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[Crónica] ESC 2016: comentários à 2ª semifinal



Se o opening act na primeira semifinal do Festival Eurovisão da Canção 2016 (ESC 2016) nos pareceu um pouco repetitivo, na segunda semifinal foi simplesmente arrepiante e de agarrar ao ecrã. Há melhor maneira de começar uma semifinal com "O que é a Eurovisão"? E ainda por cima contada da maneira mais musical possível? Já para não esquecer que foi-nos contada pelos próprios apresentadores. Adorei este início! Bastante original, muito divertido e permitiu aos apresentadores criarem uma maior conexão com o público da Globe Arena, assim como o público de casa! Amei o facto das indumentárias de Petra e Mans combinarem. Sim, o terno de Mans era muito à "Manuel Luís Goucha", mas o que não fica bem a este pedaço? Todo o grafismo e o plano das câmaras estava igualmente brutais. Apesar de achar o palco desta edição um pouco pequeno, penso que deram um belo show, e é para mim, até agora, uma das edições com melhor realização, planos de câmara, jogo de luzes e grafismos. 


Passando às performances, e indo por ordem, começo por dizer que esta segunda semifinal foi mais forte que a primeira, e havia um maior número de temas com boa qualidade. Bem, começamos muito bem com Justs e o seu "Heartbeat". Certamente Justs fez o coração de muita gente bater um bocadinho mais rápido. É notável a capacidade vocal do jovem e o seu swag, não sendo dos meus temas prediletos, gostei bastante, apesar do visual muito repetitivo. Temos todos de fazer um porquinho para comprar um casaco diferente a Justs, sim porque o estilo é sempre o mesmo, só muda a cor. 

Seguindo para a Polónia com Michał Szpak, foi uma atuação mediana e facilmente esquecível. O tema é bonito, mas não traz nada de novo. Gostei particularmente da indumentária meia gótica. A Suíça este ano foi um desastre, só gostei do vestido a esfumar, da espécie de cascata como fundo, e da parte final como o "fogo". De resto, que música mais entediante, e que performance tão estranha, Rykka parecia estar a fazer uma espécie de agachamentos. Amiga estás no ESC, não numa aula de zumba. Enfim, mais alguns desafinos na parte dos falsetes. 

O melhor é mudarmos mesmo para Israel. Hovi esteve brilhante. Muitas vezes as pessoas julgam as outras pela aparência, e o que muita gente. inclusive eu própria pensava, era que Hovi ia apresentar-se com algo demasiado extravagante. A verdade é que o rapaz só precisou da sua voz para me tocar o coração. Amei, amei! Fiquei surpreendida pela atuação sóbria, nada de exageros, mas ao mesmo tempo soberba, simplesmente brilhante. De arrepiar!  


A Bielorrússia não esteve mal, mas não é uma música marcante. Não me surpreendeu. O que mais gostei foi a parte dos lobos e claro, o cabelo de Ivan (inveja). Acho que muitas pessoas se assustaram na parte inicial, quando o artista apareceu nu, mas felizmente era só  a projeção. Seria épico se fosse mesmo verdade. De resto, não foi nada demais. 

Agora passamos a uma das queen do ESC 2016. - a representante da Sérvia, Sanja Vučić ZAA. Opá, que atuação arrepiante. Amei tudo! O tema, que passa uma das mensagens mais importantes do ESC 2016, senão a mais a importante, que fala sobre a violência sobre as mulheres. Não fosse eu mulher, não poderia senão concordar; amei a indumentária, Sanja e o coro/bailarinas surgem como guerreiras, mas ao mesmo tempo usando o preto como forma de luto, de dor; amei a maquilhagem, deslumbrante a nossa Sanja; a coreografia que representa a luta das mulheres contra a violência; obviamente esta voz que é simplesmente "UAU"; mas o que mais gostei foi da parte final quando apareceram imagens de mulheres, possivelmente mulheres que lutaram contra este tipo de violência. Esta jovem tem um grande futuro! Acho que mais concorrentes do ESC deviam representar temas com este tipo de mensagens. 


O que dizer sobre a Irlanda? Humilhante! Mais valia o Nicky ter ficado em casa. A Macedónia não esteve nada mal, Kaliopi com aquela voz podia até cantar o "Atirei o Pau ao Gato" que ia brilhar. O tema não era mau, mas não tinha aquele fator que marcasse a diferença. Além disso, a roupa era horrível, parecia mais uma freira, e apesar de achar brutal a voz de Kaliopi, acho que aquele grito final era escusado. Bem, a Lituânia, sinceramente não sei como passou. A música não é feia, mas cada vez que a oiço acho-a foleira, mas ao mesmo tempo é bonitinha, mas parece-me muito os temas que ouvia na minha adolescência, e que são bimbos hoje em dia. Então o visual de Donny é ainda mais bimbo. 

Austrália esteve bastante bem a nível vocal e visual - aquele vestido era magnífico - mas citando uma amiga, Dami In "passou a maior parte do tempo alapada". Não houve muita movimentação no palco, o que foi uma pena. Eslovénia já era previsível, com um título ridículo de ser tão óbvio e com uma música tão "sem sal" o óbvio era nem sequer passar à final, e sinceramente não sei como isto venceu a final nacional. 

Falando agora de outra queen e no meu top 3 desde sempre, a Bulgária com a estupenda da Poli. Acho que nem tenho palavras para falar sobre esta atuação. Amei tudo, a voz, a canção, os "semáforos" das roupas, a parte da entrada do coro, o coro, a coreografia na parte final. Opá, só queria estar naquela arena, mas certamente ia ser barrada pelos seguranças porque ia tentar invadir o palco. Espero que se não vencer, pelo menos fique no top 3. 


A Dinamarca não surpreendeu em nada, uma música que apesar de dar por mim a cantá-la muitas vezes, não passa de uma música engraçadinha e sem grande power. A Ucrânia, a sério que isto passou? Não, a SÉRIO? Só gosto da voz de Jamala, é de admirar a sua grande capacidade vocal, mas esta "música", se é que se pode chamar de música, é horrível. Mas não tiro o crédito a Jamala, pelo facto de ter sido uma das poucas de atuou com corpo e alma, incorporou bem o tema. 

Ok! Chegámos à grande injustiça não só desta semifinal mas do ESC 2016! Como é que a Noruega não passou? Estou chocada e revoltadíssima. Tinha tudo para passar ficar no top 10, pelo menos. A música, a voz, os planos, tudo era brutal. Só me custou o facto de Agnete aparentar uma expressão de sofrimento e parecer triste ao longo da atuação. Mas esta música é uma das melhores deste ano! Pareceu-me um complô contra a Noruega este ano. Não percebo! 


Well, well. Agora aquela que eu achei a revelação da noite. A Geórgia. Muita gente não dava e continua a não dar um tostão por este tema. Eu pessoalmente sempre gostei bastante, mas no entanto, pela opinião geral pensei que não conseguisse um lugar na final. Mas o que é certo é que os gajos arrasaram, pá! Dei por mim a estar toda despenteada de curtir o som. A verdade é que todo o jogo de luzes e os planos das câmaras deram um grande jeito à Geórgia. Pode não ter passado para o público da arena, e podem não ter percebido bem, mas o que foi transmitido para o público em casa foi simplesmente genial. Esta performance podia ser mesmo o videoclip deste tema. Muito inteligente este plano! 

Albânia esteve horrível. Este novo arranjo musical estragou um tema que já não era fabuloso. E terminamos esta semifinal em grande, com a fofa da Laura Tesoro, representante da Bélgica. A única coisa que não gostei do conjunto da atuação foi mesmo o blazer de Laura. A jovem presenteou-nos com um final divertido, relaxante, descontraído e deu-me muita vontade de dançar. Acho que este tema foi uma lufada de ar fresco. Amei a coreografia, este não é um tema com qualidade para vencer, mas é muito divertido e entretém muito bem o público. 

 

Para terminar, é plausível afirmar que a grande injustiçada da noite foi sem dúvida a Noruega, que poderia muito bem substituir a Ucrânia ou Lituânia. No entanto, fico feliz por todas as minhas músicas favoritas, menos a da Noruega, estarem na Grande Final. Acho que a mesma vai ser alucinante e vai ser muito difícil a escolha de um vencedor. Mas alguém terá de vencer. Não percam a Grande Final que é já neste sábado. Por quem torcem vocês? 

Imagens: Eurovision.tv/ Vídeos: Eurovision Song Contest 
13/05/2016

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