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ESC 2015: comentários às indumentárias da segunda semifinal



Este é um dos dois países que não escolhe preto ou branco na cor da sua indumentária para esta semifinal e só por isso já leva o meu crédito. Com uma música tão animada, a cor tinha que imperar e neste caso a cor escolhida foi o azul. Vaidas está com um fato azul claro e, apesar de ser uma cor arriscada para um fato, acho que foi uma aposta ganha. Monika também está com um ar muito fresco e primaveril e a sua roupa transmite muito bem o lado fofo da música. Acho que as roupas passam para quem vê a animação que os cantores querem transmitir e tudo em palco parece muito leve, o que é algo que realmente faz falta nesta semifinal.



O primeiro drama para conseguir comentar esta indumentária é precisamente conseguir ver a indumentária! Molly está tão confinada ao piano e tão escondida que ela poderia estar vestida de palhaça e eu nem repararia. No ensaio foi impossível vê-la, mas depois a descoberta nem foi desastrosa. Gosto do conjunto entre o clássico, com os trabalhados e as transparências, junto com o mais rebelde, com o uso do colete. Não faço ideia se ela está a usar umas calças, uns calções ou uma saia, mas pelo menos gosto da parte de cima. Em relação ao coro e ao resto da banda um daqueles casos em que eu fico indiferente, não consigo dizer se gosto ou não. As indumentárias são bonitas, mas acho que tornam tudo demasiado escuro. E luz, na minha opinião, é algo que está a faltar àquela actuação!



Esqueceram-se de vestir o Michele, certo? Ou foi a mãe que o vestiu assim porque achava que ele ia para a escola? É que digamos que já vi colegas meus no secundário a vestirem melhor que aquilo. E posso comentar o facto de que as calças lhe são curtas? Coitado, cresceu e não lhe arranjaram umas calças novas. Para não comentar o frasco de gel que lhe enfiaram na cabeça. Melhor falar de Anita, com quem obviamente tiveram um pouco mais de cuidado. O vestido, não sendo nada de especial, é bonito e adequa-se à idade dela. O branco é a escolha mais óbvia para esta música, portanto a cor também foi um tiro certeiro. Diria que a indumentária dela é a melhor coisa de toda esta proposta.



Depois de ter visto o videoclip já achava à partida que todos os elementos de apresentariam de preto e não me enganei. E o preto raramente é uma má escolha! Tendo em conta a cor do fundo, acho que se se pusessem a inventar cores ia ficar horrível, portanto a elegância do preto foi com certeza a mesma opção. Por outro lado, gosto que tenham variado nas roupas ao invés da cor. Existe imensa variedade no coro, desde vestidos a conjuntos de calça com blusa e não há um único que eu consiga criticar. Knez também está vestido de forma simples, de fato, mas muito elegante. No fundo, acho que elegante é mesmo a palavra que define estas indumentárias, que condizem com a elegância da performance e da música. 



Mais um vestido preto, desta vez com umas partes trabalhadas com tecido transparente e alguns brilhantes. A fita preta em volta da cintura de Amber foi uma boa escolha, já que assenta muito bem na forma do corpo da cantora. O vestido conta ainda com uma abertura à frente, que decerto vai fazer um bom conjunto com a máquina do vento e funcionar bem na televisão. De resto, é um vestido bonito, mas não transcendente ou memorável. 



Ora aqui está uma escolha de cor que eu com certeza não esperava! Uma música com uma letra tão sombria e com um instrumental idêntico e eles vestidos de branco? Algo aqui está a bater errado. O vestido de Drebrah dá-me um gosto agridoce: gosto da originalidade do conjunto mas, mais uma vez, acho que não se adequa. E já a vi mais bem vestida. Ela já é branca, ainda a vestem de branco e ainda por cima a mostrar a barriga, que é para dar mais um tom de branco. E aquela saia a apertar a cintura dela como se disso dependesse a sua vida? Gosto da roupa, mas não para aqui e não para ela. Mørland está no meio termo entre o formal e o informal, mas as cores continuam a fazer-me confusão. Mesmo assim, de entre os dois, é o que está mais bem vestido, só não o suficiente para me tirar a sensação de que está algo muito errado aqui.



Algures num site qualquer li que e a Leonor se apresentava com um lool gótico futurista e eu vou concordar com esta definição. Não sei se eles pretendiam que fosse elogio ou não, mas no meu caso é com certeza um elogio. Em termos de indumentária, esta é a mais arrojada que vi nos últimos por Portugal, bem longe dos vestidinhos bonitos e quase iguais de ano para ano. A roupa assenta perfeitamente na Leonor e na música, dando aquele toque de mistério que me chamou a atenção logo no Festival da Canção. A única coisa que não gosto são mesmo os sapatos, mas acho que a capa vai disfarçar e ninguém vai acabar por reparar muito neles.



O preto é, mais uma vez, a cor a imperar. Gosto muito do vestido de Marta mas sinceramente não acho que lhe assente muito bem. Em algumas partes do corpo ela parece ficar mais gorda do que aquilo que acho que ela realmente é. Mas adoro o corte do vestido e o pormenor da cauda pendurada no ombro, que provavelmente vai ficar ótima em televisão! Václav poderia estar de fato preto, mas optaram e muito bem por uma alternativa menos formal. A elegância continua lá mas numa conjugação ligeiramente (muito ligeiramente) mais arriscada que um fato. Tirando o facto de Marta não cair excepcionalmente bem dentro daquele vestido, gosto das escolhas.



Juro que temi que o Nadav fosse vestir aquele casaco amarelo asqueroso para subir ao palco, por isso não imaginam o meu alívio ao vê-lo de preto. É que para ser parolo já chegam as sapatilhas a fazer publicidade à Redbull. Nadav veste exactamente a mesma roupa que usa no videoclip, que lhe assenta extremamente bem e lhe dá aquele ar de adolescente que só vestiu um fato porque a mãe o obrigou. Talvez seja formal demais para a música que é, apesar de claramente ver ali uma espécie de "formal com estilo". Eu gosto e acho que o visual vai conquistar alguns votos. Já os bailarinos estão claramente prontos para a festa. Com a roupa mais casual que se pode imaginar, eles representam claramente o bailarino que qualquer um de nós pode ser quando sai à noite. Sendo isto um hino à diversão, acho que estão mais que bem vestidos para a ocasião.



A coisa mais engraçada deste vestido é com certeza ver a Aminata a descer as escadas com ele! Não sou propriamente apreciadora da parte de baixo daquele vestido, acho que o preferiria se fosse tudo mais justo, mas também acho que assim o vestido ganha um toque de irreverência. O look, no seu todo está fenomenal. Ela tem voz de encantadora de espíritos e todo o look está carregado de misticismo. Talvez a melhor palavra que posso encontrar para o classificar seja mesmo místico! Simplesmente adoro os pormenores nas mangas e no peito, eles dão todo o encanto ao vestido. Apesar de esta ser uma indumentária que é um perigo constante quando se está a descer as escadas, em cima do palco é uma aposta ganha!



Esta indumentária é realmente muito simples e muito casual, mas há um ponto interessante que preciso realçar: o jogo entre as cores. O branco, preto e cinzento facilmente nos remete para uma noite de luar e as três cores estão presentes entre todos os elementos em palco. Se formos a ver, essas cores também predominam no plano de fundo. Acho que é aí que está o brilhantismo da coisa, porque de outra forma, Elnur apenas veste umas calças, uma camisola e um casaco comprido. Os bailarinos têm nas costas algo que simula uma corrente a prendê-los pelo pescoço que mais uma vez tem um grande simbolismo se pensarmos na letra da música. Para além disso, têm as mãos pintadas de branco/cinzento (a luz não deu para perceber a cor exacta) que simulam a pele do "lobo" que a música fala. Dá para ver que nada foi feito ao acaso e os pormenores foram mais bem cuidados do que aquilo que vemos à primeira vista. Gosto muito.



Ora, eu não podia começar a comentar esta indumentária sem falar na parolice dos pés dourados. Ah e tal, ela quer deixar as pegadas no palco. Ela sabe que a seguir alguém vai lá limpar, certo? Para além de que acho um trabalho inútil, porque a menos que lhe foquem os pés, ninguém vai ver aquilo. Passando à frente esse pormenor, Maria está com um vestido branco e rosa claro à la Disney, que na realidade é exatamente o que eu esperava para ela. Maria é uma rapariga extremamente fofa e a música pode ser adjectivada da mesma forma, não fazia sentido vestirem-na de outra forma que não fosse fofa. Por isso, a escolha foi acertada. O coro está de preto, do mais simples que há, e verdade seja dita que com a fofice de Maria ninguém vai querer saber de que forma eles estão vestidos.



O representante sueco está num daqueles dias em que lhe apeteceu ser casual. Nada contra! Claro que não havia nada menos trabalhoso que tirar do armário uma t-shirt, umas calças e umas sapatilhas e a verdade é que nem dá para criticar, porque o conjunto funciona. E como a música se refere aos tempos de infância de Måns, imagino que ele não vestisse o seu melhor fato para ir à escola. É com certeza um daqueles casos em que a simplicidade é eficiente. Para além disso o homem é bonito e a roupa fica-lhe bem, a imagem está perfeita para ele ganhar um monte de votos graças a isso.



Continuando na onda do preto e do branco, temos neste caso uma indumentária um pouco mais irreverente. Estava já a preparar-me para chamar a Mélanie uma anciã vinda de um filme do Astérix mas a verdade é que o vestido que ela esconde debaixo daquela capa é lindo. A parte de cima está toda trabalhada com brilhantes (que obviamente brilham e fazem jus à letra da música). Em baixo temos abertura para mostrar a perna quase toda e verdade seja dita que Mélanie tem uma perna bem jeitosa para mostrar. Acho que a capa preta vai ficar muito bem em tv, não só pelo efeito mas também pelo contraste entre o preto e o branco. O coro está bem menos realçado, mas até nele as mangas são trabalhadas, permitindo alguns efeitos engraçados durante aquela espécie de coreografia.



Ora aqui está a verdadeira provação para ser comentada! A grande dificuldade! E porquê? Porque John tem um fato... preto. Que fica bem em qualquer homem e em qualquer balada. Numa música simplista e numa actuação simplista eles optaram pela roupa mais simplista. Faz sentido! Claro que eu acho que podiam ter explorado um pouco mais esta parte, porque havia outras opções para além de o vestir como se ele estivesse a cantar para a sua amada no baile de finalistas. Mas enfim, antes assim que fazerem asneira.



Ainda bem que a mulher sabe cantar e isto não é um concurso de moda, senão a cantora estava condenada desde o início. Não acho que o vestido seja alguma coisa de especial, arriscar-me-ia a dizer que a minha avó usaria algo do género no casamento dela. Menos os headphones, porque como é óbvio não os tinha. Também escusavam de estar aqui, mas não vou embirrar com imagens de marca. A bailarina louca, por outro lado, chama bem mais a atenção na forma de vestir. Quer dizer, ela até brilha! Se não existissem planos de câmara tenho quase a certeza que os nossos olhos iriam cair o tempo todo em cima da bailarina.



A conjugação vestido+cadeira de rodas é algo que me faz muita confusão neste caso. Acho que fica horrível colocarem um vestido com uma parte de baixo enorme que nem cabe na cadeira só para ele ter um pedaço de pano para segurar com a mão. Nem vou colocar a hipótese de que seria para disfarçar a cadeira, porque toda a gente consegue ver que ela lá está. Mais uma vez, é um vestido branco, que é bonito mas nada de especial. Com certeza ganharia imenso se não tivesse aquela quantidade absurda de pano agarrada à cintura. Os restantes elementos estão igualmente vestidos de cores neutras, elegantes mas sem nada de especial a apontar. 

Melhor indumentária da segunda semifinal: Letónia
Pior indumentária da segunda semifinal: São Marino

Imagens: Eurovision.tv
20/05/2015


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