. Não sou eu que estou a inventar (longe de mim começar rumores, aliás). É ele que o diz. Pelo menos é a única explicação lógica que eu encontro para o verso "Open every door". Ora isto assusta-me e, ao mesmo tempo dá-me a esperança de um dia também poder vir a ser uma chave mestra e conseguir abrir a porta de minha casa sempre que me esquecesse da chave (a memória já não é o que era). A partir de hoje o meu objetivo de vida é ser simultaneamente uma montanha e uma chave mestra. Como é que eu vou conseguir isso? Não sei, mas é capaz de chegar acreditar em mim!

12/06/2016
Vídeo: Eurovision.tv

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